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FBI teria pago hackers para desbloquear iPhone

Por| 13 de Abril de 2016 às 10h48

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Em mais um episódio da novela turbulenta da relação entre o governo dos Estados Unidos e a Apple, surgem agora informações de que o FBI teria contratado um grupo de hackers para, na surdina, tentar desbloquear o iPhone. A agência teria realizado um pagamento único para o time de especialistas, que deveria trabalhar em busca de uma falha zero-day, ou seja, aquelas que ainda não haviam sido localizadas e são desconhecidas.

Os novos relatos sobre o caso não deixam claro se tal vulnerabilidade foi encontrada ou não, mas parece que a resposta é positiva. Entretanto, no que pode ser uma perspectiva um tanto preocupante, o FBI não teria contratado apenas “hackers do bem” para fazer isso, incluindo no time aqueles chamados de “gray hats”, que, para especialistas, possuem certa ambiguidade moral.

Os termos se associam ao alinhamento dos hackers. Enquanto os “white hats” revelam as falhas que encontram às fabricantes, ao governo, e, depois, ao público, trabalhando em prol da proteção; os “black hats” são os que operam no mercado negro, usando as brechas para invasões ou ataques. Os “gray hats” estão entre os dois espectros, trabalhando, sim, em prol, da segurança, mas sem pudor nenhum em vender seus achados para, por exemplo, agências e administrações públicas que possuem histórico ou interesse em espionar cidadãos.

O movimento dos hackers parece ter sido bem-sucedido, mas isso ainda é uma especulação. No final de março, o FBI adiou uma audiência que teria com a Apple sobre o desbloqueio do iPhone, afirmando que “terceiros” teriam sido capazes de realizar o desbloqueio sem a ajuda da companhia. Na época, uma empresa de segurança israelense chamada Cellebrite foi apontada como a responsável por esse método alternativo, mas os novos relatos mostram que esse pode não ser o caso.

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Entretanto, não se sabe ao certo se tal tentativa efetivamente teve sucesso, o que cria uma preocupação extra tanto para a Maçã quanto para seus usuários. Um dos motivos do embate entre governo e a empresa é, justamente, a dificuldade de se desbloquear o iOS. Agora, com a ideia de que existe uma falha que permita isso, não apenas a companhia precisa voltar à prancheta para encontrar um problema que desconhece, mas mais hackers também devem analisar cada byte do sistema operacional em busca da abertura.

E no centro de toda essa questão está o iPhone 5c que pertencia a Syed Farook, um dos terroristas responsáveis pelo atentado de San Bernardino. No início de dezembro de 2015, ao lado da mulher, Tashfeen Malik, ele abriu fogo durante uma confraternização em um centro comunitário da cidade, que fica no estado norte-americano da Califórnia, além de tentar detonar, sem sucesso, um explosivo. O casal foi morto horas depois enquanto tentava fugir da polícia. O FBI queria ter acesso ao aparelho por acreditar que, nele, estão mais informações sobre a organização do ataque, bem como a identidade de outros indivíduos envolvidos nele.

Fonte: The Washington Post