AMD perde um de seus principais fornecedores de chips da próxima geração
Por Eduardo Hayashi | 28 de Agosto de 2018 às 12h47
Depois de ter confirmado recentemente vai focar mais na produção de processadores sob o processo de 7 nanômetros para a próxima geração, a AMD perdeu uma de suas maiores parceiras nessa empreitada.
A GlobalFoundries, fabricante responsável pelos atuais modelos chips Ryzen e Radeon, anunciou de forma inusitada que encerrará todos os seus trabalhos envolvendo o desenvolvimento de componentes que utilizam litografia de 7 nm. Além disso, a companhia também comentou que não tem planos para trabalhar em chips de 5 e 3 nm.
"Tirar o fardo de investir na vanguarda permitirá à GlobalFoundries fazer investimentos mais direcionados em tecnologias que realmente importam para a maioria dos projetistas de chips em mercados de rápido crescimento, como RF, IoT, 5G, industrial e automotivo", disse Samuel Wang, vice-presidente do Gartner, em comunicado à imprensa da GlobalFoundries.
Citando como principal barreira o lado financeiro, a empresa disse que simplesmente não tem condições de investir bilhões de dólares no desenvolvimento de novas linhas para acompanhar as suas principais rivais, como a Samsung e a TSMC. Com isso, a GlobalFoundries se manterá focada nos processos da geração atual de 12 e 14 nanômetros, além de revelar planos de ampliar as ofertas de componentes com essas tecnologias.
Mesmo depois da recente decisão inesperada da GlobalFoundries, a AMD assegurou que os fornecimentos dos chips de 7 nm não serão afetados, uma vez que os trabalhos com uma única fornecedora (no caso, a TSMC) tornará mais simples todo o processo de produção e logística dos novos produtos. Além disso, a GlobalFoundries permanecerá como uma das principais fornecedoras dos processadores de 12 e 14 nm para a AMD.
A linha de processadores de próxima geração da AMD é um passo importante para que a companhia alcance a Intel, uma vez que a sua principal rival de mercado ainda permanece com o foco no processo de fabricação de chips de 10 nm.
Passo maior que a perna
Em meados de 2017, a GlobalFoundries informou que os seus primeiros chips 7 nm chegariam em 2018. Além disso, a empresa também havia prometido que os semicondutores confeccionados com a tecnologia de EUV (ultravioleta extremo) seriam disponibilizados até 2019.
No entanto, a transição de tecnologia para o processo de 7 nanômetros representava um salto muito grande em relação aos atuais métodos de produção e teriam demandado da companhia um investimento de cerca de US$ 10 bilhões para a conclusão de uma única linha de produção.
Ao que parece, a decisão de encerrar o desenvolvimento do processo de 7 nm estaria relacionado ao posicionamento cético da Mubadala, uma das principais investidoras da GlobalFoundries, com sede nos Emirados Árabes Unidos, que certamente optou por não financiar a arriscada estratégia de transição tecnológica da fabricante.
Fonte: GlobalFoundries, AnandTech