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Para Apple, novo álbum de Dr. Dre mostrou força do Music

Por| 17 de Agosto de 2015 às 12h37

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Para Apple, novo álbum de Dr. Dre mostrou força do Music
Para Apple, novo álbum de Dr. Dre mostrou força do Music
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Para a Apple, se alguém tinha dúvidas sobre o potencial de sucesso do Music no mercado, tais questionamentos podem terminar agora. No final de semana, a empresa anunciou que o novo álbum “Compton: A Soundtrack” do rapper Dr. Dre acumulou mais de 25 milhões de execuções em sua primeira semana no ar, além de quase meio milhão de downloads por meio da iTunes Store. O disco é exclusivo da Maçã.

Para o produtor Jimmy Iovine, que é uma das mentes por trás do lançamento do Apple Music, os números mostram que a plataforma tem uma capacidade real de atingir os usuários e chegou para ser um concorrente de peso nesse mercado. Disso, ninguém tem dúvida, mas como será que vai ficar a retenção de usuários depois que o período de gratuidade, oferecido a todos, acabar?

Lançado em 30 de junho, o serviço contaria hoje com 11 milhões de inscritos, todos acessando o portfólio completo de músicas de forma gratuita. No final de setembro, porém, muitos destes “early adopters” passarão a ter de pagar US$ 10, cerca de R$ 35, e é aí que está o grande teste do valor oferecido pela Apple. Será que o Music vai ser capaz não apenas de reter os usuários atuais, além de, com seus exclusivos, angariar os ouvintes que já pagam para utilizar outras plataformas?

A Maçã, claro, confia que sim, mas especialistas acreditam que ainda existe uma grande disparidade entre o total de contas cadastradas no iTunes e os usuários efetivos do Apple Music. O primeiro total é de 800 milhões, mostrando que muitos dos usuários de produtos da Maçã ainda não estão no serviço. Não dá para dizer que todos preferiram a concorrência, mas que muitos, sim, fizeram isso.

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Outros números do mercado também mostram que a tarefa da Apple daqui em diante pode ser mais difícil do que ela própria admite. Os discos campeões no mercado de streaming neste ano foram “If You’re Reading This It’s Too Late”, de Drake, com 48 milhões de reproduções; e “To Pimp a Butterfly”, de Kendrick Lamar, com 39 milhões. Dois números bastante distantes do total obtido por Dr. Dre e obtidos em sua grande maioria com a contribuição do Spotify, que apesar de não ter posse exclusiva sobre as obras, teria participado com mais de 50% desses totais.

Por outro lado, há sim o que se comemorar. Os números obtidos apenas por meio do Apple Music levaram "Compton: A Soundtrack” para o segundo lugar nas paradas do Billboard, uma das mais conceituadas do mundo da música, atrás apenas de “Kill the Lights”, do cantor country Luke Brian. Ele, ao contrário de Dr. Dre, lançou seu disco por meios convencionais, além de diversos serviços de streaming ao mesmo tempo.

Lançado no dia 7 de agosto, o novo trabalho do rapper permanecerá como um exclusivo do Apple Music por duas semanas. O primeiro trabalho de Dr. Dre em 16 anos, anunciado de surpresa e produzido sob segredo, serve como uma espécie de trilha sonora para o filme “Straight Outta Compton”, que conta a história do grupo de rap N.W.A., que também subiu ao topo das bilheterias norte-americanas no final de semana de estreia.

Correndo atrás do prejuízo

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Muitos analistas apontam a chegada tardia da Apple no mercado de streaming. A empresa lançou sua plataforma apenas neste ano, enquanto concorrentes já consolidados estão por aí há muito tempo. É justamente por isso que a empresa estaria preparando uma grande estratégia de marketing que deve começar ainda neste ano, focando nos artistas que produzirão conteúdo exclusivo para a plataforma.

Mas o grande foco da empresa de Cupertino seria angariar os clientes do Spotify, que é visto como seu principal concorrente. Isso seria feito não apenas pela oferta de músicas exclusivas, mas também por atributos como uma maior qualidade de streaming e a integração com iPhones e iPads, produtos populares que poderiam apresentar uma transição natural para quem é usuário.

Enquanto isso, especialistas se preocupam com o efeito que os esforços ao redor do Apple Music possam ter sobre a iTunes Store, ainda uma das principais fontes de faturamento da empresa. A ideia é que a chegada da plataforma possa, como no passado, modificar os hábitos do consumidor de música e, com isso, canibalizar as receitas da própria companhia.

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Por outro lado, essa não parece ser uma preocupação para a Maçã. Apesar dos números de vendas de álbuns digitais terem caído 3% neste ano, a empresa tem visto resultados estáveis, mostrando que o Apple Music chegou como uma opção a mais para os usuários e não como um substituto. Isso, claro, pode mudar no futuro, mas, para a companhia, não parece ser o momento de pensar nisso.

Fonte: The New York Times