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Qualcomm critica Intel e ataca grupo de empresas de tecnologia

Por| 25 de Julho de 2017 às 10h50

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Qualcomm critica Intel e ataca grupo de empresas de tecnologia
Qualcomm critica Intel e ataca grupo de empresas de tecnologia
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A Qualcomm repudiou a declaração de um consórcio de empresas de tecnologia, do qual fazem parte nomes como Google, Intel, Microsoft e outros, de que estaria agindo de maneira anticompetitiva em um processo contra a Apple, relacionado a tecnologias proprietárias do iPhone. Na visão da fabricante de chips, a carta da empresa aos juristas responsáveis pelo caso tenta gerar um mal-entendido e atrapalhar o andamento da ação.

A companhia voltou sua mira, mais especificamente, à Intel, cujos chips fazem parte de toda a disputa. De acordo com a Qualcomm, os pedidos de suspensão na importação do smartphone da Apple de maneira alguma atingem os componentes que estão em seu interior. Apesar disso, chips da fabricante rival estariam entre os que utilizam tecnologia proprietária de forma irregular e estes, sim, não devem ter sua circulação permitida até que os pagamentos e licenciamentos devidos sejam acertados.

A Qualcomm negou que suas ações ferem os princípios da concorrência, em curto e longo prazo, e, mais uma vez, se posicionou contra as alegações de que estaria tentando defender os interesses de fabricantes de quem é fornecedora. A empresa diz que esse não é o caso, mas sim, a busca pela devida compensação relacionada a tecnologias de conectividade usadas de maneira irregular pelo iPhone.

Ao final de sua resposta, a empresa ainda afirmou que a Apple pode, a qualquer momento, mudar de fornecedora, deixando a Intel e buscando uma empresa que não trabalhe com suas tecnologias proprietárias. Ou, então, no que considera a alternativa mais correta, faça os devidos acertos com relação aos royalties, para que tudo possa voltar a correr bem no mundo da tecnologia.

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Na última semana, a CCIA (Associação das Indústrias de Informática e Comunicação, na sigla em inglês) enviou uma carta à corte responsável pelo caso, acusando a Qualcomm de práticas anticompetitivas. Na visão da organização, ela estaria abusando de seu domínio sobre o setor de chips para tentar monopolizar o mercado, solicitando um banimento na importação de iPhones para os EUA caso as altas taxas de royalties cobradas não fossem aceitas.

Para a Apple, os altos valores seriam uma forma de minar dispositivos que não usam seus componentes, uma vez que a própria empresa de Cupertino é a responsável por fabricar os chips de seu smartphone. Em defesa, a companhia afirma que as tecnologias proprietárias da Qualcomm nem de longe constituem parte central do iPhone, e sendo assim, os valores pedidos pela companhia seriam abusivos.

A empresa de Cupertino utiliza o termo “taxa pela inovação” para se referir às práticas da rival, afirmando que ela exige uma porcentagem dos lucros relacionados ao iPhone apesar de não ter tecnologias que sejam parte integrante dele. Seria, para a Maçã, uma forma de dificultar a continuidade de suas operações e lançamentos, privilegiando, ao mesmo tempo, as companhias que tem soluções como o Snapdragon como parte central de seus produtos.

O processo se arrasta na justiça e, em uma de suas principais viradas, a Apple interrompeu completamente o pagamento de royalties para a Qualcomm, mesmo aqueles não relacionados à ação judicial, e orientou suas parceiras de fabricação a fazerem o mesmo. Todo o dinheiro está sendo depositado em um fundo até que as questões relacionadas a valores sejam resolvidas.

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A atitude pode gerar quedas de até US$ 800 milhões no faturamento da Qualcomm, mas a empresa não titubeou. Apesar das declarações de seu CEO, Steven Mollenkopf, que diz enxergar um acordo como uma possibilidade, nenhuma das duas parece disposta a ceder em suas exigências, em um caso que, cada vez mais, parece depender da interferência judicial para chegar a um final.

A Apple falou brevemente sobre as novas afirmações da Qualcomm, voltando a citar a tal taxa por inovação e minimizando o processo, afirmando que um único elemento de conectividade da empresa é usado no iPhone. O embate continua nos tribunais, com mais e mais declarações de ambos os lados se acumulando a um processo que já atinge valores milionários.

Fonte: Reuters