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Facebook remove 6,5 mil páginas e grupos ligados a milícias dos EUA

Por| 01 de Outubro de 2020 às 11h51

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Pixabay
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O Facebook anunciou que retirou do ar mais de 6,5 mil páginas e grupos ligados ao apoio e divulgação de ideias ou eventos de milícias e movimentos sociais armados. As remoções aconteceram em cerca de um mês, desde o anúncio das novas regras relacionadas a esse tipo de conteúdo, em meados de agosto, e segundo a rede social, teria atingido 300 organizações dessa categoria, voltadas à divulgar e glorificar atos de violência.

De acordo com Brian Fishman, diretor de contraterrorismo e organizações perigosas do Facebook, estes grupos já haviam sido identificados antes, quando a nova política foi colocada no ar. Agora, em pouco mais de um mês, vieram os primeiros dados sobre as remoções, com o executivo afirmando que os responsáveis pelas publicações agem rapidamente na montagem de novos espaços de apoio, além de mudarem suas táticas como forma de tentar evadir a moderação da plataforma.

Um dos grandes alvos da medida, aponta Fishman, são os Proud Boys, um grupo supremacista que, recentemente, chegou a receber apoio velado até mesmo do presidente americano Donald Trump. Eles surgiram durante as eleições presidenciais dos EUA, em 2016, e estão banidos do Facebook desde 2018 e, conforme aponta o executivo, suas táticas e comportamento online deram origem às mudanças nesse sentido que vêm sendo anunciadas desde fevereiro, primeiro com retiradas focadas nesta organização e, depois, em outros materiais do mesmo tipo.

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Um dos estopins das novas medidas foram os eventos e páginas promovendo respostas armadas aos protestos em Kenosha, cidade americana no estado de Wisconsin. O caso também levantou um escrutínio maior sobre o Facebook na imprensa, com jornalistas relatando a presença de tais convocações mesmo após serem denunciadas, algo que fez com que Mark Zuckerberg se pronunciasse, falando em “erro operacional”.

A divulgação dos resultados nesta semana seriam uma resposta às críticas sobre o que seria uma postura leniente da rede social, mas Fishman aponta que esse não é o caso. Segundo o executivo, ao perceberem que estão na mira, partidários dos Proud Boys passavam a usar códigos para se referir ao grupo e seus preceitos, o que acabava dificultando a detecção. Quando ela acontece, porém, os conteúdos e grupos são retirados do ar.

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O executivo afirmou ainda que houve um aumento recente nas publicações de memes e conteúdos ligados ao grupo supremacista, após serem mencionados por Trump durante o recente debate presidencial. Nesta terça (29), enquanto dialogava com o concorrente Joe Biden, do partido democrata, o presidente americano pediu que os Proud Boys recuassem, mas também afirmou que alguém precisava tomar atitudes contra grupos antifascistas e de esquerda, afirmando que as milícias não são, exclusivamente, uma característica da direita.

Os grupos atingidos pela retirada em massa não foram revelados pelo Facebook, que também disse que o problema está longe de ser resolvido, mas aparece cada vez mais sob o radar da rede social. Em sua sequência de publicações no Twitter, Fishman agradeceu à imprensa pela ajuda e disse continuar contando com ela para que o trabalho siga adiante, com a indicação de focos de problemas e novas táticas usadas por estes milicianos.

Fishman pediu também auxílio governamental para lidar com o problema e citou o caso do autoproclamado Estado Islâmico, cujo combate às campanhas online contaram com a participação de mais de 80 países, resultando em uma redução considerável no surgimento de conteúdos desse tipo. Ainda assim, o executivo afirma que eles “estão por aí” e que a ajuda da sociedade é essencial em denunciar e, principalmente, confrontar o discurso de ódio e a violência. O objetivo final, afirma, é tornar a internet segura.

Fonte: Brian Fishman (Twitter)