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25 anos depois, como a Web mudou nossos padrões de consumo?

Por| 14 de Março de 2014 às 10h55

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25 anos depois, como a Web mudou nossos padrões de consumo?
25 anos depois, como a Web mudou nossos padrões de consumo?

Na última quarta-feira (12), o padrão World Wide Web comemorou seus 25 anos de existência. Desde então, a web não só percorreu um longo caminho de transformação, como também transformou nossa sociedade e mudou a maneira como nos relacionamos uns com os outros e com o que desejamos.

"Quando a web surgiu, ela tinha como objetivo permitir a visualização da informação de uma maneira mais clara e fácil", explica o professor e especialista em redes de computadores da FIAP, Luis Mateus da Silva Matos. "O que aconteceu é que uma rede que era inicialmente utilizada para tráfego de pesquisas, hoje é usada para tudo. O ser humano hoje não se vê mais sem o uso da web".

De acordo com Matos, uma das dimensões mais importantes que a rede trouxe é a nova forma de usuários se conectarem com empresas e marcas, o que abriu um novo leque de possibilidades para o comércio eletrônico. "As empresas passaram a se tornar pessoas também", afirma. Ao passo que se expandiram as possibilidades de interação entre sites e usuários, a rede passou a ser vista como uma nova plataforma de comércio, consumo e publicidade, bem mais ampla do que os meios tradicionais do varejo.

E não há mais dúvidas sobre como o setor se beneficiou da tecnologia. De acordo com dados divulgados na 29ª edição do relatório Webshoppers da quinta-feira (19, o comércio eletrônico no Brasil cresceu 28% em 2013, faturando R$ 28,8 bilhões. Nesse período, cerca de 51,3 milhões de consumidores utilizaram a rede para fazer compras ao menos uma vez.

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"Acho que a grande mudança é que o poder passou para a mão do consumidor", afirma o Vice Presidente Executivo do Interactive Advertising Bureau (IAB) do Brasil, Marcelo Lobianco. "Há 20 anos, se você quisesse comprar uma geladeira, você tinha que buscar vários recortes de jornal, visitar diferentes lojas e preços. Isso tomaria seu tempo e você provavelmente não chegaria à melhor oportunidade".

Fundada em 1998 com o objetivo de desenvolver o mercado de mídia interativa no Brasil, a IAB hoje atua como uma das entidades responsáveis por incentivar a criação de normas e padrões para a criação de mensagens comerciais, além de fornecer análises periódicas sobre o setor de comércio digital no país.

De acordo com o executivo, a rede trouxe uma nova oportunidade para o consumidor buscar, de maneira rápida e cômoda, as melhores opções para determinado serviço ou produto, assim como ter acesso a opiniões de outros consumidores e um espaço público para reclamar de maus negócios. Segundo dados de um estudo sobre hábitos de consumo de mídia do brasileiro em 2013, a IAB identificou que 74% dos usuários pesquisados afirmaram fazer pesquisas de produto online.

Essas novas dimensões mudaram completamente o comportamento do consumidor, que agora tem uma relação bem mais tênue com a cadeia de comércio, que envolve marcas e intermediários. "Tudo tem que estar ajustado para a melhor experiência de compra e pós-compra para esse consumidor", afirma. "Hoje, nós temos uma web muito mais interativa, com mistura de conteúdo editorial, conteúdo de usuário, vídeos, games, aplicativos e redes sociais. Estamos quase batendo 110 milhões de usuários no Brasil, com um dos maiores tempos de uso do mundo. Isso faz com que a web seja a mídia de valor agregado".

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A expansão agora começa a se mostrar mais interessante para setores de publicidade, que passam a ver a grande rede não só como uma alternativa, mas como o principal investimento para as marcas. Na mesma pesquisa realizada pela IAB, 66% dos pesquisados concordaram que anúncios online os têm motivado a visitar lojas. E para a população conectada do país, a internet é a mídia mais importante para 88% das pessoas.

"E isso vai mudar mais nos próximos anos", prevê o executivo. "É um mercado que está ganhando uma camada adicional de dados. Isso faz com que players de mercado comecem a enxergar valor em ser um provedor de publicidade também", afirma Lobianco. "Se você tem uma audiência considerável, você sabe o perfil de compra ou navegação pregressa e isso pode servir para publicidade no seu espaço".

Para Matos, a tendência da Internet das Coisas (IoE), que prevê que em um futuro próximo teremos cada vez mais computadores e dispositivos conectados uns aos outros (independente de controle de seres humanos), será a próxima grande transformação que abrirá novas possibilidades de mercado e mudará a maneira como consumimos. "A Internet das Coisas criará novos modelos de negócio, novas empresas e novas profissões", explica.

As previsões otimistas também são partilhadas por outros. Na quinta-feira (13), a consultoria de mercado E-Consulting também anunciou suas projeções para o mercado de e-commerce em 2014. A previsão da consultoria é que o volume de comércio aumente 22,63% e bata a marca de R$ 53,1 bilhões em transações online de automóveis, bens de consumo e turismo através de lojas virtuais.