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Marca "Motorola" deixará de existir

Por| 07 de Janeiro de 2016 às 23h44

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Marca "Motorola" deixará de existir
Marca "Motorola" deixará de existir
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No campo das aquisições milionárias, é comum que a empresa vendida seja lentamente extinta do catálogo de produtos da companhia que a adquiriu. Foi assim com a Microsoft, quando comprou a Nokia, e tudo indica que o mesmo irá acontecer com a Apple e os fones de ouvido da Beats. Agora, a mesma situação também vai se repetir com a Lenovo, que confirmou o fim da Motorola como a conhecemos hoje.

Esta é a afirmação de Rick Osterloh, diretor de operações da fabricante de smartphones. Em entrevista ao CNET nesta quinta-feira (7), o executivo declarou que a marca Motorola deixará de existir no mercado de telefonia mobile e será substituída pelo nome Lenovo. Segundo Osterloh, a mudança vai ocorrer aos poucos, mas deve ser concluída até o final deste ano, quando novos dispositivos sob o novo selo "Moto" devem chegar às lojas.

"A Motorola Mobility continua a existir como parte do grupo Lenovo e vai liderar as áreas de engenharia e design em todos os nossos produtos móveis. No entanto, para a nossa estratégia de marketing, vamos adotar duas marcas em smartphones e wearables e seguir daqui para frente, com Moto e Vibe globalmente", disse a Motorola por meio de um comunicado oficial.

Na prática, os aparelhos da família Moto continuarão os mesmos, com foco principalmente na linha intermediária, do Moto G, e na mais avançada, do Moto X - o famoso "M" da marca americana também deve continuar na traseira dos telefones. O que muda é que, a partir de agora, as divisões de celulares da Motorola e da Lenovo serão unificadas, e todos os gadgets oriundos desse setor passarão a ser vendidos sob o logo "Moto by Lenovo".

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Toda essa transição deve ser concluída no período de um ano, quando a empresa espera levar os aparelhos da linha Moto nos mercados asiáticos. Para esses países, a Lenovo pretende introduzir dispositivos categorizados como "superpremium", semelhante ao que o Moto X é atualmente. Enquanto isso, regiões emergentes do globo onde a Motorola já está presente devem receber sua até então linha própria de celulares, a Vibe, voltada para um público que busca por soluções menos robustas.

Por um lado, essa fusão pode ser bastante benéfica para a Lenovo que, embora seja a maior fabricante de computadores do mundo, nunca emplacou nenhum dispositivo no campo dos smartphones. Neste caso, a Lenovo pode aproveitar da popularidade da Motorola em outros países, principalmente aqueles na América Latina, e adotar a estratégia desses locais no mercado asiático, o maior do mundo, e também nos EUA, onde a Lenovo não tem uma participação significativa.

Além disso, a Motorola tem uma bagagem considerável e mundialmente conhecida na telefonia móvel. Afinal, ela foi a empresa que inventou o celular, lá no ano de 1973, nos Estados Unidos - o modelo em questão era um o DynaTAC 8000x, que só foi lançado para o consumidor final uma década depois, em 1984. Isso sem contar em aparelhos icônicos da marca, como o popular V3, no início dos anos 2000, e mais recentemente os primeiros Moto G, lançados a partir de 2013, dois anos após a companhia ser comprada pelo Google.

Por meio de sua assessoria, a Motorola entrou em contato com nossa redação e afirmou que "a Motorola Mobility continua a existir como parte do grupo Lenovo e vai liderar as áreas de engenharia e design em todos os nossos produtos móveis. No entanto, para a nossa estratégia de marketing, vamos adotar duas marcas em smartphones e wearables e seguir daqui para frente com Moto e Vibe globalmente".

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Preços dos aparelhos

Contudo, essa notícia levanta uma dúvida que pode impactar diretamente os países onde a Motorola mais faz sucesso: se a ideia é levar os dispositivos da família Moto para a Ásia e separá-los de mercados emergentes, isso pode significar que, no futuro, não veremos mais esses smartphones serem lançados por aqui, uma vez que esses locais receberão prioritariamente a linha Vibe. Ou ainda, caso isso aconteça, não deverá ser nenhuma surpresa encontrá-los a preços menos acessíveis. Basta notar que todos os dispositivos da linha Moto sofreram reajustes nos últimos meses. O Moto X Play de 32 GB, por exemplo, que antes custava R$ 1.499, sai agora por R$ 1.789.

Independentemente das mudanças, parece que a Lenovo tinha esse plano em mente desde que adquiriu a Motorola em 2014 por US$ 2,91 bilhões. Resta saber como vai funcionar a extinção da marca e como isso pode afetar os fãs (e donos) dos smartphones da companhia que construiu sua história no mercado de telefonia móvel.

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Fonte: CNET