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Internet das coisas, robôs e conexão imersiva: desafios para bancos do futuro

Por| 16 de Junho de 2015 às 21h01

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Internet das coisas, robôs e conexão imersiva: desafios para bancos do futuro
Internet das coisas, robôs e conexão imersiva: desafios para bancos do futuro

O futuro reserva alguns desafios importantes que deverão ser enfrentados por bancos que quiserem se manter relevantes, avaliou o fundador e presidente da rede de pesquisas finaceiras Financial Services Club e autor do livro “Digital Bank”, Chris Skinner, em sua apresentação durante a tarde desta terça-feira (16), no evento de tecnologia financeira Ciab Febraban.

Durante sua palestra para representantes do setor, Skinner dividiu a existência da Internet em diferentes gerações, cada uma com uma característica principal. Segundo ele, hoje vivemos na sexta geração da internet, marcada pela conexão de indivíduos com indivíduos. A geração é marcada por serviços como Facebook, Uber e Airbnb, que têm como objetivo conectar pessoas que buscam serviços a outras pessoas que os oferecem — criando uma rede que inclui uma parcela cada vez maior da população.

A tendência é puxada ainda por outro fator que está pressionando o setor financeiro por mudanças: a mobilidade. Hoje as estimativas são que cerca 3,6 bilhões de pessoas do mundo já estejam conectadas de alguma forma às redes móveis. Essa penetração de dispositivos móveis já começa a oferecer novas possibilidades de inclusão de pessoas não-bancarizadas no sistema, seja através do mobile banking ou de ferramentes de mobile payment. "Conectividade constante e em tempo real muda completamente o jogo", avaliou Skinner.

Mas ao mesmo tempo que a mobilidade e a economia pessoa-a-pessoa trazem possibilidades, os primeiros desafios aos bancos já começam a surgir. O executivo citou como exemplo o serviço de transferência de valores baseado no Reino Unido TransferWise. Criado em 2011, o serviço também utiliza o conceito de conexão P2P para realizar pagamentos internacionais, mas de uma forma indireta. Com essa lógica, o serviço é capaz de cortar taxas de transferência internacionais cobradas por bancos e reduzí-las de tradicionais 5% para apenas 0,5% do valor da transação. "Virtualmente o que eles fazem poderia ser gratuito, porque eles estão movendo dados, não dinheiro", afirmou.

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Outro exemplo citado por Skinner é o da criptomoeda Bitcoin, que também permite que dois usuários façam a transferência de valores de forma anônima e rápida, sem a necessidade de intermédio de instituições financeiras. Apesar de ter enfrentado desafios no ano passado, a moeda ainda é uma tecnologia com potencial, na avaliação de Skinner, e é uma alternativa viável para transações independentes de bancos.

Chris Skinner: para o executivo, bancos precisam se tornar integradores de serviços e facilitadores da vida do cliente (foto: Rafael Romer/Canaltech)

Nos próximos anos, os desafios devem se expandir ainda mais conforme a internet avança para as próximas gerações previstas por Skinner. Nos próximos quatro anos, a tendência já conhecida da internet das coisas aumentará ainda mais a quantidade de transações máquina-a-máquina, pressionando a infraestrutura bancária com um crescimento expressivo no número de dispositivos conectados e dados analíticos. Em uma janela de quinze anos, Skinner inclui ainda robôs e uma internet imersiva e onipresente como desafios que forçarão mudanças no sistema financeiro.

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Para acompanhar essas mudanças, o analista coloca a atualização das infraestruturas de legado como uma das prioridades essenciais para as instituições bancárias cortarem seus gastos e otimizarem seus processos. "Se vocês substituirem prédios e humanos por servidores e algorítimos, economizarão milhões", opinou.

Mas, apesar das transformações drásticas, Skinner ainda vê potencial para instituições financeiras nos próximos anos, que deverão atuar como integradores de diversas tecnologias e serviços para auxiliar os clientes.

"Nossos clientes não querem lidar com centenas de serviços, eles querem uma marca em que podem confiar, que é regulamentada, cuida de tudo e provê da forma mais fácil, barata e digital", afirmou. "Esse é o novo modelo de negócio: o integrador de sistemas a valor".