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Documentos oficiais mostram previsões tenebrosas para as finanças do Yahoo

Por| 06 de Abril de 2016 às 17h55

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Documentos oficiais mostram previsões tenebrosas para as finanças do Yahoo
Documentos oficiais mostram previsões tenebrosas para as finanças do Yahoo
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O Yahoo.com é um dos domínios mais visitados do mundo, mas isso não é o suficiente para fazer a empresa, que é uma das marcas mais antigas e conhecidas da internet, garantir a sua sobrevivência. E nesta quarta-feira (6), foi escrito mais um capítulo da novela que está se tornando o futuro da companhia.

De acordo com informações do Re/code, o “livro de venda” da empresa — documento que reúne informações financeiras sobre uma companhia que está à venda — mostra uma situação bastante desesperadora. A editora Kara Swisher obteve acesso a estes papéis e revela que potenciais compradores os consideraram “incomumente confusos”, mostrando uma empresa “em franca queda livre”.

Segundo as informações reveladas pelo balanço financeiro, o Yahoo espera uma queda de 14% na receita para este ano, indo de US$ 4,1 bilhões em 2015 para apenas US$ 3,5 bilhões em 2016 — em 2014, a arrecadação total foi de US$ 4,4 bilhões. O lucro bruto da empresa, antes de descontar depreciação, taxas e amortização, também deve cair quase pela metade em relação há dois anos: de US$ 1,4 bilhão em 2014 e US$ 1 bilhão em 2015 para somente US$ 750 milhões em 2016.

Para o ano que vem, a situação pode ser ainda pior, quando a matriz vai finalmente deixar de receber US$ 120 milhões do Yahoo Japan, uma companhia controlada pelo SoftBank e que recentemente fechou acordo com o Google. E se os gastos com funcionários estão diminuindo, afinal a companhia espera terminar 2016 com apenas 9 mil empregados, 1,5 mil a menos do que no ano passado, os custos de aquisição de tráfego (TAC) só aumentam: eles saltaram de US$ 220 milhões em 2014 para US$ 875 milhões em 2015 e devem fechar 2016 em torno de US$ 1 bilhão.

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Estes TACs são gerados a partir de acordos feitos pela direção da empresa com outras companhias, como Oracle e Mozilla, a fim de gerar tráfego para os produtos do Yahoo. Se a audiência não caiu drasticamente nos últimos anos, a companhia não soube traduzir isso em cifras.

Cenário caótico

Segundo a publicação do Re/code, muitos potenciais compradores que receberam o documento do Yahoo consideram os papéis altamente desordenados. Para eles, a empresa investiu de maneira confusa em diversos setores que não se consegue deduzir negócios lucrativos de negócios prejudiciais às finanças da empresa. Em muitos documentos, não é possível identificar onde, exatamente, recursos financeiros e humanos foram alocados.

Entre tantos investimentos, uma das principais apostas do Yahoo é (ou ao menos vinha sendo) a criação do Index, um assistente pessoal virtual para concorrer com Siri, Google Now e Cortana. Os mais críticos apontam um certo deslumbramento por parte da CEO da empresa, Marissa Mayer, que teria ignorado o fato de o setor já ser povoado de produtos robustos e também o volume de dinheiro necessário para se criar um concorrente à altura.

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Pelo visto, tudo indica que vender o Yahoo pode ser uma tarefa tão difícil quanto tentar salvá-lo.

Fonte: Re/Code