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Facebook fecha grupo de discussão interno após comentários racistas e sexistas

Por| 17 de Agosto de 2017 às 11h23

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Um fórum online interno foi fechado pelo Facebook depois de se tornar um espaço para manifestações de racismo e misoginia. O espaço, chamado de FB Anon, permitia que os funcionários da rede social conversassem sobre assuntos de interesse sem revelarem suas identidades, o que acabou permitindo que os colaboradores demonstrassem suas opiniões de maneira mais livre.

A ferramenta teria sido encerrada em meados de dezembro do ano passado depois de se tornar um local de manifestação de discurso de ódio. O anonimato teria permitido, por exemplo, que um dos funcionários afirmasse que a empresa estava diminuindo o nível, de forma a garantir a contratação de mais engenheiras ou que os códigos escritos por elas tinham mais erros do que aqueles desenvolvidos por desenvolvedores do gênero masculino. Enquanto isso, outros demonstravam preconceito contra etnias ou religiões.

Mas o que realmente soou como surpresa para os funcionários da companhia foi a transformação do fórum em um local de apoio a Donald Trump durante a eleição presidencial. Membros do grupo teriam até mesmo colado cartazes em locais de convivência do escritório do Facebook com a frase “Apoiadores de Trump são bem-vindos”, indo contra a noção de muitos colaboradores e gerentes de que os escritórios da rede social eram dominados por partidários dos Democratas ou com pensamento político à esquerda.

Criado em maio de 2015, o FB Anon surgiu da ideia de permitir que funcionários demonstrassem suas opiniões não apenas sobre o mundo, mas também com relação à empresa. O anonimato permitiria que eles não sofressem represálias em ambas as situações, tornando-se um fórum aberto para discussões. Ou nem tanto assim, como criticaram à imprensa alguns colaboradores, sem revelarem suas identidades.

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Aos funcionários, o Facebook afirmou que o fórum seria fechado por ter se tornado um local de abuso, com consequências no ambiente de trabalho. As palavras teriam vindo do próprio CEO, Mark Zuckerberg, mas as fontes que revelaram o fechamento do espaço à empresa afirmaram que não há indícios desse tipo de comportamento, dando a entender que se tratou de censura a pensamentos conservadores.

Na declaração, o fundador da rede social ainda disse que os funcionários continuam livres para discutir assuntos políticos ou de interesse da companhia em outros espaços, mas agora tendo suas identidades reveladas. O fechamento do FB Anon também teria levado à colocação de novos pôsteres pela empresa, desta vez com os dizeres “Silenciados, mas não silenciosos”. Mais uma vez, os responsáveis não foram identificados.

Mais do que tudo isso, muitos dos participantes do fórum não concordaram com o fechamento da ferramenta, independentemente de suas posições políticas. Por mais que o espaço tenha sido usado para proliferação de discurso de ódio e ideias de direita ou esquerda, com ambos os lados discordando entre si, muitos dos que falaram sobre o assunto concordaram que o local permitia a divulgação de informações e a realização de comentários que não seriam possíveis em outros locais da companhia.

Em declarações públicas, a diretora de pessoal da empresa, Lori Goler, disse que uma das bases da cultura da empresa é a liberdade. Entretanto, ao mesmo tempo, a companhia afirma que a existência de um fórum anônimo viola o regimento interno, já que todos no Facebook, desde usuários até funcionários, precisam ter suas identidades verificadas e abertas para a realização de qualquer tarefa.

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A declaração chega em um momento complicado, quando ainda há a repercussão dos protestos do último final de semana na cidade americana de Charlottesville. O Facebook foi apontado como um dos locais em que os partidários da extrema-direita organizaram a manifestação, que terminou com uma morte e quase duas dezenas de feridos.

Fonte: The Wall Street Journal, Business Insider