Mudança no Apple Music pode acabar com planos grátis dos streamings musicais
Por Patricia Gnipper | 18 de Julho de 2016 às 06h47
Os serviços de streaming de música como Spotify e Pandora, por exemplo, costumam oferecer um plano gratuito com recursos limitados e exibição de publicidade, além das assinaturas pagas. O Apple Music, por sua vez, disponibiliza seu catálogo de músicas apenas para assinantes, não oferecendo nenhum plano gratuito aos usuários. E uma proposta de mudança no sistema de cobranças de direitos autorais pode fazer com que os demais serviços de streaming de músicas acabem precisando eliminar a oferta de planos grátis aos usuários.
A Maçã deseja resolver definitivamente problemas envolvendo direitos autorais com artistas em serviços de streaming e apresentou uma proposta ao U.S. Copyright Royalty Board (órgão responsável pelo controle de direitos autorais nos Estados Unidos) para simplificar a precificação de seu serviço de streaming. A proposta sugeriu um pagamento de direitos autorais fixo em US$ 0,09 para cada 100 músicas executadas no serviço - o que significa US$0,00090 por reprodução.
Essa proposta seria bastante comemorada pela comunidade artística, que vem se mostrando insatisfeita com seus ganhos em cima de streamings de música, já que seu lucro com o Apple Music ficaria maior. O problema é que essa medida, se aprovada, fará com que os serviços concorrentes passem a adotar medidas similares para não perder artistas em seu catálogo, uma vez que eles prefeririam ceder suas obras musicais a serviços que paguem melhor. E isso poderia marcar o fim da oferta de planos gratuitos aos usuários, que se sustentam por meio de publicidade apenas.
Caso a proposta da Apple seja aprovada, pode ser até que o YouTube também seja afetado de alguma forma, já que atualmente ele é o maior provedor de streamings gratuitos de músicas e vídeos com direitos autorais protegidos. Quer dizer, considerando esse cenário, é possível que até o YouTube precise cobrar assinaturas de seus usuários para conseguir arcar com os altos custos de direitos autorais.
O órgão norte-americano que cuida dos royalties está aberto a receber propostas de outros serviços de streaming para determinar qual a melhor solução para esse embate, e por enquanto nada muda: os serviços que oferecem assinaturas gratuitas continuarão mantendo os usuários cujo acesso é grátis, mas é apenas uma questão de tempo até que os planos gratuitos se tornem obsoletos. Os juízes ainda avaliarão as propostas e, caso acatem a mudança, a previsão de início dos novos planos ficaria para a partir de 2018.
Fonte: The New York Times