EUA acusa China de recrutar espiões por meio de perfis falsos no LinkedIn

A China está buscando descobrir segredos comerciais e de estado dos EUA por meio de uma rede de espionagem ativa no LinkedIn. As informações são de uma entrevista exclusiva da agência Reuters com o chefe de contra-inteligência dos EUA, William Evanina. Segundo o oficial, diversas contas chineses identificadas pela inteligência americana estão entrando em contato com perfis americanos que trabalhem para ou com o governo em algum grau, em busca de informações sigilosas.

O LinkedIn confirmou que está atuando junto das autoridades americanas: Paul Rockwell, chefe de Transparência e Segurança da rede social, confirmou o assunto à Reuters, reforçando a acusação contra os chineses, mas ressaltou a proatividade do LinkedIn na identificação de contas duvidosas. “Estamos fazendo o possível para identificar e dar um basta a estas atividades. Nunca esperamos por pedidos e buscamos constantemente [situações de] má conduta, removendo contas falsas graças a informações que obtemos de várias fontes, incluindo agências governamentais”.

Evanina e Rockwell não disseram quantas contas foram identificadas por meio dessa acusação, mas recentemente, o LinkedIn removeu “menos de 40” perfis que estavam ativamente tentando contatar membros associados a organizações políticas. Não há informação, porém, de que se tratassem de organizações chinesas. Mais além, um ex-agente da CIA, Kevin Mallory, foi recentemente acusado e condenado de conspirar com a espionagem chinesa.

Mallory foi supostamente abordado por um perfil chinês, se identificando como headhunter. Esse perfil arranjou uma conferência telefônica entre Mallory e um suposto membro de um think tank chinês e, duas viagens para a China depois, o ex-agente concordou em vender segredos da defesa norte-americana por meio de um smartphone criptografado que recebeu. Sua sentença deve ser decidida em setembro e pode até chegar à prisão perpétua.

No espectro político, o Ministério de Relações Exteriores da China respondeu às acusações, chamando-as de absurdas: “nós não temos ideia de quais evidências os oficiais do governo americano citados possam ter para chegar a essa conclusão. É um completo absurdo e isso tem segundas intenções”. O senador democrata Mark Werner, discorda: “o uso do LinkedIn por Beijing apenas mostra o quão longe a inteligência chinesa se dispõe a ir, bem como os desafios da contra-inteligência no século 21 que enfrentamos, em que todo mundo tem uma pegada online”.

Fonte: Reuters