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Apple volta a fazer oferta pela divisão de chips da Toshiba

Por| 31 de Agosto de 2017 às 12h23

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Apple volta a fazer oferta pela divisão de chips da Toshiba
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A Apple se uniu a um consórcio formado por empresas de investimentos, bancos e fabricantes de componentes em uma oferta de última hora pela divisão de chips da Toshiba. De acordo com as informações ainda não confirmadas, as empresas teriam oferecido um montante de US$ 18,2 bilhões pelo setor, entrando no final do processo de recebimento de propostas pela empresa japonesa.

Fazem parte dessa aliança a firma de investimentos Bain Capital, a fabricante sul-coreana de chips SK Hynix (que fornece módulos de memória RAM para o iPhone) e bancos japoneses, que dividirão os gastos com a aquisição, se confirmada. O negócio pode ser fechado ainda nesta quinta-feira (31), data que os acionistas da Toshiba fixaram como a limite para recebimento de propostas e fechamento da venda.

As companhias também dividem o montante investido. A Bain Capital e a SK Hynix ficam com a maior parte, investindo 9,9 bilhões, enquanto a Apple entraria com US$ 3,6 bilhões. Os bancos japoneses não identificados seriam responsáveis pelo restante do montante. A expectativa é que a própria Toshiba também entre no negócio, aplicando uma pequena parcela de forma a manter alguma propriedade sobre sua divisão de chips.

Essa última, inclusive, é uma alternativa que agrada bastante ao governo japonês, que já demonstrou sua intenção de aumentar o escrutínio caso o setor, que é parte de uma das companhias mais tradicionais do país, seja totalmente vendido para o capital estrangeiro. A presença de bancos nipônicos e também da própria Toshiba deve acalmar esses ânimos.

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A oferta de última hora também vem em um momento complicado, no qual as relações entre Toshiba e Western Digital estariam esfriando. A empresa é uma das principais interessadas na divisão de chips, mas sua participação no negócio acabou envolta em problemas que levaram até mesmo a um processo na justiça, que pode acabar dificultando o andamento da venda.

O principal problema aqui está relacionado à aquisição da SanDisk. A marca era de propriedade da Toshiba e foi vendida para a Western Digital em maio do ano passado, o que permitiu que a empresa americana fosse à justiça na tentativa de evitar que outras propriedades da empresa japonesa fossem vendidas em sua anuência. A companhia alega pressão indevida do governo japonês, que estaria tentando impedir o negócio com uma empresa americana, e o fato de que sua oferta teria sido ignorada, mesmo sendo maior que a de outros interessados.

Para a Apple, a participação no negócio tem a ver com interesses de longo prazo. Possuir, mesmo que apenas uma parte, de uma fabricante de chips permite que ela reduza sua dependência de outros fornecedores nesse setor, principalmente a Samsung, que apesar de grande parceria na fabricação de componentes, é também sua grande rival no mercado consumidor.

Mais do que isso, seria também uma forma de reduzir custos e evitar vazamentos, controlando diretamente mais uma parte de sua cadeia de produção. E tudo indica que o negócio vai gerar frutos, uma vez que, anteriormente, a Toshiba já havia mostrado interesse em negociar com a Bain Capital, também pela presença de investidores japoneses como parte do fundo internacional.

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Caso o negócio não seja fechado, esta será a segunda deadline perdida. A empresa nipônica inicialmente gostaria de ter chegado a um comprador até o final de junho, e agora encerra o segundo ciclo de negociações neste dia 31 de agosto. O tempo é curto e a situação fica cada vez mais apertada, principalmente quando se leva em conta que o dinheiro da venda da divisão de chips deve ser usado para acertar o prejuízo decorrente do envolvimento fracassado da Toshiba em usinas nucleares que foram à falência.

Mais do que isso, se falhar para chegar a um acordo ao longo das próximas semanas, não haverá tempo para que todas as autorizações regulatórias sejam emitidas até março do ano que vem, quando a Toshiba encerra mais um ano fiscal. E o resultado disso seria mais um período de perdas e números negativos, podendo levá-la, inclusive, a deixar a Bolsa de Tóquio.

Por enquanto, entretanto, nada de informações oficiais. Nenhuma das envolvidas no negócio se pronunciou sobre o assunto, enquanto a Toshiba continua afirmando que as negociações correm em sigilo, com o negócio sendo anunciado apenas após sua finalização.

Fonte: Reuters