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Google e Meta são multados na Rússia por conteúdo "proibido"

Por| Editado por Claudio Yuge | 29 de Dezembro de 2021 às 13h34

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Greg Bulla/Unsplash
Greg Bulla/Unsplash

Um tribunal de Moscou aplicou ao Google uma multa de quase US$ 100 milhões (R$ 562 milhões) e à Meta (ex-Facebook) uma de US$ 27 milhões (R$ 151 milhões), informou a AFP. Esta é a maior multa já aplicada às duas empresas na Rússia.

O tribunal disse que o Google e a Meta "ignoraram várias exigências" para remover materiais que incitam o ódio religioso e promoveram pontos de vista de "organizações extremistas e terroristas", entre outras violações. As duas gigantes da internet negaram as acusações.

A ofensiva vem de um histórico dos últimos anos do governo russo contra empresas de tecnologia ocidentais, sob os pretextos de proteger menores de idade e combater o extremismo para reprimir a dissidência política e controlar narrativas na internet do país.

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Na quinta-feira (23), o Twitter recebeu uma multa de 3 milhões de rublos (US$ 40 mil, ou R$ 225 mil) depois que as autoridades russas começaram a restringir seus serviços, sob acusações semelhantes às do Google e Meta.

"Estudaremos os documentos do tribunal e decidiremos os próximos passos", disse o serviço de imprensa do Google à AFP. A Meta não comentou.

Censura

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Antes das eleições parlamentares em setembro, o governo russo bloqueou doze sites ligados ao crítico preso do Kremlin Alexei Navalny, cujas organizações foram proibidas na Rússia como "extremistas".

O órgão regulador do país também ordenou que o Google e a Apple removessem um aplicativo dedicado à campanha "Votação Inteligente" de Navalny, que aconselhou os apoiadores a votar para destituir políticos alinhados ao Kremlin.

Os gigantes do Vale do Silício cumpriram os pedidos russos. Segundo fontes disseram à AFP, as decisões vieram depois que as autoridades ameaçaram prender funcionários locais. Também houve bloqueio a dezenas de sites ligados a Navalny.

Como parte de seus esforços para restringir as mídias sociais estrangeiras, a Rússia baniu em setembro seis grandes provedores de VPN, incluindo a Nord VPN e a Express VPN. Também introduziu uma nova lei exigindo que smartphones, computadores e outros aparelhos vendidos no país venham com software e aplicativos domésticos pré-instalados.

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A Rússia pretende ainda colocar em prática uma internet própria controlada pelo governo. O projeto, que custou US$ 300 milhões, tem como justificativa se desconectar das outras redes para se precaver de uma possível guerra cibernética, mas sofre críticas por dar ainda mais poder ao governo russo sobre o que a população pode ou não ver online.

Fonte: AFP (via Yahoo)