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Post poético de CEO causa perda de R$ 84 bilhões em empresa chinesa

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Maio de 2021 às 20h20

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Reprodução/Anthony Kwan/Bloomberg
Reprodução/Anthony Kwan/Bloomberg

Líderes de grandes empresas e famosos usam suas redes para dar opiniões em diversos assuntos. Muitas vezes, principalmente em tópicos delicados, as opiniões controversas dessas personalidades trazem consequências para o mundo real. Boicotes às marcas, cancelamentos de contratos e patrocínios. Em alguns casos, bastam algumas palavras para mexer com o mercado e com as próprias ações da companhia. Um executivo chinês precisou ser lembrado disso da pior forma possível.

Na China, Wang Xing, o CEO e fundador da Meituan-Dianping, importante big tech do país no setor de serviços, fez um post dúbio sobre a relação entre o mercado e o governo local. No microblog Fanfou, plataforma semelhante ao Twitter, Xing compartilhou com seus 200 mil seguidores o trecho: "Antes que as cinzas [de livros queimados] esfriem, revoltas surgirão ao leste das montanhas". Com muitos comentários, a publicação chamou atenção.

A passagem faz parte de um poema de Zhang Jie, escrito durante a dinastia Tang (período entre os anos 581 e 618), que critica a censura do Imperador Qin Shihuang. O verso teve uma reação rápida por parte da Bolsa de Valores de Hong Kong, onde os papéis da Meituan são negociados. Os ativos da empresa desvalorizaram US$ 16 bilhões (cerca de R$ 84 bilhões) em um único pregão.

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Segundo a consultoria Enlightment, a publicação viralizou e alcançou mais de 4,2 milhões de comentários. Tentando reduzir danos, o CEO deletou a publicação e se retificou sobre o assunto. Em comunicado a CNN Business, explicou que a postagem era uma reflexão sobre o ambiente competitivo, onde é preciso estar atento a todos os oponentes.

"O Alibaba se concentrou em JD.com todos esses anos, mas no final foi Pinduoduo que apareceu de repente com seu número de usuários ultrapassando o Taobao (propriedade do Alibaba) de uma só vez", disse ao veículo norte-americano.

Elon Musk também já mexeu com o mercado apenas com um tweet

Casos semelhantes aconteceram com Elon Musk, em 2018 e em 2019. O fundador da Tesla e da SpaceX postou em seu Twitter que estava considerando fechar o capital de sua empresa de carros, ou seja, tirá-la do mercado público da Bolsa de Valores. O bilionário foi intimado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) para prestar esclarecimentos.

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Em outro episódio, ele disse na mesma rede que dos 500 mil carros Tesla fabricados, 400 mil iriam para as concessionárias. A afirmação levou a uma queda na bolsa e a um acordo no valor de U$ 40 milhões com a comissão; metade do valor foi pago por Musk, a outra pela companhia. Depois disso, o executivo passou a ser monitorado de perto pela SEC e pela própria diretoria da Tesla.

Fonte: UOL, CNN Business