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Dona do Pornhub, Mindgeek está processando pirateiros na Suécia

Por| 26 de Fevereiro de 2020 às 15h07

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Dona do Pornhub, Mindgeek está processando pirateiros na Suécia
Dona do Pornhub, Mindgeek está processando pirateiros na Suécia

A Mindgeek, empresa por trás do maior site de vídeos adultos do mundo — o Pornhub — pode ter uma imagem bastante casual frente ao mercado global, já que é um dos poucos canais do gênero que é coberto pela mídia mainstream. Entretanto, a companhia também tem as suas batalhas legais e não economiza recursos nesse aspecto.

Prova disso é uma pesquisa recente feita em caráter informal pelo site TorrentFreak, que consultou os registros públicos da justiça sueca e descobriu que a empresa, por meio de sua subsidiária MG Premium, obteve oito aplicações de identificação para 16.594 endereços de IP. A MG Premium está usando essa documentação para ir atrás de pessoas que compartilhem ilegalmente seus conteúdos por meio do BitTorrent, com “ofertas de acordo judicial amigável”. Leia-se: “pague um valor ‘X’ pelo que você fez a nós ou nos vemos no tribunal”. Um documento mostrado pelo TorrentFreak mostra um acordo de 7 mil kronas suecas (pouco mais de US$ 700, ou R$ R$ 3.073). Pode parecer pouco, mas imagine cada filme pornô pirateado.

A proteção aos direitos intelectuais de uma produção — qualquer produção, inclua aí filmes adultos — é um direito de qualquer cidadão ou empresa. E mesmo com a percepção generalizada de que, na internet, ninguém paga por pornografia, a realidade é outra: existe uma indústria enorme por trás disso, uma que movimenta, segundo o Yahoo Finanças, entre US$ 6 bilhões e US$ 15 bilhões ao ano. Por estudo da consultoria alemã Statista, 4% de toda a internet é constituída de pornografia, com 33% das buscas online relacionadas ao tema entre desktop e dispositivos móveis.

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E muito disso é da Mindgeek: além do Pornhub, a empresa é dona dos sites YouPorn, Redtube, Tube8, Xtube, fora as produtoras que ela comprou, como Brazzers e Reality Kings. Por isso, a companhia é conhecida no meio por ser, digamos, perseguidora de internautas em vários países: nos EUA, por exemplo, foram identificados 250 milhões de pedidos de registro de propriedade intelectual em nome da empresa ou de alguma de suas subsidiárias.

A Mindgeek defende a prática, dizendo que suas ações visam coibir a pirataria. E servidores em países escandinavos tendem a ser mais protetivos das informações de seus usuários (por isso a Suécia). Segundo o provedor de internet banda larga sueco Banhof, porém, a medida é vista por muitos como chantagem: o provedor defende que as conexões são, muitas vezes, compartilhadas entre os vários membros de uma casa, algo que a Mediageek ignora ao atacar com um processo a todos os nomes atrelados à aquela conexão.

O Banhof, porém, acha que a empresa usa desse artifício para gerar um lucro por outra fonte que não as suas próprias produções.

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Há quem argumente que basta usar um serviço de rede privada virtual (VPN), já que empresas que oferecem esse recurso não costumam armazenar logs de acesso, impedindo que a Mindgeek identifique usuários pelo endereço de IP. Porém, é importante lembrar que a Mindgeek também é dona de empresas de VPN: a AppAtomic, a empresa por trás do VPNHub, é uma de suas subsidiárias.

Se a estratégia da Mindgeek vai dar certo ou não, ninguém sabe ainda: vai demorar alguns meses até que as ações na Suécia tragam seus devidos números, então só podemos esperar para ver qual o caminho que isso deve tomar.

Fonte: TorrentFreak; Yahoo! Finance; Statista