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Xiaomi pode sair do Brasil

Por| 06 de Maio de 2016 às 12h25

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
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A história de amor da Xiaomi com o Brasil pode acabar sendo extremamente curta. De acordo com informações não-confirmadas que surgiram nesta sexta-feira (06), a empresa estaria se preparando para abandonar as operações por aqui devido à baixa venda de smartphones e apostas erradas no mercado nacional, que, aparentemente, não se adaptou bem à estratégia da empresa.

São diversos os motivos citados para a saída da empresa do país, e juntos eles formam um todo bastante negativo. Os principais seriam a atual situação econômica do Brasil, que freou os gastos dos consumidores com supérfluos – smartphones se encaixam aqui – e ainda motivou o fim da Lei do Bem, que garantia isenção de tributos para alguns modelos, como os da Xiaomi. Isso causou um aumento nos preços e reduziu um bocado a competitividade da empresa, que tem, justamente, os valores de seus aparelhos como um diferencial.

Além disso, o desempenho dos produtos seria outro fator determinante. No Brasil, a Xiaomi adotou as mesmas práticas da China, investindo em vendas apenas pela internet. Depois, fez uma parceria com a Vivo, para que um dos principais modelos, o Redmi 2, chegasse às lojas da operadora. Mais tarde, acabou cedendo ainda mais e colocando os dispositivos em todo o varejo, além de fazer uma parceria com a B2W para intensificar o varejo online. Nenhuma das iniciativas funcionou, e de acordo com os rumores, a fabricante teria um fluxo de apenas 10 mil celulares vendidos por mês, um número extremamente baixo.

Com isso, os estoques ficaram lotados, o que levou ao fim da produção de novos aparelhos em Jundiaí, onde a Xiaomi trabalhava com a Foxconn. Isso teria acontecido já há alguns meses, e para muitos funcionários, teria sido o primeiro sinal de que a coisa estava indo para o brejo. Supervisores e funcionários ligados à operação estariam deixando de comparecer ao trabalho e buscando recolocação no mercado.

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Junte a tudo isso problemas com o governo, mais especificamente, com órgãos regulatórios e o fisco. A Xiaomi teria recebido uma pesada multa da Receita Federal por classificar sua bateria externa, o Mi Power Bank, de forma incorreta. Enquanto isso, o componente não passou em testes preliminares da Anatel, e uma licença que permitia a venda enquanto verificações mais intensas ocorriam, foi suspensa pela agência. Com isso, o acessório também deixou de ser vendido, e os estoques também estariam cheios de produtos que podem nunca chegarem às prateleiras.

Com a situação na China também começando a se complicar, diante da concorrência com fabricantes menores e a dificuldade de se manter relevante em um mercado que começa a ser dominado pela Apple, a ideia seria cortar os custos. E, nesse meio, estaria a operação brasileira, que poderia ser encerrada já no início do segundo semestre, pouco mais de um ano depois da retumbante chegada ao país. Lá atrás, parecia que teríamos mais uma grande companhia atuando por aqui. O passar do tempo, entretanto, mostrou que não é bem assim.

Oficialmente, a Xiaomi negou os rumores de que estaria prestes a sair do Brasil, citando os recentes investimentos na expansão de pontos de venda como prova disso. Além disso, afirma que a continuidade da produção local é uma decisão tomada caso a caso, de acordo com a demanda e o tipo de aparelho. Enquanto uma decisão sobre as políticas de incentivo fiscal para produtos montados por aqui não é tomada pelo governo, a fabricante diz não saber se continuará com esse tipo de operação no país.

Fonte: Manual do Usuário