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Huawei já é independente de componentes fabricados nos EUA

Por| 02 de Dezembro de 2019 às 12h14

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Forbes
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Apesar de ainda combater o banimento comercial imposto pelo governo dos Estados Unidos e tentar conseguir exceções junto a parceiras de software e distribuição, a Huawei já opera de forma independente de componentes fabricados no país, pelo menos no caso de seus dois principais produtos. Smartphones e equipamentos de implantação do 5G já são produzidos com peças de outros países, conforme aponta relatório publicado nesta semana.

A constatação é da consultoria de inteligência de mercado UBS e da Fomalhaut Techno Solutions, laboratório japonês de engenharia reversa. Juntos, eles analisaram dispositivos da Huawei e descobriram que os recentes smartphones de topo de linha da companhia, da linha Mate 30, já não contam com peças americanas. O mesmo também vale para estações-base do 5G, bem como modems e outros equipamentos.

O processo, inclusive, estaria em andamento há pelo menos sete anos, com o relatório citando preocupações da Huawei quanto a um iminente bloqueio dos Estados Unidos datando a partir de 2012. Lá atrás, ela já teria previsto os problemas e iniciado uma substituição de componentes, buscando novos parceiros e, em outros casos, investindo nas próprias capacidades de fabricação, criando chips sob medida que também poderiam ser vendidos a terceiros.

Como parte desse processo, a Huawei inaugurou uma divisão chamada HiSilicon, voltada para a fabricação de chips de rede, e encerrou contratos com companhias americanas como a Qorvo ou a Skyworks, por exemplo. A japonesa Murata entrou como fornecedora adicional, e por mais que uma das exceções concedidas pelo governo dos EUA permita o retorno dos negócios com a primeira, a fabricante já consegue seguir de maneira independente caso necessário.

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A Broadcom também perdeu o contrato de fornecimento de chips Wi-Fi e Bluetooth para a chinesa, que agora depende dos próprios componentes para isso. A Huawei também estreitou seus laços com a TSMC ao longo dos anos, tanto na fabricação de componentes que também saem das unidades da HiSilicon como criando modelos desenhados por ela, mas cuja fabricação é terceirizada.

Toda essa mudança, por mais que esteja acontecendo há anos, não fez com que tudo corresse bem. A infraestrutura 5G, mais recente, foi a principal afetada pelo banimento. A Huawei hoje tem 28% do mercado global de implementação da tecnologia, mas uma capacidade de produção de estações-base mais baixa do que a demanda. Hoje, são cinco mil unidades saindo todos os meses das linhas de montagem, com a empresa investindo para elevar esse total a 125 mil até o final do ano que vem, como forma de arrebanhar mais clientes e ampliar o domínio.

Outro ponto de tensão é o sistema operacional Android, com o relatório citando a Huawei ainda bem longe de um ponto de virada nesse que é o fator essencial para sua estratégia com smartphones. Atualmente, ela busca uma exceção do governo dos Estados Unidos, que ainda não foi dada mas também não foi negada, para poder usar os serviços da Google no sistema operacional, mantendo acesso à Play Store, Gmail, Mapas e outros recursos do tipo. O substituto Harmony OS está sendo desenvolvido e estaria quase pronto para a ação, mas careceria desse tipo de suporte, principalmente entre os desenvolvedores de aplicativo.

De acordo com o relatório, US$ 11 bilhões foram gastos ao longo de todo o ano de 2018 com esse processo de adequação e independência de partes e softwares americanos. É dinheiro que poderia estar indo para companhias dos EUA, como apontado pelo próprio vice-presidente sênior e diretor de cibersegurança da Huawei, John Suffolk. Segundo ele, a empresa adoraria continuar a trabalhar com as companhias do país, mas essa decisão foi tirada de suas mãos, e com isso, o dinheiro também foi revertido para fora destas fronteiras.

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Fonte: The Wall Street Journal, Phone Arena