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Como colaborar com Open Source?

Por| 19 de Junho de 2017 às 16h15

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Como colaborar com Open Source?
Como colaborar com Open Source?

Muitos me fazem a pergunta do nome do artigo mas, afinal, como colaborar com Open Source? O que ganho com isso? A resposta mais simples é: de inúmeras formas (para as duas perguntas).

Existem clientes nossos que ajudam o Open Source simplesmente pedindo características no software que ainda não estão presentes: sejam funcionalidades, sejam protocolos ou padrões, sejam interfaces ou conectores. É o que chamamos de RFE (do Inglês pedido de melhorias) e o nosso time de engenharia checa se esse pedido é recorrente e muitos estão pedindo, verifica-se se esta característica já está disponível no projeto da comunidade ou se vão desenvolver do zero para então se incorporar no produto empresarial.

Outros fazem parte ativamente do desenvolvimento colaborando no projeto comunidade pois querem que determinada funcionalidade vá para o produto empresarial para ser suportado e entrar no ciclo de vido do produto: a empresa Amadeus de passagens aéreas e hotelaria é um dos maiores contribuidores do OpenShift (PaaS), do Docker (padrão de container) e Kubernetes (orquestração de containers) focando exatamente nisso. Muitos outros clientes já entenderam o ciclo virtuoso do Open Source onde contribuir, além de ajudar outras empresas, retorna como um produto moldado exatamente para suas necessidades. Recentemente um analista de mercado fez uma análise de produtos de PaaS e alertou que não vale a pena você desenvolver um você mesmo, se quiser ter um produto que seja exatamente o que você precisa, colabore com o projeto Open Source em vez de manter uma equipe para desenvolver e manter o produto inteiro, cuidar do ciclo de vida, se preocupar com correções e segurança, evolução, etc…. Acaba saindo mais caro e pode acabar saindo dos padrões do mercado.

Apenas o fato de apontar um erro de um software e abrir um chamado já é uma forma de colaborar, afinal de contas, o produto vai evoluir por causa desse chamado.

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Para entender melhor como funciona uma comunidade de Open Source falamos com Athos Ribeiro colaborador ativo do Projeto Fedora, projeto esse que gera o principal produto empresarial da Red Hat, o Red Hat Enterprise Linux. O Projeto Fedora é uma comunidade global de aproximadamente 2000 pessoas que trabalham em conjunto para o avanço do sistema operacional Open Source Fedora, para atender as necessidades dos usuários finais em todo o espectro de computação. Como parte da missão da comunidade, o projeto entrega três edições, cada um é um Sistema Operacional Linux adaptado para atender casos específicos de uso: Fedora Atomic Host (plataforma para a pilha de aplicativos Linux-Docker-Kubernetes ou LDK), Fedora Server (sistema operacional que inclui as melhores e mais recentes tecnologias de datacenter) e Fedora Workstation (sistema operacional polido e fácil de usar para computadores e portáteis, com um conjunto de ferramentas para desenvolvedores e usuários de todos os tipos). Cada edição é construída a partir de um conjunto comum de pacotes base, que formam o core do sistema operacional Fedora. A versão 26 beta acabou de ser lançada e já está disponível no site.

Athos colabora com o projeto de diversas maneiras: como empacotador RPM, com a parte de infraestrutura, com correções e reportes de bugs e como um Fedora ambassador, que é um representante do projeto Fedora garantindo o entendimento do projeto para o mundo em geral e como ligação entre outros projetos FLOSS (projetos Open Source ou, Free/Libre Open Source Software) e o projeto Fedora. É um trabalho voluntário, sem ganhos monetários diretos, mas traz um retorno pela oportunidade de networking: conhecer grandes desenvolvedores mundiais de linux e trabalhar com eles trazendo um desenvolvimento profissional, tem a satisfação de estar contribuindo com a computação mundial pois está evoluindo o principal sistema operacional da atualidade além de ser uma base para que possa empreender através de serviços relacionados.

Existe toda uma hierarquia e evolução dentro de uma comunidade onde você começa trabalhando supervisionado por um par, que está em qualquer lugar do mundo e vai crescendo dentro dessa hierarquia: uma comunidade Open Source é muito baseada em meritocracia.

Pelo próprio site do Fedora, você obtém além do software propriamente dito, informações do projeto e como colaborar, seja em design, codificação, na organização da comunidade, na documentação, na categorização interna, na tradução, como empacotador como o Athos, na parte de teste e qualidade, na modularização da distribuição ou simplesmente divulgando o projeto defendendo a causa Open Source.

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No caso de pessoas recém formadas, o mercado de TI sempre busca por profissionais que demonstrem um pouco de maturidade e conhecimento na área. Independentemente da estratégia ou do processo de seleção , é fato que algumas perguntas básicas serão apresentadas para os candidatos, como:

  1. Você possui experiência em trabalho em equipe ?
  2. Já trabalhou na solução de algum problema computacional complexo ?
  3. Você possui experiência em alguma tecnologia ?

Para os jovens profissionais, esses questionamentos podem gerar frustração e uma visão distorcida das exigências do mercado. É muito comum ouvir que o mercado está cada vez mais exigente em vagas e oportunidades oferecidas para profissionais em início de carreira, além de oferecem salários muito baixos do esperado, comparando com as exigências.
De fato, as exigências do mercado estão crescendo muito, porém, a busca não é por “especialistas juniors”, mas sim por profissionais que possuem maior maturidade e conheçam um pouco o desenvolvimento e os processos da indústria de TI.

Nesse caso, a participação e contribuição na comunidade Fedora pode agregar muito para o desenvolvimento profissional e ser um diferencial no processo seletivo.

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A comunidade fedora possui muitos grupos de desenvolvimento, entre eles:

  1. Fedora Ambassadors
  2. Fedora CommOps
  3. Fedora Design
  4. Fedora Distribution
  5. Fedora Documentation
  6. Fedora Games
  7. Fedora Infrastructure
  8. Fedora Internationalization
  9. Fedora Localization
  10. Fedora Magazine
  11. Fedora Marketing
  12. Fedora SIGs
  13. Fedora Videos
  14. Fedora Websites

Mas como eu posso começar colaborar na comunidade? A resposta é relativamente simples e está descrita nessas 4 etapas:

  1. Criar uma conta FAS. Nesse link permitirá criar um usuário dentro da comunidade Fedora.
  2. Logar na sua conta FAS
  3. Depois de logado, deverá criar uma página wiki descrevendo sua experiência e interesses de colaboração. É um texto curto, de preferência com foto, e que apresente uma visão geral da experiência profissional e como pode contribuir na comunidades
  4. Mentor: No caso dos Embaixadores (ou qualquer outro cargo) cada novo usuário terá um mentor que oferecerá suporte nas primeiras atividades e nos processos da comunidade. O mentor será seu ponto principal de contato e responsável pelo processo de onboarding na comunidade. Após seu cadastro em um dos grupos de trabalho dentro da comunidade você receberá um email de um mentor solicitando que você se apresente e indicando os melhores caminhos e práticas dentro da comunidade.
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Como em toda empresa de TI, os grupos de trabalho, pesquisa e desenvolvimento das comunidades possuem processos e hierarquia. Como exemplo: A página do Athos Ribeiro na comunidade fedora.

E como citado anteriormente, as oportunidades no desenvolvimento profissional são enormes e, além disso, as respostas para as principais perguntas dos processos de recrutamento no mercado de TI estão nos registros de contribuição da comunidade.

Não existe CV melhor que o registro de contribuição na comunidade Fedora , como por exemplo:

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Como você pode perceber, não necessariamente você precisa ser técnico para colaborar, existem inúmeras formas de fazer isso e o retorno é conseguido de inúmeras formas também.