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Em terra de Nicolau Copérnico, quem investiu no digital é rei

Por| 08 de Março de 2017 às 18h34

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Em terra de Nicolau Copérnico, quem investiu no digital é rei
Em terra de Nicolau Copérnico, quem investiu no digital é rei

Quando me convidaram para discutir o cenário dos bancos digitais brasileiros e apresentar o Neon na terra de Nicolau Copérnico, já imaginava que encontraria uma Polônia bem evoluída, não sendo refém, apenas, da teoria do Heliocentrismo – tinha a certeza de que encontraria outros “Copérnicos” por lá.

Era muito complexo, em meados dos anos 1500, analisar, desenvolver e investir em uma teoria que desmistificasse que a Terra fosse o centro do universo, quebrando assim o paradigma da Teoria Geocêntrica, como Copérnico fez. Assim como era praticamente impossível acreditar, também, que nos anos 2000 um banco cem por cento digital fosse criado – e em menos de 100 dias.

Durante o ‘Digital banking & Payment Summit’, evento com o propósito de discutir o segmento bancário digital, onde fui o único brasileiro convidado, pude conhecer Sławomir Lachowski e o Mbank, e então notar a herança inovadora vinda de um país em que pouco falamos ou nos inspiramos.

Enquanto o mundo falava do famoso ‘Bug do Milênio’, Lachowski criou um banco de varejo, sem agência física e com presença cem por cento digital, que se expandiu rapidamente para República Checa e Eslováquia. Para se ter uma dimensão, hoje o MBank é o 3 maior banco do país e foi reconhecido como o banco mais inovador da Polônia.

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Ele me contou que o segredo de sua estratégia foi apostar em baixo custo operacional, processos cada vez mais automatizados e sempre colocando em primeiro lugar a experiência do cliente. Parece óbvio, não? Mas em 2000 eu tinha apenas 8 anos de idade e não havia no Brasil, quiçá no mundo, indícios de que a tecnologia permitisse tal avanço em processos bancários.

Além de conhecer o incrível case do Mbank, me deixando, de verdade, extramente surpreso, notei que lá o digital já é bem mais sólido e todos os principais bancos de varejo oferecem uma experiência bem completa através de seus aplicativos e portais web.

Com isso, todos os bancos se igualam no preço, atendimento e qualidade. Fica muito difícil encontrar pontos de diferenciação. Com esse cenário, eles são estimulados a entender que ser somente uma empresa financeira não é o suficiente - precisam oferecer serviços e soluções.

Um debate intenso ocorre no âmbito regulatório, para que o Banco Central polonês autorize a abertura de ‘APIs’ dos bancos para integração com fintechs e serviços financeiros. Dessa forma, os bancos poderão trabalhar estratégias de cobranding e white lable como um "Bank as a Platform" ou "Bank as a Service".

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Isso pode ser um caminho interessante para que eles consigam se diferenciar, não somente através dos canais próprios, mas dos infinitos canais que são criados diariamente por outras empresas que precisam realizar algumas operações financeiras, apesar de sua expertise não ter nenhuma relação com isso.

Fui à Polônia sem saber o que iria encontrar e voltei com muitas teorias – além do Heliocentrismo que aprendi nas aulas de história. A troca de experiência foi muito importante para acelerarmos processos no mercado brasileiro agregando o que há de mais sofisticado no cenário mundial.

Além de Copérnico, Papa João Paulo II e muito frio, a Polônia também pode ser conhecida como o berço dos serviços bancários digitais.

*Pedro Conrade é CEO do Neon