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Brasil vê queda de 19% na produção de smartphones em fevereiro — e é só o começo

Por| 03 de Abril de 2020 às 18h00

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Brasil vê queda de 19% na produção de smartphones em fevereiro — e é só o começo
Brasil vê queda de 19% na produção de smartphones em fevereiro — e é só o começo

A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou bastante a produção industrial brasileira no mês de fevereiro. Dados do IBGE consolidados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) mostram redução de 7% no setor em relação ao mesmo mês do ano passado.

Enquanto a produção de bens eletrônicos reduziu 10,6%, a área elétrica caiu 3,6%. De acordo com o presidente-executivo da associação, Humberto Barbato, o abastecimento foi o principal problema, que afetou principalmente a fabricação de celulares e computadores. E isso puxou bastante a queda geral.

“Esse desempenho negativo na produção de produtos eletrônicos já era esperado devido ao impacto do novo coronavírus”, explicou Barbato. Como você já deve estar ciente, o novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da COVID-19, começou a se espalhar pela região de Wuhan, na China, afetando toda a produção do país asiático, onde fica boa parte dos fornecedores de componentes eletrônicos do mundo.

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Equipamentos de comunicação, que incluem smartphones e similares, apresentou queda de 19,3% da produção comparado a fevereiro de 2019. Já os bens de informática tiveram redução de 10,5%, enquanto aparelhos de áudio e vídeo caíram 12,1%, sempre na comparação com o segundo mês do ano passado.

Ainda não há dados para março, mas a expectativa é de índices ainda piores. “As vendas terão uma queda sensível, não mais pela falta de componentes vindos da China, mas porque as pessoas não estão comprando. O consumidor pode até ir a um desses supermercados maiores, que vendem televisores e computadores, mas não é o que ele vai comprar neste momento”, avaliou Barbato.

Dados preliminares apontam que apenas 14% das fábricas do setor mantiveram funcionamento normal com a chegada do novo coronavírus ao Brasil. O Canaltech já mostrou o que as fabricantes de celulares do país estão fazendo para tentar manter a produção enquanto garantem a segurança de seus trabalhadores.

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Conversão para ajudar a superar pandemia

Barbato tentou minimizar as quedas nas vendas e redução na produção. Segundo ele, a esperança para os próximos meses está na conversão industrial, com várias fábricas trocando maquinário e passando a produzir respiradores e outros produtos para ajudar no combate à COVID-19.

“Talvez a gente consiga de alguma maneira ganhar algum tipo de produção é na transformação de fábricas”, apontou. Alguns especialistas apontam a necessidade em converter fábricas como um dos pontos essenciais para evitar um colapso total da economia. Além disso, faltam respiradores artificiais em todo o mundo, por isso é crucial que o Brasil produza esses itens essenciais no combate à doença.

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De acordo com o Ministério da Saúde, o país tem 65.411 ventiladores mecânicos distribuídos de maneira desigual pelo território. Não se sabe ainda quantos podem ser necessários durante a pandemia. Nos EUA, são 200 mil respiradores mecânicos disponíveis, e um estudo estimou que podem ser precisos quase um milhão para combater os casos mais graves da COVID-19.

Fonte: Abinee, G1