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Quadrinhos e super-heróis | Confira os destaques da Marvel e DC em agosto

Por| 02 de Setembro de 2020 às 20h00

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Reprodução/DC Comics
Reprodução/DC Comics

Olá pessoal, estamos de volta com coluna mensal de quadrinhos de toda primeira quarta-feira do mês. Aqui vamos abordar tudo o que aconteceu de mais importante nos lançamentos das duas maiores editoras de super-heróis dos Estados Unidos, a Marvel Comics e a DC Comics. Abaixo, você vai conferir um apanhado dos títulos que chegaram ao mercado estadunidense em agosto.

Vale destacar que são muitas edições, então, abaixo trago apenas um resumo rápido das principais revistas do mês. Algumas das novidades chegarão ao mercado brasileiro muito em breve, e o objetivo aqui é também chamar a atenção para coisas que têm grandes chances de influenciar as adaptações para TV e cinema. Você sempre pode acompanhar os lançamentos semanais lá fora por meio do site Comic List.

Então, vamos lá, lembrando que este conteúdo traz uma boa dose de spoilers! Fique avisado.

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DC Comics

O grande destaque do mês fica para o lançamento de Batman: Three Jokers, que ofuscou o que aconteceu na grande saga da editora no ano, Dark Knights: Death Metal (falamos sobre isso na sequência, calma). A edição abre com Bruce Wayne voltando mais uma vez ferido para a Batcaverna, sob os cuidados de Alfred.

Enquanto as cenas mostram de onde vieram cada uma das cicatrizes, passando por memórias que envolvem estocadas do Pinguim, queimaduras do Charada, cortes das garras da Mulher-Gato, entre outros; Batman se lembra que o Coringa, é, de longe, quem mais conseguiu feri-lo — talvez até mais psicologicamente do que fisicamente. No final desta sequência, vemos uma nota que diz “o Criminoso”, que seria a versão mais antiga do Palhaço do Crime, um gênio do crime.

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Em seguida, vemos Barbara Gordon ainde sentido os efeitos de sua paralisia, da época que foi baleada e parou de andar por causa do Palhaço do Crime. Ela também se recorda de sua profunda cicatriz, que teria sido cometida pelo Comediante, a versão do vilão vista em Batman: a Piada Mortal. Corta para outro lugar e vemos, algo parecido: Jason Todd, o segundo Robin e atual Capuz Vermelho, lembrado de seu trauma nas mãos do Coringa. Seu evento teria sido causado pelo Palhaço, uma outra faceta.

Batman, Batgirl e Capuz Vermelho são atraídos por uma onda de crimes que teria sido realizada pelo Coringa, em três lugares diferentes, mas exatamente no mesmo horário. E, no final da edição, vemos que há realmente três Palhaços do Crime planejando um novo ataque. O trio consegue capturar um dos Coringas, que manipula o ódio do Capuz Vermelho. Movido pelo ódio, ele dá um tiro na cabeça do vilão, com total desaprovação de Batgirl.

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Como dá para notar, acontece bastante coisa na edição, que, basicamente, reúne todos os principais momentos do Coringa, incluisive algumas passagens inspiradas na trilogia de Christopher Nolan, em uma só parte da história. Tudo muito curioso, fica difícil não querer saber para onde essa história vai — e quem realmente seria o Coringa “original” e como nasceram os outros. Vale destacar aqui o capricho editorial com o layout, as cores e até o tipo de fonte, que compõem uma identidade visual mais sóbria e crua, destinada aos leitores adultos do selo autoral da DC Comics, o Black Label. Agora, vamos esperar que não hajam mais atrasos e possamos ler a conclusão dessa trama.

Batman #96

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A edição segue com a segunda parte de Joker War, que, como dá para notar é a cruzada do Coringa contra o Homem-Morcego e seus aliados. A edição tem uma interessante “brincadeira” no início, quando vemos uma Gotham mais brilhante e um Batman hi-tech sorridente com um uniforme mais claro e brilhante. Mas a verdade é que essa projeção futurista é um ambiente bem diferente do atual estado de Bruce Wayne, que está ferido e em um estado delirante — ele até é obrigado a aceitar a ajuda da Arlequina.

A trama segue um enredo interessante, especialmente com as ramificações nas outras revistas da “bat-família”. Destaque para a Jorge Jimenez e Tomeu Morey, que incorporaram em sua arte algumas semelhanças com o ótimo trabalho de Jock e do brasileiro Rafa Albuquerque.

Injustice Year Zero #1, #2, #3 e #4

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Quando Tom Taylor adaptou a trama do game Injustice, ele não tinha ideia de que iria fazer tanto sucesso. E os leitores gostaram tanto que a DC Comics resolveu usar justamente esse título para lançar sua nova empreitada “digital-first”, dedicada aos trabalhos que são feitos para funcionar em estreias para leitura em dispositivos móveis ou no computador.

A história aborda o passado dos eventos que levaram o Superman a matar o Coringa, quando “todo mundo era amigo”. Vemos muitos personagens conhecidos, adaptados ao jogo, claro, mas que não tinham dado as caras na franquia, especialmente os heróis da Sociedade da Justiça — aliás, seria muito legal se um possível Injustice 3 explorasse essas ideias, com inclusões dos veteranos.

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Dark Knights: Death Metal #3

Na melhor tradição de reinvenção de personagens com a combinação de várias entidades do Multiverso DC, Scott Snyder abre a terceira edição do mundo maluco controlado pelo Batman Que Ri com três Batmen mixados: o Coletor, que é uma mescla com o Brainiac; o Batrocitus, que é um Lanterna Vermelho; e um terceiro que se parece até com o Surfista Prateado da concorrente Marvel.

Em seguida vemos Apokolips, na versão do Batman que Ri, controlado por parademônios/Robins. Enquanto isso, finalmente vemos Superman, que gera energia enquanto tenta resistir a Equação Anti-Vida em uma máquina à prova de fuga, criado pelo escapista Senhor Milagre; em uma redoma de vidro que irradia tipos de kryptonita nunca vistas fora do Multiverso Sombrio. É claro que o nosso Batman tem uma carta na manga, que neste caso é o anel do Lanterna Negro.

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Muitas surpresas nesta edição, naquela mistura de diversão e aventura multicósmica de Snyder, com traços muito bons do Greg Capullo. Como sempre é tão exagerado que, se você não relaxar e parar de se perguntar se tudo realmente faz sentido, vai deixar de curtir os inventivos eventos criados pela dupla de autores.

Green Lantern: Earth One — Volume Two

Pode-se dizer que muitas das melhores histórias recentes dos Lanternas Verdes trazem tanto os elementos de faroeste espacial de Star Wars quanto a complexa ficção científica de Star Trek. E a reimaginação mais realista da tropa em Terra Um foi um sucesso, revendo Hal Jordan como um minerador/cientista espacial amargo e decepcionado com os rumos que a Terra tomou.

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O segundo volume segue com essa pegada, envolvendo um centro de defesa do planeta, uma plataforma espacial chamada de Arrowhead. A trama envolve o impacto político da existência de um policial espacial cuidando do nosso setor junto às autoridades globais — para muitos Jordan e seus “amigos alienígenas” da Tropa dos Lanternas Verdes são os responsáveis por atrair ameaças à Terra. Muito interessante, vale a leitura.

DCeased — Dead Planet #2

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Continua o arco em que a Equação Anti-Vida varreu a Terra e infectou vários heróis. Neste cenário apocalíptico, Jon Kent, Damian Wayne e Cassandra Sandsmark, assumem os mantos de Superman, Batman e Mulher-Maravilha, respectivamente. Esta talvez seja a melhor das séries com o “tratamento DCeased”, que nada mais é do que misturar o gênero terror-zumbi aos super-heróis. A edição ganha mais diversão com a presença da Liga da Justiça Sombria, que, como sempre traz John Constantine a tiracolo.

Fica novamente a crítica: essa trama é realmente necessária agora? Digo, além da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que já nos traz notícias de milhares de mortes diariamente, por que lançar dois eventos simultaneamente com todos os heróis da editora, como Dark Knights: Death Metal e DCeased? Além disso, a trama desta edição se parece tanto com a animação Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips que soa como plágio interno.

Depois as editoras reclamam que os leitores não estão comprando: não seria melhor lançar uma saga de cada vez, que fizessem sentido na mesma cronologia, e com um volume de distribuição que não agrida o já surrado bolso do consumidor atualmente?

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Marvel Comics

Na Casa das Ideias, Empyre #4 mostra que Hulking, agora chamado de Dorrek VIII não é assim um rei híbrido Kree/Skrull tão bondoso como muita gente acreditava no começo da história, quando ele ofereceu ajuda para vencer a ameaça dos Cotati. Esta raça, por outro lado, avança na Terra em busca do vibranium de Wakanda, o que pode ser usado na confecção de criaturas vegetais ainda mais poderosas.

Tony Stark faz o que ele costuma fazer de melhor: armaduras, desta vez para Reed Richards, o Senhor Fantástico. A edição número quatro termina com a revelação da Mulher-Hulk ser uma traidora —na verdade, ela aparece como uma criatura horrenda, gerada pelos Cotati, indicando que Jennifer Walters teria o mesmo destino de seu primo, com o tratamento “imortal” visto nas revistas de horror do Hulk ultimamente. E mais uma cena de destaque: Wiccano diz que ele e Hulking se casaram.

Já na edição número cinco, várias revelações. Além dos destalhes do casamento, Wiccano diz que ele passou a ter a energia vital de Hulkling após evento. Dessa forma, ele, ao lado de Capitã Marvel e Tocha Humana, encontram o verdadeiro Hulking. Isso mesmo, o Dorrek VIII que lidera a armada e vem levantando uma arma carregada pelo Sol, capaz de destruir a Terra, não é o verdadeiro Teddy Altman. Em Wakanda, o Pantera Negra sucumbe à invasão Cotati, liderada pelo Espadachim e uma de nossas únicas esperanças passa a ser o Senhor Fantástico com a nova armadura do Homem de Ferro.

Embora os plot twists desta edição me deixe curioso para a conclusão em Empyre #6, não dá para dizer exatamente que fiquei exatamente surpreso com essas revelações, já que, desde o início, nenhum dos alienígenas nas histórias pareciam confiáveis nessa batalha. Assim, o grande evento da Marvel para o ano segue com uma nota regular. Vamos ver no que vai dar.

Empyre — Captain America #2 e #3

Mas onde está o Capitão América e o restante dos Vingadores durante a invasão dos Cotati na Terra? Enquanto parte está espalhada pelos Estados Unidos e na Terra Selvagem, com os X-Men em Genosha e Krakoa e o Pantera Negra em Wakanda, Steve Rogers lidera uma equipe no Texas, para deter o comando dos alienígenas.

Destaco essa série derivada de Empyre porque ela também resume um pouco a atual fase do próprio título mensal do Capitão América, que anda resgatando as raízes do personagem em arcos mais “pé no chão”. Embora estejamos falando de ameaças cósmicas e plantas guerreiras falantes, aqui é possível ver aquele estilo “filme de guerra dos anos 70”, com Steve Rogers liderando tropas formadas, em sua maioria, por soldados humanos “comuns”.

Esse título tem funcionado como uma história mais “intimista”, com os valores que Rogers e os próprios Vingadores carregam em meio a toda essa treta. Ainda não gosto muito da Marvel Comics continuar espalhando sua saga em tantos spin-offs, especialmente quando a editora havia prometido evitar esse tipo de formato (especialmente em tempos de consumidores com bolsos mais vazios em tempos de pandemia), mas, enfim, essa leitura serve também para “respirar” entre tanta maluquice apresentada na trama principal.

Venom #27

O simbionte que não passava de um vilão coadjuvante nas revistas do Homem-Aranha, vejam só, agora possui um papel fundamental na Marvel Comics e é aqui que o Universo Marvel tem “caminhado” enquanto tudo fica parado durante a saga Empyre. Dylan Brock, filho do mais famoso Venom, Eddie Brock, herdou habilidades parecidas com as de seu pai, que, para mostrar a ele como compreender seus poderes, leva-o até o Criador, a versão maligna do Senhor Fantástico da Terra Ultimate — ele ficou na Terra-616 após as últimas Guerras Secretas, enfim, essa é outra história.

Claro que o encontro não sai como esperado, já que o Criador tem seus próprios planos para o simbionte. É daqui que o Universo Marvel vai tirar seu próximo grande evento, em dezembro, quando, aparentemente, o vilão Knull, deus dos simbiontes, deve ameaçar os heróis na Terra. Embora os desenhos e a narrativa de Venom costumem ser bem abaixo da média nos títulos da Casa das Ideias, os roteiros de Donny Cates continuam muito inventivos e divertidos, então vale acompanhar.

Amazing Spider-Man #46

Esta edição eu destaco aqui por uma razão em especial. A trama claramente é uma homenagem às fases clássicas do Homem-Aranha, com a reunião de um grupo de vilões, como o Gárgula Cinzento e Tufão. O principal antagonista é o Devorador de Pecados, envolvido na trágica morte Jean De Wolff. O assassinato da policial ganha uma importância ainda maior em tempos de tantos alertas sobre feminicídio.

Mas falo mais especificamente em termos editoriais. Como dá para notar, o Homem-Aranha, entre todos os principais heróis da editora, é o que mais está descolado dos principais eventos da editora. Ele sequer aparece em Empyre, e não menção sobre a invasão na Terra — até os X-Men, que estão mais isolados em seu cantinho em Krakoa ultimamente, estão participando.

A Marvel Comics vinha fazendo um ótimo trabalho sincronizado e mais compreensível em sua cronologia no período pré e pós Guerras Secretas de 2015, mas nos últimos dois anos a coisa toda desandou.

Avengers #35

Continua a jornada do Cavaleiro da Lua em The Age of Konshu, em que Marc Spector tenta impedir uma visão de seu deus, Konshu, que previu um futuro terrível governado pelo diabólico Mephisto. Isso colocou o herói contra os Vingadores, já que os planos de salvação envolvem uma criança que é a nova portadora da marca do Estigma, uma poderosa entidade cósmica.

Depois de mostrar que os poderes lunares de Konshu permitem ao Cavaleiro da Lua erguer — e usar — o martelo do Thor (o Mjolnir é feito de uma rocha vinda de nosso satélite natural), a história nos mostra um pouco mais sobre os Vingadores pré-históricos, que já entraram em conflito com os seguidores de Konshu no passado — e o Estigma daquela época teve um papel importante nessa história.

Mais uma vez, tudo isso acontece completamente alheio aos eventos de Empyre.

Iron Man 2020 #6

Chega ao final da saga de Arno Stark e a história revela que Tony Stark usa sua nova armadura, que manipula luz sólida, para derrotá-lo com uma simulação envolvendo realidade aumentada. Ou seja, Tony criou uma vitória ilusória para o vilão, que, assim, deixa de ser uma ameaça e tudo volta ao normal.

Confesso que foi muito decepcionante este final. Ficou claro que a série só serviu para explorar o personagem do Homem de Ferro 2020, que até era mais cool antes dessa história; e para trazer de volta Tony Stark para um corpo “real”, já que ele vinha atuando como uma “consciência” em forma de inteligência artificial desde sua morte em Guerra Civil II.

Espero que agora, com o terreno “zerado”, Tony inicie uma fase que realmente valha a pena, algo que não temos na editora já faz aí mais de cinco ou seis anos.

Até a próxima!

Obviamente, não dá para comentar tudo o que saiu no mercado norte-americano nas quatro semanas anteriores, mas essas edições são as que mais fizeram barulho e prometem ter relevância nas editoras nos próximos meses. Continuem lendo as matérias de quadrinhos e toda a cultura pop aqui no Canaltech e a coluna volta no mês que vem, no dia 7 de outubro.

Quem quiser acompanhar nos Twitter e saber das matérias relacionadas que saem durante o mês, o endereço é @clangcomix. Até logo!