Mãe de vítima do ataque terrorista de San Bernardino apoia decisão da Apple
Por Joyce Macedo | 22 de Fevereiro de 2016 às 13h40
Carole Adams – cujo filho Robert foi morto no ataque terrorista que assassinou várias pessoas na Califórnia – falou a favor da posição da Maçã em relação a criptografia, dizendo que a empresa "está definitivamente dentro dos seus direitos de proteger a privacidade de todos os americanos".
"Isto é o que nos separa do comunismo, não é? O fato de que temos o direito à privacidade", defendeu Carole. "Isto é o que faz a América ótima, nós obedecemos uma constituição que nos dá o direito à privacidade, o direito de portar armas e o direito de votar", acrescentou.
No entanto, Carole parece fazer parte de uma minoria. Isso porque diversas vítimas do atentado e seus familiares já anunciaram planos para redigir um documento legal em apoio ao FBI. "Eles foram alvos de terroristas, e eles precisam saber por que, como isso pôde acontecer", disse um advogado que representa uma das vítimas.
A briga judicial entre a Apple e o FBI ultrapassou os limites do tribunal e se tornou uma questão de opinião pública. Isso porque a justiça dos Estados Unidos determinou que a empresa crie um software capaz de desligar a função de destruir dados por completo em iPhones, facilitando a vida do FBI na hora de quebrar a senha que protege o gadget, a fim de descriptografar os dados ali armazenados.
"Quatorze pessoas foram mortas e muitas mais tiveram suas vidas e corpos arruinados. Devemos-lhes uma investigação completa e profissional nos termos da lei", escreveu James Comey, diretor do FBI, em uma carta divulgada no último domingo (21).
Do outro lado, o CEO da Apple, Tim Cook, explica que o caso pode resultar em um grande problema para a privacidade dos dados dos cidadãos norte-americanos. "Este caso é muito mais do que um único smartphone ou uma única investigação, por isso, quando recebemos o pedido do governo, sabíamos que tínhamos de falar. Está em jogo a segurança de dados de centenas de milhões de pessoas que cumprem a lei, e estabelecendo um precedente perigoso que ameaça as liberdades civis de todos", escreveu o executivo em uma carta destinada aos funcionários da Apple.
Fonte: Apple Insider