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Especial fintechs: entrevistamos o fundador da Moneto, app de cobranças online

Por| 19 de Maio de 2017 às 11h47

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Especial fintechs: entrevistamos o fundador da Moneto, app de cobranças online
Especial fintechs: entrevistamos o fundador da Moneto, app de cobranças online

Um app que permite pequenos empresários enviar cobranças online. Assim é o Moneto, uma fintech que tem como ideia principal agilizar o recebimento do dinheiro pelo autônomo e promover o crescimento de pequenos negócios. A startup tem como investidor-anjo principal ninguém menos que Romero Rodrigues, um dos fundadores do Buscapé, e já conseguiu um aporte de R$ 2,5 milhões da SP Ventures.

Nos últimos seis meses, a empresa efetuou mais de R$ 1 milhão em pagamento entre seus oito mil clientes com ticket médio de R$ 150 por cobrança. Para nos contar mais sobre o nascimento da plataforma, planos futuros e o cenário das fintechs no Brasil, conversamos com Marcos Arruda, fundador da Moneto.

Canaltech - Como surgiu a ideia da Moneto? Como você percebeu uma lacuna no mercado para preencher?

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Marcos Arruda - A ideia surgiu ao perceber a dificuldade que temos efetuar pagamentos para autônomos no nosso dia-a-dia (encanador, pintor, jardineiro e etc). Normalmente eles só recebem cheque ou dinheiro. Estudando mais a fundo o caso, ficou claro que o recebimento em dinheiro e cheque é caro e logístico, pois pede que o autônomo se desloque, vá até o seu cliente final e às vezes nem receba o valor total. Ele investe o tempo que poderia estar sendo empregado na conquista de novos clientes apenas para cobrar os clientes antigos. Por outro lado, o pagador [cliente do autônomo] não tem a comodidade de fazer o pagamento com cartão ou outros meios eletrônicos. Normalmente tem de ir ao banco, tirar dinheiro ou pedir um novo talão de cheques.

Pensei que se pudéssemos disponibilizar um aplicativo que o autônomo envia cobranças online para seu seu cliente, além de ser mais rápido o recebimento do dinheiro, maior seriam as chances de pagamentos e menor a inadimplência. Por outro lado, o cliente teria a comodidade de pagar uma cobrança pelo celular, de qualquer lugar e a qualquer momento, escolhendo a melhor forma como boleto, cartão de crédito ou débito online.

Assim, com o Moneto, o dinheiro dos pagamentos online podem ser direcionados para uma conta bancária ou, caso o autônomo não tenha, poderá usar o dinheiro via um cartão pre-pago MasterCard ou fazer um saque na lotérica. Com isso, o app alcança toda a base de autônomos desbancarizados e promove forte inclusão financeira.

CT - A monetização da Moneto se dá apenas pelax taxas cobradas nas transações e pelos saques, certo? Não pensa em criar uma assinatura premium ou algo do tipo?

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MA - Sim, pretendemos criar uma assinatura para aqueles clientes que optem por usar o cartão pre-pago como forma de usar o dinheiro das vendas.

CT - Quantos usuários ativos vocês possuem? E quantas transações foram feitas ou qual a média diária/mensal/anual de transações?

MA - Até o momento, sem investimentos em marketing, temos oito mil clientes e cerca de R$ 1 milhão em cobranças pagas nos últimos seis meses, com ticket médio de R$ 150 por cobrança.

CT - Em que fase da startups vocês estão no momento?

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MA - Estamos na fase de tração, testando diversos canais de aquisição de clientes. Tivemos aporte de R$ 2,5 milhões da SP Ventures, como investidor institucional, e do Romero Rodrigues [fundador do Buscapé] como investidor-anjo principal.

CT - Quais são os próximos planos para a Moneto?

MA - Nossa meta em 2017 é exercitar e testar o máximo de canais de aquisição de clientes e conseguir “acertar a mão” na retenção da base, que é um indicador muito importante, uma vez que nosso público-alvo é carente de soluções financeiras e precisa ser de alguma forma educado e muito bem atendido.

CT - Sobre o prêmio Fintech Awards Latam. Como foi o processo de seleção das empresas? O que vocês precisaram apresentar?

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MA - Nós reunimos os sócios para responder uma pergunta muito importante: que tipo de impacto social nosso negócio promove em escala global? Assim, reforçamos a deia de que nosso negócio existe para viabilizar produtos e serviços financeiros para o microempreendedor desbancarizado e sub-bancarizado, promovendo o seu empoderamento e o crescimento sustentável do seu negócio. Nós também tivemos de fazer um vídeo e uma apresentação da estratégia de crescimento do negócio, além de como promovemos um forte impacto social por meio da inclusão financeira.

CT - O que a premiação trouxe de benefícios ao Moneto?

MA - O maior benefício foi ter o nosso negócio analisado e avaliado por especialistas de várias partes do mundo, que chegaram a conclusão de que nosso negócio tinha um "algo mais". Essa validação não tem preço e trouxe um nível de energia muito grande para todo o time de fundadores, colaboradoes e para os investidores. Mostra que, de alguma forma, estamos no caminho certo. Outro benefício, não menos importante, foi a visibilidade.

CT - Como você vê o mercado de fintechs no Brasil? Pode comentar sobre a atualidade e projeções futuras?

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MA - As fintechs trazem a dinâmica que falta nos bancos e alcança um público até então excluido do ecossistema financeiro brasileiro, viabilizando o acesso a bons produtos a um custo competitivo. O mercado será cada vez mais estimulado não somente pelas iniciativas locais, mas também pelas iniciativas globais, já que investidores entusiastas de fintechs tem visto o Brasil como uma fonte de excelentes oportunidades.

CT - E qual é a importância de fintechs para o país? E a importância para os brasileiros de fintechs como a Moneto?

MA - As fintechs existem em nosso país para garantir que a população brasileira seja ouvida e que empresas possam transformar suas necessidades em serviços financeiros, oferecendo à população maior nível de empoderamento, de inclusão social e de perspectivas de crescimento, inclusive, familiar.

O Moneto e todas as demais empresas que procuram levar soluções de pagamentos online para os desbancarizados promovem o crescimento dos negócios dos autônomos, gera uma inclusão tecnológica e eleva o empoderamento social deste pequeno autônomo, que hoje já pode sonhar com o crescimento de seu negócio.

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Levaremos o máximo de serviços e produtos financeiros sob medida para o crescimento do nosso cliente e não nos interessa se ele não tem conta bancária ou nome negativado, pois esse é o verdadeiro empreendedor, é aquele que sai com zero reais no bolso e precisa voltar com R$ 50 no fim do dia para dar alimento aos seus filhos.

Conheça as outras vencedoras do prêmio Fintech Awards Latam e leia ainda uma matéria que fala da relação das fintechs com os bancos brasileiros em nosso #EspecialFintechs.