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Leia o primeiro artigo publicado sobre o Facebook

Por| 05 de Fevereiro de 2014 às 17h19

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Tudo sobre Facebook

Neste momento, o Facebook encontra-se em meio às comemorações de sua primeira década de existência. Muito aconteceu desde os dias em que Mark Zuckerberg era um estudante que programava a partir de seu dormitório, e o que nasceu naquele quarto da Universidade de Harvard faz parte, hoje, da vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Porém, a primeira reportagem publicada sobre a rede social – um conceito que nem mesmo existia nessa época – passa longe de tudo isso e fornece um olhar sobre os primeiros dias do serviço, quando a marca de centenas de perfis era considerada um sucesso. O texto foi publicado no The Harvard Crimson, jornal diário dos estudantes da universidade, no dia 9 de fevereiro de 2004.

No artigo, Zuckerberg faz uma previsão sobre o fluxo de usuários de seu serviço. Durante a entrevista, concedida no dia anterior à publicação do texto, ele informou que o total de perfis estava em carca de 650, com a expectativa de chegar a 900 até o final daquela manhã. Na época, o site ainda era exclusivo para estudantes de Harvard e, pouco depois, abriria as portas para outras universidades. Mais tarde, para o restante do mundo.

O criador do Facebook também fala um pouco sobre os motivos que o levaram a criar a rede social. Segundo ele, trata-se de impaciência, uma vez que a própria universidade não era capaz de criar seu próprio livro do ano online, um diretório online com fotos e informações sobre os estudantes, compartilhadas entre eles mesmos. “Eu posso fazer melhor, e posso fazer em uma semana”, afirma Zuckerberg na reportagem.

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O artigo segue em frente, com depoimentos de estudantes citando as utilidades do TheFacebook – como a possibilidade de conhecer pessoas pelo nome ou formar grupos de estudos específicos a partir de interesses comuns –, além de declarações de Kevin Davis, que na época, era diretor de informática de Harvard. Segundo ele, a criação de um livro do ano online não estava assim tão distante, mas a instituição estava tendo problemas quanto à criação de uma interface e medidas de segurança para impedir o cadastro de informações sem a autorização dos matriculados.

Ao final, uma afirmação interessante: Zuckerberg diz não ter criado o Facebook com intenção de lucro nem de vender os endereços de email dos cadastrados a ninguém. Segundo ele, que estava prestes a lançar novas funções, isso tornaria tudo “mais sério e menos divertido”. Ele conta também sobre uma outra ideia, que não estava disposto a aplicar, para um serviço no qual estudantes poderiam cadastrar seus currículos e empresas pagariam uma taxa para ter acesso a esse banco de dados.

Confira abaixo a íntegra do artigo, traduzido para o português:

Centenas de pessoas se registram para o novo Facebook

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Criador do Facemash busca nova reputação com seu mais recente projeto online.

Quando Mark Zuckerberg ficou impaciente com a criação de um anuário oficial universal de Harvard, ele decidiu fazer as coisas sozinho.

Após cerca de uma semana programando, Zuckerberg lançou o thefacebook.com na tarde da última quarta-feira. O site combina elementos de um anuário comum com mais funções para os perfis, permitindo que os estudantes busquem uns aos outros de acordo com cursos, organizações sociais e dormitórios.

“Todos estão falando sobre um anuário universal de Harvard”, diz Zuckerberg. “Acho meio tolo que a universidade precise de dois anos para criar algo assim. Eu posso fazer melhor, e em uma semana”.

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Até a tarde de ontem, segundo Zuckerberg, mais de 650 estudantes já haviam se registrado no thefacebook.com. Ele disse esperar que 900 alunos tenham se cadastrado no site pela manhã de hoje.

“Estou muito feliz com a quantidade de pessoas até agora”, disse ele. “A natureza do site é que a experiência de cada usuário melhora se eles fizerem com que os amigos também se cadastrem”.

Mas o diretor de computação residencial, Kevin S. Davis, disse que a criação de um anuário de Harvard não está tão longe quanto Zuckerberg prevê.

“Há um projeto interno de criação de um anuário”, disse Davis. “Estamos em contato com o Conselho de Alunos e essa é uma das prioridades da instituição. Temos intenção de lançar o anuário até o final do semestre.”

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Davis disse que a principal complicação da criação de um anuário oficial foi decidir quanto a uma interface, de forma que as informações de diretório não sejam compiladas sem autorização.

O site de Zuckerberg permite que pessoas com endereços de email de Harvard façam o upload de fotos e informações pessoais e acadêmicas. Assim como no popular Friendster, que Zuckerberg diz ter sido um modelo para seu novo website, os membros podem buscar por outras pessoas de acordo com seus interesses e criar uma rede online de amigos.

Lisa H. Feigenbaum disse que se cadastrou no thefacebook.com devido ao site representar uma alternativa aberta aos anuários protegidos por senha dos dormitórios.

“Caso você precise identificar alguém para uma organização ou encontro, seria muito útil”, afirmou ela.

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Zuckerberg diz que a função mais inovadora de seu site é a possibilidade de buscar por outros estudantes em aulas, de forma a criar novas amizades e grupos de estudos.

“Se você está em uma aula em que não conhece ninguém e quer pedir ajuda, essa é uma maneira de descobrir os nomes dos alunos”, disse o usuário do thefacebook.com Roberto C. Acosta.

Zuckerberg disse que as extensas capacidades de busca são restritas por uma miríade de opções de privacidade para membros que não queiram que qualquer um possa visualizar suas informações.

“Existem opções de privacidade bastante intensivas”, afirmou ele. “Você pode limitar quem pode ver suas informações, se apenas estudantes, pessoas do mesmo ano, do seu dormitório, das suas aulas. Você pode limitar a busca para que somente amigos ou amigos de amigos possam te procurar. As pessoas têm bastante controle sobre as próprias informações”.

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Zuckerberg espera que as opções de privacidade ajudem a restaurar sua reputação após a revolta dos estudantes em relação ao facemash.com, um site que ele criou no último semestre.

Utilizando imagens obtidas sem autorização a partir dos dormitórios, o Facemash comparava as fotos de duas alunas de Harvard e pedia que os usuários julgassem quem era a mais atraente. O website fomentou a ira de alunos e da administração, com Zuckerberg fechando-o dias após o lançamento.

Além das opções de privacidade, Zuckerberg adicionou funções de segurança ao thefacebook.com para garantir que apenas os proprietários de emails de Harvard pudessem hospedar informações no website.

Quando uma pessoa se registra no thefacebook.com, um programa faz a checagem que garante que o nome do novo membro está de acordo com o email inserido. A seguir, uma mensagem de confirmação é enviada para o endereço eletrônico e a conta finalmente é ativada quando o proprietário clica em um link criptografado dentro do thefacebook.com.

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Zuckerberg disse ter tomado cuidado para evitar qualquer acusação de quebra de direitos autorais que o levaram perante à Diretoria após a criação do Facemash.

“O Facemash foi uma piada, foi engraçado, mas no fundo tinha seus problemas – não apenas a ideia, mas também a implementação. Ele estava distribuindo materiais que são de Harvard. Tive muito cuidado com o thefacebook.com para garantir que as pessoas não hospedem conteúdos protegidos”, afirmou ele.

Davis disse que o thefacebook.com não necessariamente viola nenhuma das regras de Harvard.

“Não há nada inerentemente errado com um site de terceiros no qual os estudantes decidam criar uma rede pessoal”, afirmou David. “Se existisse um site de terceiros no qual os estudantes publicassem cursos ou vídeos, isso sim poderia se tornar uma questão de propriedade junto à universidade”.

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Zuckerberg disse que o thefacebook.com não possui tais capacidades e não viola as regras da instituição.

Apesar de afirmar que o thefacebook.com teria novas funções até o final da semana, Zuckerberg diz não ter criado o website com a intenção de gerar lucro.

“Não vou vender o email de ninguém”, afirmou. “Em certo momento, pensei em fazer um website onde fosse possível também cadastrar um currículo, e por uma taxa, companhias poderiam procurar candidatos a empregos em Harvard. Mas não quero mexer com isso. Isso faria tudo mais sério e menos divertido”.