Facebook aumenta esforços em sua campanha de prevenção ao suicídio
Por Fernanda Morales | 24 de Janeiro de 2013 às 15h40
Depois da morte precoce do ativista da web Aaron Swartz no começo do mês, o Facebook decidiu se unir ao grupo norte-americano SAVE para ampliar seu programa de prevenção ao suicídio, visando entender os indícios que as pessoas propensas a cometer suicídio dão nas redes sociais e de que forma elas podem receber ajuda antes que seja tarde demais.
Swartz foi encontrado morto em seu apartamento e a polícia confirmou que ele havia se suicidado. O ativista estava enfrentando desde 2011 a acusação de ter roubado uma série de documentos e revistas científicas dos computadores do Massachusets Institute of Technology (MIT), e se fosse condenado, Aaron Swartz deveria pagar US$ 4 milhões (R$ 8 milhões) em multas e passar até 50 anos recluso.
"Os amigos muitas vezes não fazem perguntas importantes com medo de serem considerados invasivos", afirmou à Bloomberg Dan Reidenberg, diretor executivo do SAVE. "Se nós podemos ver o que está acontecendo, podemos treinar as pessoas para notarem alguns detalhes". A parceria é fundamental, já que 100 pessoas cometem suicídio todos os dias nos Estados Unidos, e esta é a segunda principal causa de morte de pessoas entre 25 e 34 anos — faixa etária mais ativa no Facebook.
O Facebook trabalha ativamente na prevenção ao suicídio desde 2011, quando formalizou uma parceria com a National Suicide Prevention Lifeline. O programa atuava diretamente com pessoas com potencial de risco de cometer suicídio, com base nos relatos de familiares e amigos. Ao invés de entrar em ação somente mediante uma 'denúncia' do problema, a nova parceria visa coletar dados na rede social para que pesquisadores consigam identificar os primeiros indícios de uma pessoa que planeja cometer suicídio.
Aaron Swartz (Reprodução: CNET)
Os pesquisadores poderão estudar as mudanças na linguagem e no intervalo em que os usuários publicam novas mensagens no Facebook, já que muitas pessoas costumam utilizar as redes sociais para desabafar e até registrar seus passos antes de cometer suicídio. Acredita-se que os primeiros dados podem levar até um ano para serem coletados e enviados para os pesquisadores do SAVE.
"Muitas vezes as pessoas em crise não sabem como e nem para quem pedem ajuda. No Facebook, temos uma oportunidade única de oferecer os recursos adequados para nossos usuários em perigo, quando e onde eles precisarem", disse à CNET Frederich Wolens, porta-voz do Facebook. "Ao tornar acessível o contato com profissionais ao redor do mundo, nós tentamos fazer nossa parte para os usuários encontrarem ajuda. Através de um esforço concentrado da indústria, governo, famílias e amigos, nós acreditamos que podemos fazer a diferença na prevenção ao suicídio e salvar vidas".