Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Conheça a jovem bilionária que quer simplificar os exames laboratoriais

Por| 26 de Agosto de 2015 às 08h23

Link copiado!

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A empresária norte-americana Elizabeth Holmes, de 31 anos, é uma bilionária que possui uma fortuna estimada em US$ 4,5 bilhões e é fundadora da empresa de biotecnologia Theranos. A jovem, que obteve a sua primeira graduação em maio deste ano, promete revolucionar a área de diagnóstico médicos nos Estados Unidos. Segundo a revista Forbes, ela é a mulher mais jovem da história a enriquecer com a própria companhia.

Localizada no Vale do Silício, na Califórnia, a Theranos está avaliada em US$ 9 milhões e tem Henry Kissinger e George Schultz, dois dos secretários de Estado dos EUA mais importantes dos últimos 50 anos, no conselho de administração. A ideia da companhia é colocar em prática um modelo de negócios que resulta em exames de sangue rápidos e baratos.

A empresa criou uma forma de detectar mais de 256 tipos de doenças, como hepatite e problemas cardíacos, fazendo a coleta de maneira simples em farmácias parceiras e não em laboratórios. Para isso, é necessária a retirada de apenas três gostas de sangue, dispensando até mesmo a seringa. Por ser menos invasivo, o método deve ajudar pessoas que têm medo de agulhas e acabam não realizando o procedimento. Além disso, o custo dos novos exames é bem menor.

Elizabeth nunca chegou a revelar detalhes sobre as suas técnicas por acreditar que esse fosse o grande segredo da Theranos. Mas, em fevereiro deste ano, John Ioannidis, pesquisador da Faculdade de Medicina de Stanford, questionou a postura da empresária. "Como saber a validade dos exames que a empresa faz se as evidências não estão ao alcance dos cientistas?", questionou Ioannidis em um artigo para a Associação Médica Americana.

Continua após a publicidade

A tecnologia começou a ser desenvolvida quando Elizabeth ainda estudava em Standford, onde ela trabalhava na criação de uma máquina para fazer análise de sangue e monitorar o metabolismo de pacientes. Foi quando ela decidiu dedicar o seu tempo à área de diagnósticos.

"Descobri que o que queria fazer na vida era tornar a detecção preventiva de doenças uma realidade no sistema de saúde. Havíamos registrado patentes, mas não tínhamos um produto que estivesse remotamente perto de realizar o que eu queria. Não tinha ideia de como faríamos, mas tínhamos de fazer", comentou a empresária em um evento no ano passado.

Foram 10 anos investindo em pesquisa e registrando novas patentes. A Theranos, então, aprimorou os seus métodos em diagnósticos clínicos e trabalhou para companhias farmacêuticas, como a Pfizer e GlaxoSmithKline, realizando testes para novos medicamentos.

Mas foi somente em 2013 que a Theranos pegou as suas 300 patentes e a máquina, finalmente pronta, e fez acordo com a rede de farmácias Walgreens para instalar 42 postos de coletas de sangue em suas lojas.

Continua após a publicidade

Para se defender das críticas, Elizabeth pediu a avaliação da Food and Drugs Administration (FDA), que funciona como se fosse a Anvisa norte-americana. Nos Estados Unidos, qualquer fornecedor de máquinas para exames clínicos precisa primeiro passar por uma série de testes para obter um certificado da FDA antes de chegar aos laboratórios. Porém, como a Theranos não comercializa as máquinas fabricadas pela própria companhia, ela não é obrigada a ser fiscalizada. Mas, mesmo assim, a avaliação foi feita.

O primeiro resultado saiu na primeira semana de julho e o teste do vírus do herpes esteve dentro do padrão aceitável. Mais avaliações devem ser feitas nos próximos meses.

Outro desafio enfrentado pela Theranos é a popularização de testes laboratoriais em larga escala, pois muitos deles exigem uma requisição médica para que sejam realizados. Em julho deste ano, o estado do Arizona derrubou a exigência da requisição e a expectativa é que os outros estados façam o mesmo.

Elizabeth diz que as pessoas têm o direito de ter mais poder sobre a própria saúde e que não vai medir esforços para atingir a sua meta. Em um encontro recente com estudantes de Stanford, a empresária e cientista diz que nunca pensou no que fazer se a Theranos não der certo. "No minuto em que você procura um plano B, sabe que não vai ter sucesso".

Continua após a publicidade

Fonte: Exame, BBC, Theranos