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Governo de Cingapura anuncia requisitos para compra da Uber pela Grab

Por| 13 de Abril de 2018 às 12h40

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Governo de Cingapura anuncia requisitos para compra da Uber pela Grab
Governo de Cingapura anuncia requisitos para compra da Uber pela Grab
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A Comissão de Competição e Defesa do Consumidor de Cingapura (CCCS, na sigla em inglês) anunciou uma série de medidas que deverão ser tomadas pela Grab e Uber enquanto aguardam a finalização de seu projeto de fusão. A venda das operações da companhia de transportes foi anunciada no final de março e compreende não apenas o território em si, mas também todo o sudeste asiático. Autoridades, porém, fizeram exigências para manter a saúde do mercado durante o processo.

Em documento, a CCCS fixa medidas interinas até que toda a negociação seja aprovada e finalizada. O órgão, por exemplo, impede que a Grab utilize os dados da Uber para melhorar seus serviços, enquanto a empresa liderada por Dara Khosrowshahi precisa permanecer funcionando de maneira independente, no mínimo, até o dia 7 de maio. É nesta data que o governo espera finalizar as análises e emitir a aprovação necessária para que a aquisição siga adiante.

Além disso, de forma a reduzir o domínio da Grab sobre o mercado de transportes, uma vez que a fusão for realizada, a companhia deverá encerrar todos os acordos de exclusividade que possui com empresas locais de táxi. Entretanto, ao mesmo tempo, ela foi autorizada a oferecer pacotes de transição para os motoristas, que poderão optar por deixar seus empregadores atuais para se unirem à plataforma digital – o mesmo vale para os dados de usuários que utilizaram os carros de praça durante o período de parceria, que poderão ser importados para os sistemas da companhia.

Ainda, as autoridades regulatórias afirmaram que vão impedir que acordos de exclusividade sejam firmados no mercado de aluguel de veículos. Além das operações de transporte da Uber em si, a Grab também assume outros serviços, como o de locação, mas fica impedida de exigir que seus clientes dirijam exclusivamente para sua plataforma, caso escolham locar um carro para essa finalidade.

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As exigências são mais uma etapa de um processo regulatório complicado, que vem atrasando a saída da Uber do território asiático e também a remessa de dinheiro vinda da Grab. Nos últimos meses, a empresa liderada por Khosrowshahi vem abrindo mão de suas operações em diversos países do outro lado do mundo como forma de levantar capital e, também, intensificar os esforços nos territórios em que possui domínio, em vez de bater cabeça nos mercados mais concorridos e controlados pela concorrência.

As medidas impostas pelo governo vêm, justamente, para garantir que outros players do setor de transportes possam investir em Cingapura. Os pedidos da CCCS foram comemorados pela autoridade de transportes do país justamente por esse motivo, além de garantir a sobrevivência de outros serviços tradicionais, como os táxis de praça e as associações de transporte coletivo.

As exigências, porém, não significam que a fusão está em um bom caminho para ser aprovada – muito pelo contrário, há quem diga que ela não será aprovada pelas autoridades regulatórias de Cingapura. O documento emitido pela CCCS serve como uma medida prévia enquanto o escrutínio continua, com legisladores analisando as operações das duas companhias e o impacto dessa união sobre o mercado de transportes do país.

Ao deixar não apenas Cingapura, mas também a Tailândia, Filipinas, Malásia, Indonésia e outros países do sudeste asiático, a Uber realiza sua segunda saída estratégica em territórios do outro lado do mundo. Em 2016, ela também vendeu suas operações na China para a Didi, um negócio que fomentou a expansão internacional das duas companhias e significou o fim da atuação do aplicativo de transportes em um dos mercados mais concorridos do mundo nesse quesito.

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O negócio tem valor estimado em US$ 1,6 bilhão. Caso aprovada, a fusão dará à Uber uma parcela de 27,5% do capital da Grab, permitindo que ela continue a lucrar com as operações asiáticas mesmo não estando pessoalmente por lá. O dinheiro, indicou a companhia, será usado para fomentar a presença da companhia em outros territórios em que ela já é sólida, além de garantir uma expansão mais rápida para cidades ainda não atendidas.

Fonte: Reuters