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Bose QuietComfort 15: isolamento ativo, mas sofre com "certos tipos de música"

Por| 05 de Fevereiro de 2014 às 18h44

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Bose QuietComfort 15: isolamento ativo, mas sofre com "certos tipos de música"
Bose QuietComfort 15: isolamento ativo, mas sofre com "certos tipos de música"

Embora não seja uma regra geral, adicionar recursos ou focar em performance resulta em uma perda de praticidade. É o que acontece com notebooks gamers, por exemplo: trazem configurações dignas de um desktop parrudo, mas oferecem uma péssima autonomia de bateria. Fones de ouvido com isolamento ativo são um caso semelhante, sendo caríssimos pesos de papel se não houver uma pilha AAA por perto.

Esse é o caso do Bose QuietComfort 15, um dos modelos mais avançados da empresa disponíveis no Brasil, cujo diferencial mais marcante é o seu sistema ativo de isolamento de ruído. A qualidade sonora, como veremos mais adiante, não é tão especial quanto o preço cobrado por ele pode sugerir, como um aluno que não se destaca em nenhuma disciplina, passando com uma nota média em todas as matérias. Mas hey: pelo menos ele não repete de ano.

Vamos primeiro explorar um pouco o isolamento acústico. Ao contrário dos modelos que isolam ruídos externos devido à sua construção física (o que também é conhecido como isolamento passivo), caso de modelos intra-auriculares ou headphones fechados, o isolamento ativo não depende do formato do fone para funcionar. Ele é um sistema embutido dentro do fone de ouvido que bloqueia qualquer som que não seja gerado pelos drivers dentro das conchas.

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Imagine que dentro do fone há um circuito dedicado a bloquear ruídos externos (daí vem a necessidade de uma pilha), este responsável por gerar um comprimento de onda contrário ao externo usando o conceito de ondas destrutivas. Esse sistema funciona mesmo quando o fone não está reproduzindo nenhuma música, já que é um sistema separado. Porém, no caso do QuietComfort 15 e de virtualmente qualquer modelo com isolamento ativo, não é possível escutar músicas sem uma pilha para sustentar esse sistema.

Tratando-se do Quiet Comfort 15, temos espaço para somente uma pilha, ao contrário dos modelos Beats Audio mais avançados que suportam duas. Ficamos com ele por algum tempo e não precisamos trocar a pilha inclusa na embalagem mesmo depois de várias horas escutando músicas, mas estimamos que uma pilha comum não consiga sustentar mais do que 30 horas de reprodução de áudio, um valor bastante inconveniente para quem pretende utilizá-lo com frequência, mas que não foge do padrão.

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E a qualidade sonora? Praticamente a mesma do AE2, o que é frustrante. Há um padrão que observamos em todos os fones da Bose que analisamos até agora: a capacidade de reproduzir qualquer frequência com perfeição, sem distorções, e a "pouca aptidão" em reproduzir graves com a profundidade merecida, algo que afeta desde os "básicos" (afinal, um modelo básico que custa mais de R$ 600 merece aspas), até os mais avançados, como o QuietComfort 15.

Porém, no caso do QuietComfort 15 tem um problema adicional, que esperamos, sinceramente, que seja um problema da unidade que recebemos: algumas músicas com graves mais pesados ficam distorcidas. Músicas como "Stratus - Alarm", "The Crystal Method - Keep Hope Alive" e "Disturbed - Stricken" até doem no ouvido nas partes mais graves, mas estas são músicas com trechos realmente recheados de baixas frequências.

São apenas algumas músicas, mas de qualquer forma é decepcionante investir mais de R$ 1.000 em um modelo de uma marca altamente reconhecida que, bem, não é capaz de reproduzir algumas músicas, em especial para aqueles usuários que gostam de música eletrônica, big beat, trance e similares. Entre ele e o AE2, preferimos o AE2, pois mesmo sendo mais barato, ele não falha em nenhuma situação.

Deixamos escapar o preço no parágrafo anterior em uma forma educada de desabafo, e sinceramente não acreditamos que ele seja um modelo com bom custo-benefício, mesmo considerando um certo relativismo de preços por ser um Bose. Qualquer fone que passe a marca dos R$ 1.000 (cerca de R$ 1.400, aproximadamente) deve ser, no mínimo, capaz de reproduzir qualquer tipo de música sem falhas. Não é o caso.

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Ainda que ele seja confortável (mesmo com quase 200 gramas de peso), encaixando bem na cabeça e com um formato que não faz qualquer tipo de pressão nos ouvidos, mesmo para quem usa óculos, é imperdoável que ele apresente esse problema. Como dissemos, pode ser que a amostra que recebemos estivesse com algum tipo de problema (algo que não é raro em empréstimo de equipamentos), mas se for uma característica comum nesse modelo, acredite, existem modelos que custam metade do preço e se saem melhor, mas muito melhor.

Por último, destacamos os itens extras inclusos, como a pilha AAA, já mencionada, uma bolsa para transporte e um segundo cabo P3 (com microfone) para fazer chamadas. Este é certificado para iPhone e iPad, mas também funcionou em dispositivos BlackBerry, Android e Windows Phone. Há também um adaptador para conectores de avião (com dois pinos), o que o torna ideal para viagens longas. Claro, desde que você não queira escutar "certos tipos de músicas".