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Teste atrapalhado do Chrome bagunçou a vida de milhares de empresas mundo afora

Por| 15 de Novembro de 2019 às 15h30

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Teste atrapalhado do Chrome bagunçou a vida de milhares de empresas mundo afora
Teste atrapalhado do Chrome bagunçou a vida de milhares de empresas mundo afora
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Um teste terrivelmente mal sucedido feito no Google Chrome fez com que diversas redes empresariais ficassem fora do ar na última quarta-feira, 13 de novembro. De acordo com múltiplas fontes que usaram as ferramentas de suporte do Google e até o Reddit para reclamar, o número de afetados chega aos milhares, por todo o planeta.

O teste em questão é um recurso que estava rodando nas versões beta do navegador Chrome desde o começo do ano. Na última quarta, porém, o Google decidiu implementá-la na versão estável do browser, a fim de aferir o seu comportamento.

Rapaz, que comportamento foi esse?

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Segundo os reclamantes, o efeito desse teste não anunciado foi o pior possível: usuários do Chrome relataram que páginas inteiras estavam ficando brancas sem motivo, efetivamente fazendo com que muitas pessoas não apenas perdessem seus trabalhos, mas não pudessem retomá-los ou continuá-los, haja vista que o navegador simplesmente não recarregava as páginas perdidas.

O problema todo advém de uma ferramenta chamada “WebContents Occlusion”. Trata-se de um recurso disponível na página de configurações avançadas do Chrome e cuja função, basicamente, é a de suspender as abas abertas do navegador quando o usuário mover outra aplicação por cima dele, tratando as abas já abertas como abas de plano de fundo.

A grosso modo, quando o Chrome não estava em uso ativo, ele temporariamente suspenderia a aba já carregada a fim de economizar recursos computacionais. Nas versões beta, isso vinha funcionando normalmente. Na versão estável, nem tanto.

A implementação na versão final do navegador afetou particularmente usuários do Windows que rodavam o Chrome dentro de uma configuração conhecida como “Terminal Server”. Um bug específico dos usuários dessa configuração, ao invés de suspender a aba, fazia com que o Chrome “descarregasse” o que já tinha carregado. Por isso, algumas pessoas se viram incapazes de trabalhar adequadamente.

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Usuários poderiam, claro, apertar o F5 dos teclados e recarregar a página. Porém, algumas empresas relataram que as abas fechadas eram formulários de segurança e outros tipos de trabalho que, se recarregados em uma página, são totalmente perdidos. Ademais, administradores de sistemas dentro de algumas empresas atuam em ambiente mais fechado, o que significa que eles não poderiam nem reinstalar o Chrome, nem instalar outro navegador como backup. A grosso modo, milhares de empresas simplesmente pararam.

O Google já emitiu uma correção ao problema, criando um arquivo de reconfiguração que desabilita a função problemática. O que a empresa não contava, porém, era o fato de que isso só serviria para deixar os administradores de sistemas ainda mais irritados.

Isso porque engenheiros do Google usam um sistema conhecido como Finch para implementar atualizações do Chrome em máquinas onde o navegador já esteja instalado. No âmbito da computação pessoal, ou seja, o uso do internauta comum, no dia a dia, isso é bem aceito. No caso de empresas, onde algumas possuem uma gestão de rede mais fechada, a informação não caiu nada bem: convenhamos, se você trabalha em uma empresa com restrições de navegação, não é nada agradável que o Google tenha livre acesso ao seu navegador, onde seus funcionários mal intencionados podem estar acessando material sigiloso.

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"Nós tomamos enorme cuidado ao disponibilizar nossas mudanças de uma forma bastante controlada, justamente para evitar esse tipo de cenário. Nós passamos boa parte do dia [quarta-feira] tentando determinar se alguma alteração interna havia ocorrido em nosso ambiente sem o nosso conhecimento”, disse um reclamante. “Nós nunca imaginaríamos que esse tipo de evento poderia ocorrer no Chrome sem nós sabermos. Nós já estamos discutindo opções alternativas, nenhuma delas é a ideal, mas isso é intragável”, ele finalizou, indicando que mudaria de navegador.

Caso você queira encontrar — e desabilitar — a função “WebContent Occlusion”, pode também fazer isso manualmente por meio das URLs “chrome://flags/#web-contents-occlusion” e “chrome://flags/#calculate-native-win-occlusion”. Lembre-se de remover as aspas quando acessar as páginas mencionadas.

Fonte: ZDNet