Internet das Coisas pede colaboração e humildade das empresas
Por Stephanie Kohn | 03 de Outubro de 2017 às 17h27
Em painel realizado no Futurecom, maior evento de Tecnologias da Informação e Comunicações da América Latina, 11 executivos do setores privado e público se reuniram para discutir os desafios na construção de um modelo de negócio dentro do ecossistema de IoT. Entre os tópicos comentados, a colaboração foi um dos mais destacados.
Luis Minoru Shibata, VP de estratégia e inovação da TIM, afirmou que “as empresas não podem ter a arrogância de achar que poderão atender todo o setor sozinhos.” Para Luiz Carlos Faray de Aquino, da Oi, o IoT é um jogo de rugby com muitos players e não se resume a conectividade, mas processamento de dados, escalabilidade, aplicações e soluções.
“Internet das Coisas é muito amplo e o papel das operadoras é ser protagonista e oferecer ao mercado soluções e não apenas conectividade. Para isso, precisamos de parcerias”, comentou Faray.
De acordo com Aníbal Diniz, da Anatel, as mais de 7 mil pequenas provedoras brasileiras serão primordiais na construção do ecossistema de IoT. “Para o IoT se tornar uma realidade precisamos de cooperação máxima de infraestruturas, pois ninguém terá condição de fazer sozinho”, disse.
Já Ney Acyr da Embratel acredita que as companhias terão de mudar suas culturas e buscar parceiros em um modelo em que todos ganham. “As startups serão as idealizadoras de novas ideias e os protagonistas do IoT serão os provedores de soluções. Nosso DNA é de rede e infra, por isso o sucesso do IoT depende da junção de TI com Telecom”, ressaltou.
Regulamentação
Apesar de muito já ter sido discutido, ainda não há nenhuma regulamentação por parte da Anatel. O conselheiro da agência informou que eles estão ciente das necessidades do setor, mas não querem se antecipar, pois entendem que tudo é incipiente e precisa de tempo para desdobramentos.
Segundo Luiz Alexandre Garcia, CEO da Algar, o ideal é criar um novo modelo e não adaptar o que existe em telecom. “Os custos tributários não podem ser maiores que o valor do serviço prestado. Só assim vamos fomentar o mercado.”
Ainda assim, José Gontijo, diretor do Ministério das Ciências, Tecnologia, Inovação e Comunicações, informou que a adaptação do regulamento atual é um caminho possível, assim como a criação de algo completamente novo. Segundo ele, o governo ainda não sabe o que fará.