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Funcionários da área de TI da Estácio são investigados por roubo de dados

Por| 24 de Abril de 2017 às 12h01

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A instituição de ensino Estácio registrou na última semana, na Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, um boletim de ocorrência afirmando que integrantes da área de Tecnologia da Informação roubaram dados confidenciais do atual CEO da entidade, Pedro Thompson, causando um "consequente vazamento de informações expostas na mídia".

De acordo com a investigação feita pela ICTS Proviti e por uma auditoria interna feita pela Estácio, há fortes indícios de que o acesso às informações de Thompson tenha sido realizado via acesso físico a seu computador antigo por Israel Silva, ex-empregado de suporte de TI da Estácio. Após denúncia de Pedro Barthel, que trabalha na Estácio, os principais suspeitos são Rogério Melzi, ex-CEO da entidade, e Israel Silva e Luiz Walnei, respectivamente ex e atual funcionários da empresa.

O registro do boletim informa que a correspondência entre Thompson e a advogada Paola Pugliese, do escritório Demarest, foi violada e divulgada na imprensa. A advogada assessorava a Estácio no processo de fusão com a Kroton junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Ao final do trecho de conclusões do boletim de ocorrência, a Estácio informa que a denúncia de Barthel está em linha com a investigação feita pela ICTS e a Estácio, apontando indícios que Walnei, Israel e Melzi participaram ou têm relação direta com a suposta clonagem do computador do presidente da instituição e divulgação de informações confidenciais.

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Motivações

Ainda não está claro o que teria motivado o trio a divulgar esses dados na mídia. Contudo, especula-se que eles queriam revelar o processo envolvendo as negociações da Estácio com a Kroton.

Em abril, a Estácio informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que havia concluído o processo de investigação interna destinado a apurar denúncias de que Thompson teria discutido com advogados externos alternativas para inviabilizar a combinação de negócios entre a Kroton e a Estácio. As duas companhias estão em processo de fusão, que ainda passa por análise do Cade. O órgão antitruste já sinalizou que sua avaliação será dura, o que levou a Kroton a montar uma equipe de defesa forte para defender o negócio.

Em março, um rumor indicava que o conselho da Estácio havia aberto investigação para apurar uma denúncia anônima que acusava o presidente da empresa de tentar atrasar a fusão com a Kroton. O executivo foi afastado do grupo de trabalho que negocia os termos da associação e não deve voltar a ele, já que o processo está sendo liderado pela própria Kroton.

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Em nota à CVM, a Estácio disse que "a investigação conduzida pela companhia não encontrou qualquer evidência, de qualquer natureza, de que o diretor-presidente, seja diretamente ou por meio de tratativas com qualquer outro integrante da diretoria, do conselho de administração ou do quadro de funcionários, consultores ou ex-consultores da Estácio, tenham tomado qualquer medida que pudesse, sob qualquer forma, impedir, retardar ou dificultar o processo de combinação de negócios entre a Kroton e a Estácio". A investigação envolveu a análise de mais de 22 mil documentos coletados da base de dados da companhia e de Thompson, além de entrevistas com pessoas selecionadas.

Representantes da Estácio e da Kroton não se pronunciaram sobre o caso.

Fonte: Valor Econômico