4 mil pessoas assistiram à live de atentado na Nova Zelândia, diz Facebook
Por Felipe Demartini | 19 de Março de 2019 às 10h59
De acordo com o Facebook, quatro mil pessoas assistiram à transmissão do primeiro atentado a uma mesquita na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. Desse total, 200 foram espectadores enquanto o ataque ainda estava ocorrendo, sendo que nenhuma delas fez uma denúncia à rede social. A primeira veio apenas 29 minutos depois, quando o streaming já havia sido finalizado, mas permanecia no ar para ser visto na íntegra.
Ao perceberem o teor das imagens, enquanto a mídia já dava conta do que estava acontecendo na Nova Zelândia, o Facebook disse ter tomado ações rápidas para remover a transmissão original do ar. Isso, entretanto, não impediu a proliferação do material, que foi rehospedado e replicado na rede social 1,5 milhão de vezes apenas nas primeiras 24 horas. O conteúdo também foi removido e, segundo a plataforma, 1,2 milhão de reuploads foram detectados antes mesmo de entrarem no ar.
Ainda seguindo adiante nas medidas, o Facebook afirmou ter banido a conta original do responsável pelo ataque e está monitorando tanto a rede social quanto o Instagram em busca de perfis falsos que sejam feitos em seu nome. Publicações de usuários com links para o vídeo em outras plataformas, versões editadas ou imagens também acabaram sendo removidas, tudo para evitar que as cenas de pessoas morrendo sob as balas do atirados se popularizassem.
A etapa atual é de compartilhamento de informação, com o Facebook estando em contato com ONGs de combate ao terrorismo digital e outros órgãos oficiais para troca de imagens e conhecimento. Enquanto o vídeo original já faz parte dos filtros automatizados do Facebook, a rede social admite que vídeos filmados da tela ou com edições drásticas podem ser mais difíceis de serem localizados, com cerca de 800 variantes já tendo sido encontradas por aí.
O Facebook não entra nessa seara em seu novo comunicado, mas as denúncias dos usuários são essenciais para a obtenção destas versões alteradas. Da mesma forma que foi uma indicação de um deles a responsável pela localização do vídeo original, algo semelhante vale para outras edições que possam ter passado despercebidas pela moderação automática da rede social.
De acordo com a empresa, em nota emitida durante o final de semana, o compartilhamento de vídeos desse caráter foi proibido não apenas por conta dos termos de uso do Facebook, mas também com forma de colaborar com as investigações e respeitar as famílias das vítimas. A rede social disse continuar vigilante para novas formas de compartilhamento de material e que vai continuar removendo todas as reproduções que localizar.
O atentado na cidade de Christchurch deixou 50 mortos e mais de 20 feridos depois que um homem entrou atirando em duas mesquitas no início da tarde da última sexta, no horário local. O primeiro dos ataques foi transmitido ao vivo pelo Facebook a partir de uma câmera no capacete do assassino. Foi o maior massacre já registrado na história da Nova Zelândia.
Fonte: Facebook