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Retrospectiva: Apple não deu o seu melhor em 2015

Por| 29 de Dezembro de 2015 às 15h03

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Retrospectiva: Apple não deu o seu melhor em 2015
Retrospectiva: Apple não deu o seu melhor em 2015
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Apesar de ter lançado diversas novidades ao longo deste ano, a Apple deixou a desejar. Não estamos dizendo que suas apresentações foram ruins, mas elas foram apenas 'ok'. É claro que isto não é um problema, mas as pessoas estão acostumadas com lançamentos épicos da Apple, com produtos altamente inovadores e fora da curva.

O que vimos em 2015 foi uma Apple liberando mais produtos do que nunca, no entanto eles pareciam inacabados ou simplesmente mais do mesmo. Novas plataformas lançadas pela companhia pareciam incompletas sozinhas, como o Apple Watch, por exemplo, que precisou contar com o exército de desenvolvedores de terceiros para criar aplicativos realmente interessantes para o gadget.

Um exemplo que deixa mais clara a decepção que foi o ano da Maçã no quesito inovação, basta considerar o primeiro iPhone, um dispositivo que introduziu uma nova plataforma com dois apps incríveis: o navegador Safari (considerado revolucionário em 2007) e o Maps. O iPhone seguinte introduziu a App Store com um rol de aplicativos adicionais, e depois disso a indústria da tecnologia virou de cabeça para baixo.

Vamos fazer uma retrospectiva para relembrar por que a Apple foi “apenas ok” em 2015:

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Apple Watch

De longe, o Apple Watch é a aposta mais importante da Maçã em novas plataformas devido ao seu potencial. No entanto, mesmo após seu lançamento original em abril com um software obviamente incompleto, o lançamento do WatchOS 2 em outubro fez pouco para empurrar o dispositivo ladeira acima.

Sem uma loja robusta de aplicativos, o Apple Watch oferece pouco mais do que notificações e acompanhamento fitness – e há outros dispositivos no mercado que fazem isso de maneira muito mais eficiente (e são mais discretos). Isso quer dizer que os aplicativos matadores do relógio da Apple são as notificações e o mostrador de hora? Vamos lá, Apple, você pode fazer melhor que isso.

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Apple TV

Foto: Bruno Hypolito / Canaltech

O set-top box da Apple também é considerado uma grande aposta. No entanto, parece que a empresa fez um lançamento às pressas, sem finalizar tudo o que devia antes de colocar a esperada versão atualização do hardware no mercado. Na ocasião do lançamento, a Siri não funcionava para músicas na Apple TV e o aplicativo para iPhone não havia sido atualizado para trabalhar com o dispositivo. Ambos os problemas já foram corrigidos, mas outros detalhes ainda estão dando dor de cabeça aos usuários, como a necessidade de digitar diversas vezes o mesmo login e senha de um serviço de streaming para conectá-lo à Apple TV.

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Todos esses detalhes indicam que o gadget não estava completamente finalizado quando chegou ao mercado, algo inaceitável para uma empresa do porte da Apple. Mas apesar de todas estas falhas, a Apple TV continua sendo a melhor opção de central de entretenimento disponível no mercado, porque é uma verdadeira plataforma de computação, diferente da Roku, por exemplo.

Outro item que devemos comentar é que, atualmente, o aplicativo matador da Apple TV é o Plex, que promete organizar a biblioteca de filmes, músicas e séries do seu computador e levá-los para a Apple TV (ou outros dispositivos). O problema é que este não é, nem de longe, um app da própria Maçã.

Apple Music

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O serviço de streaming de música da Apple ainda é um pouco confuso. Em vez de focar em uma experiência que liga os pontos entre a compra de músicas no iTunes e o streaming de música por meio de um aplicativo pago, ele quer ser tudo para todos.

Acontece que a empresa lançou o Apple Music para desktops juntamente com a versão 12.2 do iTunes, oferecendo assim uma integração com a biblioteca de músicas nos dispositivos. No entanto, muitos usuários reclamaram que a novidade torna tudo uma grande bagunça, misturando músicas compradas pela iTunes Store, ripadas de CDs físicos e baixadas pelo serviço da Maçã. Parece que a companhia está mais focada em resolver problemas com artistas e capitalizar o serviço do que oferecer algo realmente útil aos usuários.

iPad Pro

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O iPad Pro foi projetado para alcançar um novo grupo de desenvolvedores e clientes que o iPad tradicional não conseguiu atingir. Isso torna o dispositivo uma novidade muito interessante, mas o curioso é que um de seus grandes atrativos, o Apple Pencil, é vendido separadamente, como um opcional, e não acompanha o tablet. Isso é estranho, pois reduz as possibilidades dos desenvolvedores criarem algo diferente, que precise do acessório.

Outro detalhe estranho é que a Apple não tenha lançado um aplicativo matador que mostre o poder da grande tela do iPad Pro e de seu Apple Pencil. Além disso, os desenvolvedores estão quebrando a cabeça para descobrir como ganhar dinheiro vendendo aplicativos profissionais na Apple Store – um problema tão grande que a empresa colocou o executivo Phil Schiller para cuidar da loja de apps.

Pode até ser que algum dia iPads gigantes substituam nossos computadores principais, conforme a Apple deseja, mas ainda é preciso que o dispositivo evolua muito para ser melhor que um MacBook.

3D Touch

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A nova tecnologia inserida no mais novo iPhone 6s funciona, basicamente, mostrando atalhos na tela inicial para funções dos aplicativos mais usados. Ele é capaz de reconhecer gestos e força. Com ele, dois novos gestos para a navegação foram lançados: o Peek e o Pop.

No entanto, apesar de ser um recurso interessante, o 3D Touch por si só ainda não justifica a compra de um iPhone 6s. Muitos acreditam que ele faz coisas que um simples toque contínuo pode resolver, sem muita alteração na interação com o smartphone. Apesar do recurso ter o seu valor, ele ainda não pode ser considerado revolucionário – pelo menos não até a Apple fazer uma grande atualização onde ele seja mais ativo.

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Live Photos

Os iPhones 6s e 6s Plus também ganharam um novo recurso chamado Live Photos, que permite registrar os segundos em torno de uma fotografia. Basicamente, ele faz um GIF animado. A função é bem divertida e permite criar imagens muito criativas, mas a Apple deu ao Live Photos um formato proprietário estranho, enterrando-o atrás de um conjunto de elementos da interface.

Além disso, o recurso faz com que as fotos produzidas ocupem o dobro de espaço na memória. A câmera do iPhone 6s é de 12 megapixels, superior à dos antecessores, o que, por si só, já resulta em imagens maiores. A compressão é extrema, mas ainda assim, são três segundos de vídeo sendo capturados ali, com certa qualidade. Essa deve ser uma questão a ser levada em conta por quem está pensando em adquirir um dos novos aparelhos e deseja optar pelas opções mais básicas, com apenas 16 GB de memória.

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Apple News

A Apple ainda não está compartilhando muitas estatísticas sobre o News, seu agregador de notícias, mas os primeiros indícios mostram que o tráfego do app não é grande. O painel de administração para os publishers também sofreu muitas críticas, com os produtores de conteúdo alegando que o painel não exibe informações suficientes e relevantes.

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Um relatório recente apontou que os editores estão contabilizando um milhão de visualizações por mês, um número muito baixo para atrair anunciantes. O Apple News foi uma das novas características do iOS 9, tendo chegado inicialmente nos Estados Unidos e, depois de alguns meses, na Europa.

Em suma, 2015 foi um ano de grandes apostas arriscadas que necessitam de tempo para vingar. Resta saber qual posição a Apple vai adotar em 2016: continuar com lançamentos incessantes ou voltar a fazer eventos pontuais e trazer produtos épicos.

Fonte: The Verge