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"Reconquistar mercado perdido é um grande desafio", diz cofundador da Microsoft

Por| 05 de Maio de 2015 às 11h20

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"Reconquistar mercado perdido é um grande desafio", diz cofundador da Microsoft
"Reconquistar mercado perdido é um grande desafio", diz cofundador da Microsoft
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Recentemente, a Microsoft fez 40 anos de existência e seu cofundador, Paul Allen, fez sua homenagem ao postar uma foto no Twitter mostrando as primeiras linhas de código do primeiro software da empresa. Tratava-se de um programa de interpretação de linguagem de programação Basic, desenvolvido por Allen e Bill Gates no ano de 1975.

Ao analisarmos a grandeza da empresa hoje em dia, que conta com uma vasta linha de produtos e mais de 100 mil funcionários em todo mundo, será mais fácil notar o sucesso que os dois sujeitos ambiciosos obtiveram. "É estranho olhar para trechos de código que você escreveu 40 anos atrás e pensar que aquilo levou ao que a Microsoft é hoje", disse Allen, em entrevista.

Semana passada, durante a conferência da empresa para desenvolvedores, a Build 2015, a Microsoft ofereceu um vislumbre de diversos novos produtos e seus esforços para atrair o interesse da mais recente geração de desenvolvedores de software. Tal atitude é compreensível, visto que os principais desenvolvedores atualmente preferem investir em plataformas do Google e Apple do que na empresa fundada por Allen e Gates.

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Apesar da Microsoft estar obtendo bons resultados com clientes corporativos, o cofundador diz acreditar que a mais desafiadora tarefa para a companhia, hoje, é ganhar relevância no mercado móvel, onde Google e Apple são muito mais influentes junto aos desenvolvedores. "É possível fazê-lo", afirma Allen. "Mas reconquistar mercado perdido é um grande desafio".

O novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 10, que deve chegar ao mercado na metade deste ano, foi elogiado por Allen. O sistema poderá ser utilizado em diversos tipos de dispositivos, entre os quais os smartphones da Microsoft, computadores pessoais e até o console Xbox One. O cofundador se mostrou entusiasmado ao ver que o Windows 10 abandonou algumas mudanças de design mais radicais que a Microsoft adotou nas versões anteriores e que causaram protestos dos usuários do Windows, entre os quais "o modo pelo qual o tradicional menu iniciar, para o lançamento de aplicativos, ficou escondido". De acordo com Allen, "a Microsoft hoje é muito melhor em ouvir o mercado".

Ao ser questionado sobre qual smartphone usa, ele afirmou: "preciso largar meu velho BlackBerry, mas meus polegares voam sobre aquele teclado e eu digito muito rápido".

Allen está acompanhando de perto algumas das novidades que a Microsoft pretende trazer ao mercado. Uma delas é o HoloLens, o novo headset de realidade virtual aumentada da companhia, que combinará imagens virtuais ao que uma pessoa vê no ambiente físico. Ele descreve o HoloLens como "muito interessante", apesar de prever que vai demorar de dois a três anos até que o produto encontre público de massa. Além disso, Allen compara a situação à demora na adoção inicial de computadores pessoais, até que começassem a surgir aplicativos fortes.

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Atualmente, Allen exerce o papel de consultor informal dos executivos na Microsoft. Ele afirmou que almoça com Satya Nadella, CEO da empresa, a cada seis meses, mais ou menos, e que mantém contato com o predecessor de Nadella, Steve Ballmer. "É o que eu disse a Steve e Satya - que o trabalho deles é muito desafiador porque tem mais concorrentes do que qualquer outro presidente-executivo de uma grande empresa mundial", revela Allen.

Diferente de Bill Gates, que trabalhou em tempo integral para a Microsoft até 2008, Allen deixou a companhia no começo dos anos 80 para tratar um linfoma de Hodgkin. A fortuna dele é estimada em US$ 17 bilhões (cerca de R$ 52 bilhões), segundo a revista Forbes. Atualmente, Allen é dono do Seattle Seahawks, um time de futebol americano; e do Portland Trail Blazers, um time de basquete, além de um importante incorporador imobiliário em sua cidade, Seattle. Além disso, ele está envolvido em um sistema para lançar espaçonaves de um avião.

Fonte: Folha de S.Paulo