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Ex-Facebook afirma ser impossível impedir manipulação em eleições americanas

Por| 23 de Agosto de 2018 às 11h57

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Ex-Facebook afirma ser impossível impedir manipulação em eleições americanas
Ex-Facebook afirma ser impossível impedir manipulação em eleições americanas

O antigo diretor de segurança do Facebook, Alex Stamos, afirmou que já é tarde demais para que a empresa impeça a manipulação das eleições americanas, marcadas para novembro, pelas mãos de agentes externos. Segundo ele, a falta de um trabalho conjunto entre as empresas e o governo, bem como a demora na resposta adequada aos incidentes ocorridos em 2016, passaram “mensagens erradas” ao público e, principalmente, aos responsáveis por esse tipo de prática.

O executivo afirmou, em entrevista ao CNET, que nada pode impedir o retorno das campanhas de fake news, publicidade direcionada e uso indevido de dados de usuários, principalmente quando as ações são realizadas assim, em cima da hora. Os Estados Unidos realizam, em 6 de novembro, suas eleições para o congresso e o senado, que lá acontecem no meio dos mandatos presidenciais, e não junto com a escolha do líder, como no Brasil.

Para Stamos, que deixou a companhia no início de agosto, o governo americano sinalizou ao mundo que não leva tais questões à sério devido ao fato de ter agido tardiamente quanto à manipulação e somente depois de forte pressão da opinião pública. Com isso, acredita, as portas acabaram abertas para que mais atos desse tipo ocorram, uma vez que há certeza de demora nas ações e dificuldades na busca e, principalmente, responsabilização dos culpados e envolvidos.

Apesar disso, Stamos afirma que, se os trabalhos continuarem como estão, “há chances de salvar as eleições de 2020”. Entre as sugestões dadas pelo ex-Facebook estão a aprovação de uma lei que cria padrões e regulamentação para anúncios e registro de publicidade direcionada e a criação de regras para a utilização de bancos de dados e informações de eleitores. Além disso, ele acredita ser positiva a criação de uma agência governamental voltada exclusivamente para a segurança digital em períodos de eleições.

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A notícia da saída de Stamos do Facebook foi divulgada em março, enquanto a rede social ainda lidava com os reflexos do escândalo da Cambridge Analytica. Oficialmente, o diretor de segurança deixou a companhia para assumir um cargo de professor adjunto na Universidade de Stanford. Por trás dos panos, entretanto, acredita-se que a saída tenha a ver com discordâncias internas, relacionadas à forma como a rede social lidou com a manipulação exercida pela Rússia no caminho para as eleições presidenciais de 2016.

O executivo seria a favor de uma transparência total sobre o caso, além de mudanças nas políticas internas para impedir que o mesmo acontecesse no futuro. O CEO Mark Zuckerberg, bem como membros da diretoria, o teriam aconselhado contra isso e, inclusive, recusado sua saída imediata do cargo, ainda em março, como forma de manter as aparências em meio ao escândalo do mal-uso de dados justamente nas campanhas políticas desenvolvidas pela Cambridge Analytica.

Fonte: CNET