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Vírus da Zika pode mesmo causar doença neurológica grave, dizem cientistas

Por| 02 de Março de 2016 às 11h30

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Vírus da Zika pode mesmo causar doença neurológica grave, dizem cientistas
Vírus da Zika pode mesmo causar doença neurológica grave, dizem cientistas

Cientistas confirmaram que o vírus da Zika pode causar a síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica rara e grave que pode matar até 5% das pessoas que a desenvolvem.

Há algum tempo, especialistas associaram o vírus ao desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré, uma doença que afeta cerca de 100.000 pessoas por ano no mundo e pode causar fraqueza muscular, insuficiência respiratória e até mesmo a morte.

O relatório foi gerado a partir de uma avaliação realizada durante um surto que aconteceu em 2013 na Polinésia Francesa, quando 32.000 pessoas foram diagnosticadas com Zika. Na ocasião, eles recolheram amostras de sangue de 42 pacientes com síndrome de Guillain-Barré. O número de pacientes é invulgarmente elevado; houve apenas 21 casos de síndrome de Guillain-Barré, entre 2009 e 2012.

Dentre esses pacientes, 37 disseram ter sintomas de Zika seis dias antes de perceberem os sinais da síndrome. Os cientistas também analisaram o sangue de pacientes que não têm síndrome de Guillain-Barré ou febre, mas que foram para o hospital durante o surto, bem como o sangue de pacientes que tiveram Zika, mas sem sintomas neurológicos.

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Os resultados do estudo sugerem que o Zika deve ser adicionado à lista de patógenos infecciosos que podem causar Guillain-Barré. Esta lista já conta com outra grande conhecida dos brasileiros: a dengue.

A pesquisa foi liderada pelo Instituto Pasteur de Paris e divulgada na revista científica The Lancet. Lee Norman, um oficial de inteligência do planejamento de medicina de catástrofes na Guarda Nacional do Exército dos Estados Unidos, disse que esta é a primeira vez que existe confiança de que há uma ligação definitiva entre a Zika e Guillain-Barré.

Até agora, a maior preocupação em relação ao vírus da Zika era sua possível ligação com a microcefalia. No entanto, a associação com a síndrome pode levar a uma mudança na gestão de surtos, uma vez que as autoridades precisarão expandir suas precauções, que no momento têm como alvo principal mulheres grávidas.

Ainda não há uma vacina para o vírus, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Mas, apesar do surto que enfrentamos, ele ainda é inofensivo para a maioria das pessoas. Aqueles que são infectados raramente morrem por causa da doença, e apenas uma em cada cinco pessoas sofre com os seus sintomas – que podem incluir febre baixa, conjuntivite e dores articulares.

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Apesar da Zika ter sido descoberta em 1947, os cientistas nunca deram muita atenção à doença até o surto iniciado no Brasil em 2015. A situação coincidiu com o aumento acentuado no número de bebês com microcefalia nascidos no país e também começou a ser associada ao aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barré.

Fonte: The Verge