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Chip Apple A10 do iPhone 7 pode trazer 6 núcleos. Será? (Parte 2)

Por| 23 de Agosto de 2016 às 23h13

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Chip Apple A10 do iPhone 7 pode trazer 6 núcleos. Será? (Parte 2)
Chip Apple A10 do iPhone 7 pode trazer 6 núcleos. Será? (Parte 2)

Como exploramos na primeira parte deste artigo, melhorar a eficiência single-core está se tornando cada vez mais difícil (e exponencialmente mais caro). Isso acontece tanto pelas limitações físicas do material em si – o silício – que está "a alguns nanômetros" de começar a perder suas propriedades físicas. A solução de curto prazo mais simples para continuar aumentando o desempenho dos chips é aumentar também a quantidade de núcleos, focando em paralelismo (o que exige um bom ajustes na forma como os sistemas operacionais funcionam).

Esse é um dos principais motivos de GPUs estarem em alta ultimamente, já que elas ficam responsáveis por todo tipo de tarefas pesadas atualmente. Isso vai de deep learing e processamento científico até jogos mais pesados, e as próprias CPUs estão se ajustando para paralelizar funções, como é o caso do KiloCore, processadores com 1000 núcleos de processamento e, em uma escala bem menor, as mais recentes gerações Extreme da Intel, com cada vez mais núcleos, chegado a 10 deles (físicos).

E é exatamente por isso que existe sim uma possibilidade de o Apple A10 trazer mais núcleos, já que essa limitação de melhorar ainda mais a eficiência single-core dos processadores também está presente em SoCs de smartphone. Agora, será que é provável?

Provável? Nem um pouco!

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Por que acreditamos que é altamente improvável que a Apple use mais núcleos no A10? Por seu histórico. A empresa raramente – ou mesmo nunca – faz grandes mudanças de uma geração para outra. Basta ver o histórico de iPhones para perceber que o salto anual é relativamente pequeno, muitas vezes apenas o suficiente para que o usuário esteja convencido de que, de fato, seja um aparelho novo. Se o A10 fosse significativamente mais poderoso que o A9, a Apple teria que apressar a introdução de recursos novos no A11, e não é assim que a empresa tem trabalhado através dos anos.

Se os rumores apontassem para um design de 4 núcleos, certamente aumentaria, e muito, a possibilidade de que realmente se concretizassem. Agora, pular de 2 núcleos para 6 em apenas uma geração? Isso é algo muito difícil de esperar da Apple, que já sabe os detalhes tanto do A10 como também do A11, A12 e assim por diante. Mais do que recursos prontos de fato, a Apple trabalha muito bem a expectativa, e os próprios rumores já apontam que só haverá mudanças significativas nos chips da empresa no Apple A11.

Usar mais núcleos é algo improvável mais por razões mercadológicas do que técnicas.

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E, mesmo porque, não há uma necessidade imediata de aumentar tanto o desempenho no iPhone 7. O Apple A9 já é poderoso o suficiente para satisfazer usuários exigentes – você já ouviu alguém reclamar de lentidão com um iPhone 6s? Isso, claro, desde que a resolução de tela seja mantida, já que há uma pequena (diríamos simbólica) possibilidade de que a Apple anuncie seu primeiro aparelho criado para atender às demandas de recursos de realidade virtual. Isso implicaria em uma necessidade de aumento de resolução de tela, coisa que os iPhones têm uma boa margem para fazer, já que a resolução deles é relativamente baixa se comparada à dos tops de tinha com Android, segmento onde o Quad-HD reina.

Por outro lado, o pequeno incremento de desempenho registrado em relação ao A9 pode ser um problema. A não ser que o iPhone 7 traga algum recurso realmente indispensável e ausente nas gerações anteriores, por que os usuários trocariam de aparelho por um ganho que não chega a 20% (ou mesmo 0% se comparado ao A9X)? O 3D Touch, presente somente nos iPhone 6s e 6s Plus, foi um desses recursos, e nem isso ajudou a esquentar as vendas de iPhones. Como mostramos em diversos artigos, a Apple vendeu mais iPhones por causa da China, já que vendeu proporcionalmente menos em seus "mercados garantidos", como América do Norte e Europa.

GPU e memória RAM

Ainda é um mistério qual GPU equipará o Apple A10. Provavelmente será alguma nova geração da Imagination Technologies, mas ainda há poucas informações sobre ela, muitas delas mais baseadas em palpites do que propriamente fatos. Mantidas as resoluções de tela, essa nova GPU (provavelmente série 8XT) traria clusters internos mais eficientes, já que, ao que tudo indica, a bateria dos novos iPhones será, na melhor das hipóteses, 10% maior. Juntando isso com o suporte a APIs mais recentes – considerando, claro, a ausência de tecnologias VR – os usuários ganhariam mais em autonomia do que em desempenho propriamente dito.

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É difícil de acreditar que a Apple continue a usar o LPDDR4 em vez do LPDDR4X, já que os novos chips dos flagships Android já estão confirmados para trazê-la.

O importante também é o tipo de memória utilizada, e há grandes chances de que a Apple faça um upgrade para o LPDDR4X. Ou seja, beneficiaria tanto a CPU como a GPU, sendo, aliás, um sinal de que o upgrade de CPU é menor do que o previsto, pegando carona na memória RAM mais veloz. É praticamente certo que a TSMC seja a única fornecedora de chips desta vez*, já contando com melhorias no processo de 16 nanômetros – e como o Snapdragon 830 está cotado para receber esse tecnologia, é difícil não esperar que o A10 também não ofereça o LPDDR4.

*Ao que tudo indica, a Samsung ficará de fora, mas não parece ser algo relacionado à concorrência, mas sim ao "chipgate" ocorrido no Apple A9 em 2015

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Colocamos novamente o gráfico pois não podemos deixar de considerar que o ganho single-core pode ser resultado de uma memória RAM mais rápida também, não somente devido a ganhos de eficiência da CPU.

Já em relação à memória RAM, realmente apostamos nos 3 GB como padrão tanto para a versão normal quanto na Plus. Novamente, não há necessidade de aumentar, desde que mantidas as respectivas resoluções de tela de cada um. Se o iPad Pro, que tem 5,59 vezes mais pixels do que o iPhone 6s, compensa esses pixels extras com somente o dobro de memória RAM, não há razões para acreditar que a Apple utilize mais do que 3 GB. Assim como os tops de linha desse ano estacionaram nos 4 GB na maioria dos modelos para não canibalizar os upgrades de 2017 (com 6 GB ou mesmo 8 GB), a Apple não teria motivos para não fazer o mesmo.

Conclusão

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Teremos que esperar o iPhone 7 chegar ao mercado para estudarmos melhor as características de seu chip, da mesma forma como fizemos com o Apple A9 em duas partes. Independentemente de suas características finais, porém, o A10 dificilmente decepcionará, como geralmente acontece com os SoCs de iPhone. Novos modelos sempre são os representantes mais potentes quando anunciados, mesmo com a forte concorrência por parte dos chips Android da Qualcomm e da Samsung.

O Apple A10 não mostra sinais de ser diferente, seja adicionando mais núcleos para focar em paralelismo, seja continuando a melhorar a eficiência single-core comum nos iDevices. O Apple A9 é a prova disso, sendo capaz de bater de frente com muitos modelos de oito núcleos, mesmo contando com um quarto dos núcleos de processamento, além de (inteligentemente) delegar as tarefas mais pesadas para a GPU, onde elas devem estar. Não teremos que esperar muito para conhecer esse novo chip, já que o anúncio oficial do Apple A10 está quase aí.

Com informações de:Apple Insider, Phone Arena, Trusted Reviews