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Comparativo Poco X3 GT x Moto G100: mais câmeras justificam o preço?

Por| Editado por Léo Müller | 01 de Fevereiro de 2022 às 11h14

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Danilo Berti / Canaltech
Danilo Berti / Canaltech

Xiaomi e Motorola são duas empresas bem conhecidas por lançar vários celulares no mercado, o que dificulta na hora de escolher um. Para ajudar, o Canaltech montou um comparativo entre uma opção de cada marca: o Motorola Moto G100 e o Poco X3 GT.

A proposta de cada um deles é atingir um público mais exigente, que quer um dispositivo para jogar e que também não deixa a desejar em aspectos gerais. Para isso, eles embarcam tecnologias modernas e um hardware potente.

Mas qual deles se sai melhor em um conjunto geral? Será que a quantidade de câmeras do Motorola justifica a sua compra ou a tela com mais taxa de atualização do Poco X3 GT leva a melhor? Confira esse embate dos dois celulares e veja qual atende melhor a sua necessidade.

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Design e Construção

Os dois telefones são construídos em plástico — um movimento adotado por muitas fabricantes para reduzir os custos de produção e, consequentemente, oferecer um celular mais barato e acessível para quem não liga tanto para a estética.

No Moto G100, o acabamento é feito com uma pintura fosca, enquanto o Poco X3 GT aposta em um visual mais espelhado, com efeitos brilhantes que, mesmo com a construção simples, dão um aspecto mais premium para o aparelho.

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Além disso, o visual do módulo retangular que abriga os sensores de câmera no celular da Xiaomi também dá um acabamento mais sofisticado, digno de modelos topo de linha, enquanto o Moto G100 chega com uma moldura dividida em duas partes: uma quadrada, que envolve as lentes, dentro de uma retangular, que inclui os demais sensores de auxílio.

Os dois aparelhos contam com um sensor de impressões digitais localizado na lateral, acoplado à tecla de energia. Isso facilita bastante na hora de desbloquear o telefone e melhora a pegada.

Na frente, o celular da Motorola é recortado por dois furos no display. Eles ficam na lateral superior esquerda e dão espaço para a dupla de câmeras frontais. Já o Poco conta com apenas um buraco, centralizado na parte de cima da tela — algo comum em vários modelos, seja intermediário ou topo de linha.

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Em relação às dimensões, o Moto G100 é consideravelmente maior e mais estreito com medidas de 168,38 x 73,97 x 9,69 mm, e também é mais pesado, com 203 gramas. Já o Poco mede 163,3 x 75,9 x 8,9 mm e pesa 193 gramas — o que não chega a ser leve, mas também não é pesado.

Uma vantagem do Poco X3 GT é que ele apresenta a certificação IP53 de resistência à água, enquanto o Moto G100 não possui qualquer garantia contra líquidos ou poeira.

No entanto, o Poco peca em não entregar um conector dedicado para fones de ouvido e você precisa utilizar um modelo com cabo USB-C ou apelar para o Bluetooth. Já o Moto G100 tem a porta para plugue de 3,5 mm, o que facilita na hora de ouvir música no fone com fios ou caixa de som.

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Tela

A tela do Poco X3 GT e a do Moto G100 tem alguns aspectos parecidos, apesar de um se sobressair em relação ao outro em algumas especificações.

Para começar, ambos são equipados com um display IPS LCD, mas o Moto G100 tem um painel de 6,7 polegadas com resolução de 1080 x 2520 pixels, densidade de 409 ppi e taxa de atualização de “apenas” 90 Hz.

Já o Poco X3 GT tem uma tela de 6,6 polegadas com resolução de 1080 x 2400 pixels e densidade de 399 ppi. Ele leva vantagem, no entanto, ao oferecer um display com resposta mais rápida, graças à taxa de atualização adaptativa de 120 Hz.

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Outra vantagem do modelo da Xiaomi é a proteção com o vidro Gorilla Glass Victus, que garante uma resistência maior contra arranhões ou impactos. O Moto G100, mais uma vez, não oferece um certificado do tipo.

Configuração e Desempenho

Os dois aparelhos são bastante diferentes nesse aspecto. O Poco X3 GT conta com um chipset com processador mais veloz. Seu Dimensity 1100 possui quatro núcleos Cortex-A78 de 2,6 GHz e quatro Cortex-A55 de 2,0 GHz. O desempenho gráfico fica por conta da GPU Mali-G77.

O Moto G100, por sua vez, é equipado com o Snapdragon 870, que oferece 1 núcleo Kryo 585 de 3,2 GHz, três Kryo 585 de 2,42 GHz e quatro Kryo 585 de 1,80 GHz. Já a placa gráfica é uma Adreno 650.

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Em compensação, o Moto G100 oferece uma combinação melhor de memória RAM e armazenamento interno, com 12 GB + 256 GB, enquanto o Poco X3 GT conta com 8 GB + 256 GB. O celular da Xiaomi também perde por não oferecer memória expansível com microSD, que está presente no rival.

Ambos os telefones já estão habilitados para aceitar a rede 5G, então essa é uma vantagem que os dois terão assim que a rede móvel da nova geração começar a ser implementada de forma mais ampla ao redor do Brasil.

Usabilidade

O sistema, é claro, é bem diferente nos dois telefones. Isso porque o Poco X3 GT conta com a interface da MIUI, que é conhecida por ser bem carregada com modificações e recursos próprios da chinesa. Do outro lado, o Moto G100 possui um visual mais limpo, sem grandes modificações visuais — algo pelo qual a Motorola já é conhecida há gerações.

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Mas isso não quer dizer que o telefone da Motorola não possui suas vantagens. Ele conta com alguns aplicativos e recursos próprios da marca, como os gestos para abrir a câmera ou acender a lanterna de acordo com o movimento da mão.

Já o Poco conta com uma versão levemente modificada da MIUI para celulares da subsidiária. Isso quer dizer que alguns recursos específicos podem não estar presentes, como os Super Wallpapers da Xiaomi.

De qualquer forma, a interface leva o mesmo design padrão da chinesa, com área de notificações separada do painel de configurações rápidas.

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O novo Centro de Controle também dá um aspecto mais agradável ao telefone — algo bem parecido com o que é visto nos celulares da Apple. Nele, você consegue gerenciar de forma rápida algumas configurações do aparelho, como conexões Wi-Fi, móvel e Bluetooth ou até mesmo acender e apagar a lanterna.

Por fim, ambos já estão com o Android 11 instalado, e o Poco X3 GT conta com a versão 12.5 da MIUI.

Câmera

O conjunto de câmeras dos dois modelos é bem parecido, com algumas vantagens para o Moto G100, que conta com mais lentes e mais resolução.

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Ele possui um trio de sensores na traseira com uma câmera principal de 64 MP com abertura f/1.7, auxiliada por uma ultra-wide de 16 MP e f/2.2 e uma de profundidade com 2 MP e abertura f/2.4. A configuração ainda inclui um sensor ToF para medir a distância entre o celular e o objeto em destaque para aplicar melhor o efeito de profundidade.

Em geral, essas especificações são o suficiente para oferecer imagens bem aceitáveis, conforme mostramos em nosso review sobre o aparelho. Ele sofre um pouco para obter imagens com pouca iluminação, mas nada que estrague a qualidade da fotografia.

Para selfies, ele conta com duas câmeras frontais — uma “extravagância” muito útil para permitir que o celular tire fotos de uma única pessoa ou de um grupo de pessoas com uma qualidade surpreendente para o segmento. A lente principal tem resolução de 16 MP com abertura f/2.2, e a segunda é uma ultrawide de 8 MP com abertura f/2.4.

Já o Poco X3 GT conta com uma câmera principal de 64 MP com abertura f/1.8, auxiliada por uma ultrawide de 8 MP e f/2.2 e uma macro de 2 MP e f/2.4.

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A ausência de uma lente dedicada para profundidade faz com que o celular tenha que apelar para o software para aplicar um efeito de desfoque, mas até que a Xiaomi trabalha bem neste sentido. No geral, as fotografias neste modo contam com um recorte aceitável, mas pode haver algumas falhas dependendo do cenário.

Nossa análise também mostrou que ambientes com muita iluminação natural podem “estourar” o branco e deixar a imagem muito clara. Mas a configuração no modo Pro pode ajudar a corrigir essa falha.

Veja, abaixo, exemplos de fotografias tiradas com os dois celulares:

Fotos tiradas com o Moto G100:

Fotos tiradas com o Poco X3 GT:

Sistema de Som

O sistema de som do Moto G100 é um dos seus principais pontos negativos. Isso porque, por se tratar de um celular que beira o segmento flagship, era esperado que a Motorola tivesse um carinho maior com os consumidores neste quesito.

O celular entrega uma configuração mono, o que pode ser uma decepção para quem gosta de ouvir músicas no alto-falante do celular.

Claramente, este é um quesito em que o ponto vai para o Poco X3 GT, que não só conta com som estéreo, mas entrega três saídas de áudio — uma na parte inferior, uma na parte superior e uma terceira no alto-falante de ligações. Isso é excelente para criar uma imersão maior durante a reprodução de jogos ou de filmes e séries.

No entanto, o Poco falha em não ter conector dedicado para fones de ouvido, o que força o usuário a conectar um acessório pela entrada de energia e ficar sem possibilidade de carregar o telefone enquanto ouve música. A saída é comprar um vestível com conexão Bluetooth, o que pode não ser viável para todos.

Bateria e Carregamento

A bateria é igual nos dois modelos — são 5.000 mAh. No entanto, o gerenciamento de energia de cada processador faz a diferença na hora de ver qual tem uma melhor autonomia.

Nos nossos testes, por exemplo, um uso moderado de cada um mostrou que o Poco X3 GT pode chegar a um dia de uso ou ultrapassar essa marca com um uso mais baixo. Já o Moto G100 promete mais e pode chegar tranquilamente a dois dias de uso.

No entanto, nosso teste padrão — que envolve a reprodução de conteúdos em streaming — os dois tiveram exatamente a mesma performance. Uma sessão de três horas de filmes ou séries na Netflix consumiu apenas 14% da carga tanto no Poco quanto no Moto.

Dessa forma, é estimado que os dois tenham uma autonomia parecida se utilizados nas mesmas condições.

O tempo de carregamento já é um ponto forte no POCO X3 GT. Para ir de 5 a 100% o modelo leva apenas 40 minutos, graças ao carregamento rápido de 67W.

Do outro lado do campo, o Moto G100 sofre com um carregador de 20W, o que pode fazer com que ele demore quase duas horas para ter a carga completamente abastecida.

Você prefere câmeras melhores ou carregamento mais rápido?

A escolha pelo melhor aparelho entre o Poco X3 GT e o Moto G100 depende muito do que você espera de um telefone. Se eu tivesse que escolher entre um dos dois e não precisasse me preocupar com o quanto que eu gastaria, eu iria sem medo no celular da Motorola.

Isso porque, apesar de os testes de desempenho dos dois chipsets mostrarem que o Dimensity 1100 tem um desempenho melhor do que o Snapdragon 870, o Moto G100 oferece mais memória RAM e isso, aliado ao processador, pode ajudar bastante na hora de executar várias tarefas.

A câmera também é, indiscutivelmente, melhor no Moto G100. Ele não só entrega um sensor de selfies a mais, como trabalha melhor com as lentes traseiras e inclui um sensor ultra-wide de 16 MP, enquanto o do Poco é de 8 MP. A ausência de uma câmera de profundidade no celular da Xiaomi também pesa bastante neste quesito.

O preço é um aspecto negativo. O Moto G100 é encontrado em uma faixa de R$ 2.700 a R$ 3.000, enquanto o Poco X3 GT fica na faixa de R$ 1.900 a R$ 2.400. Mas o fato de o aparelho só ser encontrado por meio de importação também influencia bastante nesse preço.

A vantagem do Poco é quanto ao carregamento, que garante uma carga completa em menos de uma hora enquanto o Motorola leva quase duas no processo.

Além disso, quem gosta de jogar pelo celular vai gostar mais do smartphone da Xiaomi, já que ele oferece uma taxa de atualização mais rápida na tela — ideal para quem curte games fps, como Free Fire ou CoD Mobile.