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Um dos mais antigos fornecedores da Apple é acusado de trabalho forçado

Por| 29 de Dezembro de 2020 às 21h30

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Apple/divulgação
Apple/divulgação
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Uma matéria do jornal The Washington Post - em parceria com o portal Tech Transparency Project - mostra que empresas como Apple - além da Tesla e Amazon - estão comprando componentes de um fornecedor chinês que estaria praticando o trabalhando forçado em suas fábricas junto à minoria muçulmana Uigur, presente na região de Xinjiang.

O Post indica que a Lens Technology é um parceiro importante de longa data da Apple, mais precisamente desde os "primeiros dias! da produção do iPhone. Segundo Katie Paul, diretora do Tech Transparency Project:

“Nossa pesquisa mostra que o uso de trabalho forçado pela Apple em sua cadeia de suprimentos vai muito além do que a empresa reconheceu. A Apple afirma tomar medidas extraordinárias para monitorar sua cadeia de suprimentos em busca de tais problemas, mas as evidências que encontramos estavam disponíveis abertamente na Internet.”

A questão do trabalho forçado uigur na China ganhou maior atenção neste ano. Um projeto de lei apresentado no Congresso dos EUA no começo de 2020 impediria que produtos feitos com trabalho forçado da minoria Uigur entrassem no país. Além disso, as empresas que praticassem tais violações seriam responsabilizadas judicialmente.

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O projeto de lei foi aprovado na Câmara em setembro. Mas, desde então, foi revelado por veículos como o The Information e o próprio The Washington Post que a Apple pagou para fazer lobby no Congresso para, essencialmente, diluir a regulação. Embora o projeto já tenha sido aprovado entre os congressistas, falta ainda a votação no Senado.

Críticas recorrentes

A Apple já vem sendo alvo de críticas nas práticas trabalhistas de seus produtos há alguns anos. Durante grande parte da última década, a empresa lidou com problemas decorrentes de más condições de trabalho em fábricas em toda a China, principalmente nas unidades da Foxconn, onde foram registrados até mesmo casos de suicídio entre os trabalhadores. De qualquer forma, nos últimos anos, a empresa teria endurecido as medidas que impedem abusos laborais.

O Buzzfeed News publicou na última segunda-feira (28) uma matéria em que afirma ter encontrado evidências de mais de 100 prédios de fábricas bem no local dos campos de prisioneiros da minoria Uigur, onde os detidos seriam forçados a trabalhar. Ao todo, a publicação estima que mais de um milhão pessoas pertencentes a minorias muçulmanas foram detidas na China desde 2016.

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O que a Apple diz

Procurada pelp Washington Post, um porta-voz da Apple declarou que a empresa confirmou que a Lens Technology "não recebeu nenhuma transferência de mão de obra de trabalhadores uigures da região Xinjiang". O relatório de progresso do fornecedora da Maçã afirma que foram conduzidas 1.142 "avaliações" em toda a sua cadeia de suprimentos em 49 países diferentes em 2019, para cumprir seu Código de Conduta do Fornecedor e os Padrões de Responsabilidade do Fornecedor.

No entanto, a empresa se recusou a dizer ao Post se a Lens estava entre as empresas auditadas. Em novembro, o porta-voz da Apple, Josh Rosenstock, disse ao jornal que a empresa “conduziu uma investigação detalhada com nossos fornecedores na China e não encontrou evidências de trabalho forçado nas linhas de produção da Apple”.

Fonte: Washington Post