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Peça publicitária da Leica afasta marca de lentes do público chinês

Por| 22 de Abril de 2019 às 08h16

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(Foto original: Jeff Widener)
(Foto original: Jeff Widener)

Um vídeo produzido pela agência brasileira de publicidade F/Nazca Saatchi & Saatchi para a fabricante de lentes fotográficas Leica vem trazendo dor de cabeça à marca no território chinês. A peça traz menções diretas aos protestos pró-democracia de 1989 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen Square), no qual forças militares suprimiram manifestações ativistas, causando a morte de centenas de pessoas.

Os protestos, que são assunto proibido em território chinês, não são expressamente citados no vídeo, que já foi removido do YouTube (mas segue um GIF específico abaixo), entretanto partes dele mostram cenas que remontam ao triste episódio. O maior destaque vai para o reflexo de uma lente Leica mostrando a famosa foto do anônimo conhecido como “Homem dos Tanques” ou ainda “Rebelde Desconhecido” — um cidadão chinês portando sacolas de compra fazendo afronta a tanques de guerra. A imagem, originalmente feita por Jeff Widener, tornou-se uma das mais icônicas fotografias no século XX.

A situação cresceu na China a ponto de usuários da rede social Weibo clamarem pelo banimento da palavra “Leica” de todas as comunicações do país — governamentais e redes sociais.

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A Leica vem se defendendo das acusações e se distanciando da peça publicitária dizendo que ela não foi “oficialmente sancionada” pela marca. “A Leica Camera AG deve, portanto, se distanciar do conteúdo mostrado no vídeo e lamenta por qualquer mal entendido ou falsa conclusão que possam ser tirados”, disse a porta-voz da empresa, Emily Anderson, ao jornal South China Morning Post.

Não é a primeira menção recente ao infeliz episódio de 1989 neste ano: no início de abril, algumas canções feitas em homenagem ao massacre na Praça da Paz Celestial foram removidas e censuradas do Apple Music. Uma canção em especial é intitulada Ren Jian Dao, do cantor chinês Jacky Cheung. Um trecho da canção diz, em tradução livre: “Os jovens estão bravos, o céu e a terra estão chorando… Como foi que a nossa terra se tornou esse mar de sangue?” — vale citar que a canção tem quase a mesma idade do massacre, que completa 30 anos agora em junho.

Fonte: Gizmodo