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Antes de acordo com Qualcomm, Apple considerou comprar divisão 5G da Intel

Por| 26 de Abril de 2019 às 22h00

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Antes de firmar um acordo com a Qualcomm, a Apple considerou comprar a divisão de chips de modem para smartphones da Intel, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Wall Street Journal.

As negociações foram interrompidas no período em que Qualcomm e Apple discutiam um acordo. Na última semana, a fabricante dos iPhones cedeu e conseguiu um acordo de licenciamento, além de assinar um contrato de fornecimento de chipsets por vários anos.

Com o acordo entre as rivais, a Intel desistiu da fabricação de modems 5G para smartphones. A empresa tinha previsto o lançamento da tecnologia para o segundo semestre de 2019. "À luz do anúncio da Apple e da Qualcomm, avaliamos as perspectivas de ganhar dinheiro ao criar essa tecnologia para smartphones e concluímos, no momento, que simplesmente não havia um caminho", disse o CEO da Intel, Bob Swan, ao WSJ.

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De acordo com a publicação, a Intel busca alternativas para o negócio de modems: um acordo pode resultar em alguns bilhões de dólares para a empresa. Uma possível venda para a Apple ou outra empresa ainda não foi descartada, por sinal. A compra do negócio de chips de modems da Intel seria uma das maiores aquisições da Apple até agora, com nível similar ao da compra da Beats Electronics em 2014 por US$ 3 bilhões.

Segundo o analista da TF International Securities, Ming-Chi Kuo, a Apple deve lançar um iPhone com modem de 5G somente em 2020. De acordo com o site CNBC, o analista, que frequentemente faz previsões sobre novos produtos da Apple, disse que a Qualcomm era uma das únicas empresas que poderia fornecer os modems.

Pouco antes do anúncio conjunto da Apple e da Qualcomm, a CNBC informou que a gigante chinesa de smartphones Huawei também anunciou que estaria "aberta" à venda de chips 5G para a Apple. No entanto, se a Apple comprasse o negócio de modem 5G da Intel, poderia conduzir o processo de fabricação internamente — não é segredo que a Apple prefere controlar o quanto for possível do seu processo de iPhones.

Os modems 5G revolucionarão o mercado. Eles serão o primeiros a reconhecer todas as frequências existentes de 5G, além de dar suporte a redes 4G, 3G e 2G, tornando-se o primeiro chip do mundo a oferecer suporte a todas essas redes em um único pacote.

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Disputas entre Qualcomm e Apple

Em março, uma das brigas judiciais entre Qualcomm e Apple chegou ao fim quando a justiça norte-americana decidiu que a Apple violou três patentes da fabricante de chipsets.

As três patentes em questão incluíam: uma função que permite a um smartphone conectar-se rapidamente à internet depois que ele for ligado; o processo de integração entre um modem e processador para que trabalhem juntos para lidar com o download de aplicativos; e, por fim, uma que cobre o processamento gráfico e a duração da bateria.

A Qualcomm, que entrou com a ação em julho de 2017, alegou que a Apple usou sua tecnologia sem permissão em algumas versões de seus populares iPhones. A empresa conseguiu que a Apple lhe pagasse uma quantia de US$ 31 milhões pelo uso das patentes.

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Esta não era a única disputa das empresas, mas ambas resolveram encerrá-las com um acordo neste mês. Os analistas do mercado consideraram o acordo outra vitória para a Qualcomm porque ele prevê não apenas o pagamento de uma quantia não revelada pela Apple referente a licenciamentos devedores, como ainda as companhias fecharam um contrato de seis anos (extensível para mais dois) envolvendo licenciamento e fornecimento de chips Qualcomm para a Apple.

Com o acordo acertado, uma das principais dúvidas que ficaram foi como seria esse novo contrato de licenciamento, já que foram exatamente os valores de licenças que fizeram com que a Qualcomm processasse a Apple. Isso porque, no contrato anterior das empresas, foi fixada uma porcentagem a ser paga como licenciamento, só que a Apple pagou essa porcentagem baseada no preço do chip de modem que a Qualcomm fornecia para ela (no valor de US$ 20 cada chip) e o que a Qualcomm esperava receber era uma porcentagem em cima do preço final do iPhone.

Segundo pessoas ligadas ao processo, a Qualcomm estava exigindo da Apple o pagamento de um valor de US$ 7,50 por iPhone vendido como valor de licenciamento, e a Maçã estava pagando algo bem abaixo disso e cujo valor exato não foi revelado — mas um cálculo simples permite determinar que o valor pago pela Apple era de apenas US$ 0,24 por iPhone vendido. Confira nesta matéria do Canaltech.

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Apesar da "derrota", o acordo foi o caminho encontrado pela Apple para não ficar atrás da concorrência na transição de seus aparelhos para a rede 5G: a Qualcomm não iria negociar com ela enquanto o processo entre as empresas estivesse em andamento, a Intel (até então a única fornecedora de modems para os iPhones) possivelmente não conseguiria lançar seu chip 5G até 2021, e as outras fabricantes que já possuíam essa tecnologia também não eram uma opção existente, já que a Samsung utilizará todos os chips produzidos em seus próprios aparelhos, a Huawei está proibida de vender qualquer equipamento de telefonia para os Estados Unidos sob suspeita de espionagem, e os chips da MediaTek não possuem a qualidade exigida por um iPhone.

Assim, a Apple “engoliu” o orgulho e “perdeu” a disputa com a Qualcomm, chegando a um acordo que colocava a fabricante de chips em posição de vantagem.

Fonte: Business Insider