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A humanização de tudo: a empatia como fonte de lucro

Por| 25 de Setembro de 2018 às 07h05

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A humanização de tudo: a empatia como fonte de lucro
A humanização de tudo: a empatia como fonte de lucro

O conceito de empatia é bem simples, segundo o próprio dicionário: capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, querer o que ela quer, apreender do modo como ela apreende etc. Na prática, ao fazer isso, nosso instinto natural de autopreservação recalibra as nossas engrenagens para adaptar a forma como agimos ou buscar uma solução para um possível problema.

Em outras palavras “se não entende, você não sente. Se você não sente, não entende”. E é sobre essa questão do “entender-sentir” e seus desdobramentos que vamos falar hoje.

Nós estamos na era do politicamente correto e chato?

Sim, nós estamos, e é melhor todo mundo se acostumar.

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O politicamente correto é chato apenas para quem está na posição opressora e não consegue exercer a empatia para entender o que é maléfico ao outro. Concordo com Nerdologia quando ele fala que, se para alguns isso parece a ditadura do politicamente correto, está tudo muito chato e não se pode falar nada, na realidade estamos apenas tendo mais empatia com o próximo, mais valor pela vida humana e sensibilidade pelas dores do outro. Por isso os desenhos infantis não têm mais cigarros e xingamentos e nem o merthiolate arde mais.

Durante uma entrevista para o Programa Pânico, na rádio, Leandro Rafe, do Choque de Cultura, profere a seguinte frase, que deveria ser bem simples de entender e fica no cerne da questão da empatia. Aspas: “Se ofende (ser chamado por um adjetivo pejorativo), não custa nada chamar a pessoa pelo nome que ela quer ser chamada”. Bonito, não? Existe aí o começo da empatia, onde para entender porque o outro se ofende, você precisa se colocar no lugar da pessoa para tentar sentir o que ela sente ao ser ofendida. Existe também o lado da prática, que não necessariamente precisa do entendimento do sentimento, mas apenas o bom senso de não ofender alguém.

Como chegamos aqui?

De forma sucinta: com o acesso ao conhecimento. Apesar de termos a sensação de que vivemos tempos sombrios, eles nem de longe se comparam ao passado. É só olhar como hoje não é mais tão comum mortes na guilhotina e enforcamentos públicos (embora a pena de morte ainda exista, mas isso é papo para outro texto). A tortura, por exemplo, já foi altamente comum, documentada e defendida durante uma boa parte da história da humanidade, e hoje somos completamente contra ela.

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No Otimista Racional entendemos que isso só foi possível graças ao surgimento da escrita e do crescimento do comércio, que nos permitiu ter acesso à mais histórias e ajudaram a humanidade a perceber e condenar a violência aumentando o circulo de pessoas que temos empatia.

Se a escrita e o comércio tiveram todo esse impacto, imagina a internet e os meios de comunicação que temos hoje, não é mesmo?

E isso muda a forma como trabalhamos nas empresas, com as tecnologias atuais e as futuras.

Como a empatia se desdobra no mundo digital e corporativo

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Nesse âmbito vemos o crescimento de diversos mindsets e ferramentas sendo abraçada pelas empresas que, no frigir dos ovos, têm a mesma origem: o humano no centro da experiência. E estamos falando tanto para funcionários quanto para clientes dessas empresas.

Basta olhar a quantidade de livros, palestras e cursos disponíveis sobre comunicação não violenta, user centric design, user experience, management 3.0, mindfullness e outra tantas técnicas para se chegar no santo graal da melhor experiência do usuário, seja ele quem for, esteja ele onde estiver.

Não à toa agora temos boas práticas de acessibilidade em produtos digitais, como permitir a leitura de ferramentas que verbalizam o conteúdo de sites e versões para daltônicos como no jogo League of Legends e no sistema operacional do Google, o Android.

Isso sem falar em iniciativas para criar algoritmos que não reflitam nossos preconceitos e viéses, e notícias como a do criador do Python tirando as palavras “mestre” e “escravo” da sua linguagem de programação.

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E por que isso é tão urgente?

Não consigo enxergar esse fato como algo ruim, mesmo que pareça restrito e chato demais. E precisamos trazer cada vez mais esse mindset para o mundo digital, afinal não por acaso o Uber teve tantos problemas com seu antigo CEO.

Acredito que estamos caminhando para um futuro mais humano e já estamos tendo que resolver problemas seríssimos dentro dessa conversa, como a nossa relação com a água, a necessidade da proliferação de energias limpas e o colapso de sistemas previdenciários com o aumento da expectativa de vida e diminuição das taxas de natalidade, entre outros temas.

Nada disso é novo e nem tendência para os próximos 20 anos. É um fato do presente. Assim como disse no texto anterior, o apreço pelo ser humano no centro da experiência e a demanda cada vez mais alta pela transparência das marcas que consumimos são duas das grandes forças que regem nosso mercado atualmente.

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Se nada disso te convence, pense pelo lado lucrativo! Empatia gera soluções. Soluções geram produtos que são consumidos e, consequentemente, o lucro.

Mais ainda: para gerações com um pouco mais de tempo na estrada, essas coisas podem soar como balela e frescura, porém não se enganem. O futuro que já abriu a porta do mercado de trabalho é o da Geração Z, que segundo um relatório da WGSN é uma geração altamente direcionada à busca pela felicidade e melhores ambientes de trabalho antes da compensação financeira. Uma nova população onde 75% deles miram transformar seus hobbies em empregos. É a geração mais empreendedora que já tivemos: 49% desses jovens querem ter seu próprio negócio, diferente dos 32% de outras gerações anteriores. Jovens altamente engajados em gerar mudanças em questões como o meio ambiente, saúde mental, direitos LGBTQ+ e tolerância, mas que ao mesmo tempo sofre a maior crise de ansiedade e depressão de todos os tempos.

Conclusão: priorizar a experiência humana, onde quer que seja, é e continuará sendo essencial para a sobrevivência: dos produtos, das empresas e da nossa própria.