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Serviços de streaming desafiam o modelo da TV por assinatura

Por| 08 de Agosto de 2017 às 20h25

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Por Gabriela de Godoy*

Desde que os serviços de streaming de vídeo se popularizaram, o fim da TV por assinatura vem sendo especulado. O Brasil, 8º mercado do mundo para o setor segundo a SNL Kagan, perdeu nos últimos dois anos por volta de 770 mil de assinantes.

O brasileiro mudou sua forma de consumir conteúdo e abraçou de vez o modelo de vídeo sob demanda (do inglês Video on Demand - VoD). O YouTube é a maior prova disso. No ano passado, a maior plataforma de vídeo do mundo revelou que o Brasil é segundo país com mais usuários cadastrados depois dos Estados Unidos. Além disso, oCEO da gigante do streaming Netflix, Reed Hasting, apontou que o país obteve um crescimento impressionante e por isso vão continuar investindo na produção de conteúdos locais. Vale lembrar que no fim do ano passado, a Amazon Prime Video desembarcou por aqui com a expectativa de se tornar o maior concorrente frente à poderosa Netflix.

Operadoras flertam com o streaming, mas esbarram na lei

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É claro que as operadoras tentaram acompanhar essa mudança de consumo, ainda que tardiamente. O setor de TV por assinatura se movimentou e criou sua própria oferta de conteúdo on demand com serviços como o Net Now, Vivo Play, Oi Play e Sky Online – incapazes de competir com as gigantes do streaming, uma vez que, legalmente, as operadoras não podem produzir conteúdo. Por isso, a oferta se resume a conteúdos não exclusivos, restringindo a capacidade de se diferenciarem entre si.

Não bastasse a concorrência, as operadoras de TV por assinatura têm sofrido uma forte pressão das programadoras de televisão. Recentemente SBT, Record e Rede TV anunciaram que iriam deixar todas as operadoras caso não fossem remuneradas. No ano passado a Fox saiu do ar na Oi e Sky depois de anunciar que as negociações foram frustradas.

Alto preço e acesso a Banda Larga é barreira

A própria Anatel entende que apesar dos serviços de vídeo sob demanda serem apontados como potencial ameaça aos serviços de TV paga, eles não se apresentam como substitutos no mercado de TV por Assinatura devido as atuais barreiras de preço e qualidade da banda larga no País. Mesmo com o avanço dos últimos anos, a taxa de penetração da internet banda larga ainda é baixa - menos da metade da população brasileira tem acesso à internet de alta velocidade.

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O consumidor que deseje assinar um plano de internet banda larga no Brasil precisa desembolsar algo em torno de R$90 por mês. Ou seja, praticamente 10% do salário mínimo nacional, similar ao que ele gastaria para ter o plano mais básico de TV por assinatura. Como os preços e planos variam muito de uma operadora para outra, é muito importante comparar antes de adquirir o serviço – já existem plataformas online que fazem isso de maneira simples, fácil e rápida.

A questão hoje não é somente se os serviços de streaming chegaram para ser complementares a TV por assinatura ou para substituí-la. O consumo de conteúdo mudou com a transformação digital. A TV deixou de ser a caixa preta no meio da sala e passou a ser uma fusão de experiências audiovisuais oferecidas através da internet via computadores, smartphones ou tablets. Muitas vezes esses dispositivos são usados de forma simultânea. O futuro chegou para a televisão e quem ganha com isso é o consumidor, que mesmo com todos os empecilhos, tem mais opções de entretenimento.

*Gabriela de Godoy é co-fundadora da Melhor Escolha, plataforma de comparação de planos de TV por assinatura, internet, telefone fixo e móvel