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Contagem de votos para criação de sindicato na Amazon ocorre até amanhã

Por| 08 de Abril de 2021 às 15h10

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Divulgação/Amazon
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Reguladores dos EUA começarão a computar os votos da eleição que pode criar um sindicato no armazém da Amazon na cidade de Bessemer, no Alabama. Segundo autoridades sindicais locais, a contagem será realizada nesta quinta-feira (08) ou, no mais tardar, até esta sexta-feira (09).

Em comunicado, o Sindicato do Varejo, Atacado e Lojas de Departamentos dos EUA (RWDSU, na sigla em inglês) afirmou que as eleições tiveram uma participação eleitoral de cerca de 55% dos funcionários do armazém da gigante do varejo online. Segundo a entidade, mais de 3.200 cédulas foram recebidas pelo Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA (NLRB, também na sigla em inglês) em uma eleição aberta para mais de 5.800 trabalhadores do local.

A votação possibilitará aos trabalhadores do armazém decidir se eles ingressarão na RWDSU. Caso isso ocorra, o armazém será a primeira instalação da Amazon a se sindicalizar nos Estados Unidos. Em comparação, outras 432 eleições do gênero que foram feitas pelos correios - de meados de março de 2020 até setembro de 2020 - tiveram uma participação de 72% dos funcionários, de acordo com dados divulgados pelo NLRB. Nos quase seis meses anteriores - antes da pandemia da COVID-19 nos Estados Unidos - a participação nesta modalidade foi de 55%, de acordo com um documento NLRB.

Sindicalização em massa e reação da Amazon

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Caso o armazém de Bessemer opte por se unir à RWDSU, a Amazon pode enfrentar uma grande onda de sindicalização entre seus funcionários nos EUA. Segundo uma matéria do jornal The Washington Post (cujo controlador é Jeff Bezos, cofundador e CEO da Amazon), nas últimas semanas, mais de mil trabalhadores da varejista online nos EUA entraram em contato com o sindicato. Eles perguntaram sobre a criação de campanhas sindicais em seus próprios locais de trabalho, composto basicamente de armazéns e centros de distribuição, informou Chelsea Connor, porta-voz da entidade.


A Amazon tem feito uma campanha agressiva, enviando mensagens aos trabalhadores dizendo-lhes para votarem pelo "não". Isso inclui a colocação de faixas e panfletos nos banheiros, de acordo com relatos.

Em certo momento da campanha contra a criação do sindicato, a Amazon começou a usar o Twitch para publicar anúncios anti-sindicais e que eram visualizados por seus trabalhadores. No entanto, a plataforma de streaming - que também pertence a Amazon - removeu esses anúncios, afirmando que eles violavam suas políticas de propaganda política.

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Os esforços a favor e contra o processo de sindicalização na Amazon vêm recebendo atenção dos escalões políticos nos EUA, até mesmo de Joe Biden. Inclusive, o presidente norte-americano já advertiu a varejista sobre eventuais interferências no movimento. Segundo o mandatário norte-americano, "não deve haver intimidação, coerção, ameaças ou propaganda anti-sindical. Nenhum supervisor deve confrontar os funcionários sobre suas preferências sindicais”.

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Fonte: Reuters