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Relatório revela negociações da Apple com empresas de TV por assinatura

Por| 01 de Agosto de 2016 às 12h28

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
Tudo sobre Apple

O jornal The Wall Street Journal postou um extenso relatório detalhando as várias tentativas da Apple para entrar de verdade no mercado de TVs, incluindo tanto a produção de hardware quanto software. Por um lado, o artigo diz que a Apple considerou desenvolver um aparelho de TV de fato. Por outro, em relação aos produtores do conteúdo, a empresa teria ficado de fora do mercado por conta dos seus duros termos de contrato recusados por diversas empresas de entretenimento.

Há algum tempo, rumores indicam a intenção da Apple de operar seu próprio serviço de streaming de TV, e esse novo relatório indica que a empresa entrou em contato para negociar com vários canais pagos por meio de ofertas com pouca ou nenhuma flexibilidade, e por isso não conseguiram chegar a nenhum acordo.

O WSJ afirma ainda que em 2015, a Apple convidou a Disney para se tonar parceira no seu serviço de streaming. No entanto, a empresa recusou a oferta quando Eddy Cue, vice-presidente sênior de software e serviços da Apple, fez algumas exigências que iam de encontro com os termos da indústria, como por exemplo, permitir que a Apple congelasse as taxas de roylaties por vários anos. O mesmo tipo de contrato foi oferecido para outras empresas de TV, como a 21st Century Fox e a CBS, também sem sucesso.

Uma das razões para as empresas de conteúdo estarem tão hesitantes é que elas têm medo de que os termos estabelecidos pela Apple venham a diminuir os preços em toda a indústria de TV, e não somente no seu produto.

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Apple TV 2 (Foto: Canaltech)

Em 2014, a Apple esteve trabalhando em um conceito de pacote pequeno de conteúdo. O objetivo era permitir o streaming por demanda de conteúdos passados e atuais, incluindo direitos autorais para que o sistema pudesse ser lançado no mundo todo. A empresa pretendia vender o pacote por US$30. Para isso, seria apresentado um valor para cada empresa e então questionado quais conteúdos poderiam ser disponibilizados por aquela quantia.

Como exemplo, o relatório cita que à Disney foram oferecidos US$13,00 por mês para distribuição dos conteúdos. Mas as empresas queriam um valor maior, e isso era inaceitável para a Apple. Já em 2015, a empresa teria avançado em negociações com redes como Fox, Disney, Disney Channel e Watch ESPN, apesar de que, no final das contas, nada tenha sido assinado. Aparentemente, a Apple se utilizou dessas negociações não finalizadas para blefar com outas empresas, dizendo que já tinha acordos firmados, em uma tentativa de induzi-las a assinar os contratos.

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O documento também relata uma suposta discussão com a Time Warner Cable (empresa de TV a cabo da Waner) e com a Comcast sobre um serviço compartilhado utilizando o set top box desenvolvido pela Apple. O aparelho seria vendido pelas empresas de TV a cabo, mas a Apple lucraria US$ 10 por assinante e ficaria responsável pela autenticação do Apple ID, enquanto as outras empresas ficariam responsáveis pelo suporte e cobrança dos clientes.

Em uma posição clássica da empresa de Cupetino, ela se recusou a falar como seria esse novo aparelho, mesmo estando prestes as fechar o contrato. A interface e o esboço nunca foram relevados. Segundo relatos, após ser solicitado um mero esboço em um guardanapo, um executivo da Apple teria dito que "será melhor do que tudo que você já teve um dia".

Nenhuma dessas negociações vingaram e, segundo o WSJ, a Apple agora está focada em expandir seus esforços para produções originais. Assim como comprou o Carpool Karaoke (famoso programa de TV transmitido pelo canal CBS) para oferecer episódios pelo Apple Music, a empresa estaria em conversas com estúdios de Hollywood para desenvolver produções originais e competir com serviços como Netflix. No entanto, a forma como tudo isso será trabalhado, ainda é uma incógnita.

Fonte: 9to5mac