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Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (17/09 a 24/09)

Por| 24 de Setembro de 2018 às 14h53

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Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (17/09 a 24/09)
Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (17/09 a 24/09)

Vale iniciar este Boletim Corporativo com uma promessa: este espaço não se tornará uma sucursal de algum tabloide devotado a fofocas de Elon Musk. De fato, estamos fazendo o possível para isso. O problema? Se, por um lado, a mídia internacional não larga do bilionário como trending topic, por outro o próprio Musk parece determinado a pedir usucapião das primeiras páginas de colunas sociais e periódicos econômicos – indistintamente.

Tudo bem que, dessa vez, trata-se mais de desdobramentos de ações infelizes prévias. Por um lado, o Departamento de Justiça dos EUA resolveu dar uma olhada nos papéis da Tesla, como resposta ao desastrado anúncio de fechamento de capital feito via Twitter. Por outro, o mergulhador Vernon Unsworth finalmente resolveu tirar satisfações sobre acusações pesadas feitas por Musk há alguns meses.

Mas, sim, ainda há mais material aqui. Não menos cíclico, é verdade, caso se considere os novos flertes do Facebook com financeiras e bancos. Mas há também a boa iniciativa do MCTIC e do BNDES para fomentar pesquisas relacionadas à IoT (Internet das Coisas) no Brasil, além do curioso surgimento da maconha como capital financeiro por excelência. Sem mais, vamos ao que interessa. Boa leitura.

O DoJ de olho na Tesla (e em Elon Musk)

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O Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA abriu na semana passada um inquérito contra a Tesla para averiguar a legitimidade do que foi dito por Elon Musk em seu famigerado Twitter. Com motivação semelhante à do inquérito civil do qual a montadora também é alvo, o DoJ quer saber se Musk realmente tinha o “financiamento garantido” que mencionou ao anunciar intenções de fechar o capital da companhia.

Seguindo a sensibilidade característica do capital especulativo, as ações da companhia caíram 7% após o anúncio. De fato, desde o início de agosto, quando o tweet foi disparado, a fabricante já acumulou perdas de US$ 18 bilhões. Em nota, a Tesla frisa que foi apenas um pedido por informações, sem qualquer intimação. “Nós respeitamos o desejo do Departamento de Justiça de obter mais informações e acreditamos que a questão deva ser resolvida rapidamente, assim que eles revisarem as informações que receberam.”

“Como assim 'pedófilo', Sr. Musk?”

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E mais Elon Musk nesta edição do Boletim, agora algo ainda mais sensível do que os ânimos de investidores da Tesla. No caso, o mergulhador Vernon Unsworth resolveu, por fim, processar Elon Musk por calúnia e difamação. Unsworth pede US$ 75 mil em indenizações morais por ter sido chamado de “pedófilo” e “estuprador de crianças” pelo fundador da Tesla. Além da reparação, a defesa do queixoso também encaminhou pedido de antecipação de tutela exigindo que Musk “se abstenha de publicar mais acusações falsas e difamatórias”.

"Elon Musk acusou falsamente Vernon Unsworth de ser culpado de crimes hediondos”, disse, em nota, o advogado L. Lin Wood. “A influência e a riqueza de Musk não podem converter suas mentiras em verdade ou protegê-lo da responsabilidade por seus erros em um tribunal". Musk disparou seus comentários infelizes após ser criticado por Unsworth por sua proposta de utilizar submarinos autônomos para o resgate das crianças tailandesas que acabaram presas em uma caverna inundada no início de julho.

E o “Iphone” permanecerá mesmo como “iPhone”

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu na semana passada mais uma vitória à Apple em sua já idosa batalha judicial contra a Gradiente. O embate entre as companhias vinha de longa data. A Gradiente registrou em 2000 a marca “iPhone” (nessa grafia), mas o registro foi concedido apenas em 2008 pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Nessa altura, o primeiro iPhone já havia sido lançado nos EUA pela Apple – mesmo que jamais tenha chegado oficialmente ao Brasil.

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Com maioria de votos, a quarta turma do tribunal decidiu que a Gradiente não possui exclusividade sobre o nome “iPhone”, mas que poderá continuar a utilizá-lo como uma marca mista – no caso, um “Gradiente Iphone”, que chegou a ser lançado há 10 anos. O termos sozinho, entretanto, permanecerá uma exclusividade da Apple. Não se sabe ainda se a Gradiente recorrerá da decisão.

Futuro musical via streaming

O streaming de músicas tem cada vez mais caído nas boas graças do consumidor típico, mostrando-se capaz de reavivar uma indústria que chegou a ser considerada moribunda. Nos EUA, serviços como Spotify e Apple Music foram responsáveis por 75% de toda a receita gerada pela indústria fonográfica do país durante o primeiro semestre de 2018. Em segundo lugar aparecem as vendas digitais, com 12%, e físicas, com 10% do mercado.

De acordo com o relatório semestral publicado pela Recording Industry association of America (RIAA), o faturamento total da indústria no período foi de US$ 4,6 bilhões, em comparação com os US$ 4,2 bilhões gerados durante os primeiros seis meses de 2017. No caso das plataformas de streaming, as receitas chegaram a US$ 3,4 bilhões, representando um crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2017. Desse valor, pelo menos US$ 2,55 bilhões estão associados com usuários assinantes.

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Petro passará a ser negociada internacionalmente em outubro

Desde que foi oficialmente apresentada como “novo câmbio oficial” pelo governo de Nicolás Maduro, a criptomoeda venezuelana passou do status de “ativo financeiro” ao de “impossibilidade monetária”, chegando finalmente ao de “conto da carochinha”. Agora, entretanto, parece que a coisa “vai” mesmo – ou “racha”, como diz o ditado popular: a Petro deve ter sua negociação internacional iniciada no dia 1º de outubro.

Além de uma data, entretanto, pouco se sabe sobre a estreia do ativo no mercado. Maduro diz apenas que ela poderá ser utilizada para todo tipo de transação – desde que se ignore o fato de que o petróleo que serve de lastro à moeda está sepultado sob um território sem quaisquer instalações extratoras. Seja como for, o governo venezuelano garante que US$ 3,3 bilhões já foram levantados, antes mesmo da capitalização internacional. Enfim, é esperar para ver.

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Gostou de algo na Amazon? Então, dê um “joinha”

A chamada “big data” normalmente é mais avaliada em termos quantitativos do que qualitativos. Bem, não no caso da última ferramenta de recomendação de produtos colocada em teste pela Amazon. Batizado de “Scout”, o sistema baseado em aprendizado de máquina (machine learning) busca implementar uma métrica mais consistente com os gostos dos clientes antes de sair indicando todo tipo de produto – o que gera irritação no lado do comprador e falsos positivos no da varejista.

Basicamente, a tecnologia transforma a navegação pelo site em uma experiência mais visual e intuitiva, levando até mesmo os indecisos a sair com a sacola virtual recheada. Para tanto, cada produto passa a comportar um espaço para a atribuição de “positivo” e “negativo” por parte do cliente. Juntamente com outras dimensões já utilizadas pela companhia – como o histórico de pesquisas e compras -, os filtros promovidos pelo Scout devem, segundo a Amazon, tornar a navegação mais intuitiva.

BNDES inicia seleção para aporte de R$ 30 milhões a projetos de IoT

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O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) deu início recentemente ao processo de seleção de propostas para o “Pilotos de IoT”. O projeto é fruto de uma parceria com o BNDES para o desenvolvimento de soluções focadas na chamada Internet das Coisas (IoT) – tecnologias que se conectam autonomamente à internet.

De acordo com o MCTIC, foram recebidos 54 projetos, sendo 23 com propostas de soluções para cidades, 17 para saúde e 14 para soluções voltadas para o campo - representando um valor total de R$ 360 milhões. Os projetos escolhidos serão apoiados pelo BNDES, que bancará até 50% do valor total de implantação e disponibilizará um total de R$ 30 milhões. O valor será dividido em parcelas de no mínimo R$ 1 milhão aos aprovados.

A maconha é a nova criptomoeda

A “Maria Joana” representa a brisa mais recente a soprar sobre o mercado de ativos financeiros. Segundo dados da Google Trends, o frenesi especulativo do momento é a Maconha SA, atualmente com uma contabilidade bem maior em manchetes do que a Criptomoeda Corp. Conforme compilou o site Bloomberg, na metade da semana passada as menções do prefixo “crypto” à erva eram duas vezes mais numerosas. Naturalmente, isso tem feito subir os preços das ações de companhias ligadas ao cultivo da cannabis.

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Longe de poder ser classificado como “estável”, entretanto, o setor ainda apresenta flutuações atípicas mesmo para o mercado financeiro – ao menos quando se considera nichos mais tradicionais. As ações da Tilray (uma das principais do ramo), por exemplo, praticamente dobraram na última quarta-feira (19), unicamente para despencar em seguida e, finalmente, fechar o dia com um valor 40% maior do que o registrado na abertura do pregão. Nem mesmo o Bitcoin tem apresentado semelhante volatilidade ultimamente, vale notar.

Jack Ma reconsidera promessa de criar 1 milhão de postos de trabalho nos EUA

Jack Ma resolveu rever uma promessa ambiciosa feita a Donald Trump poucos dias antes de o empresário tomar posse como presidente dos Estados Unidos. Em janeiro de 2017, o fundador e presidente da gigante Alibaba afirmou que ajudaria a criar 1 milhão de novos postos de trabalho nos EUA durante os próximos cinco anos – algo que, segundo Ma, apenas fazia sentido em um cenário comercial de boa vontade, anterior à atual guerra fiscal travada entre os dois países.

“A promessa foi feita com base na premissa de uma parceria amigável entre EUA e China, em que valiam relações comerciais razoáveis”, disse o bilionário em entrevista ao site chinês Xinhua. “Essa premissa já não vale mais hoje, de maneira que a nossa promessa não poderá ser cumprida.” De qualquer forma, o executivo garante que continuará a “trabalhar duro pelo desenvolvimento saudável das relações comerciais entre China e EUA”.

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Sim, o Facebook ainda está atrás dos seus dados bancários

O Facebook não deve desistir tão cedo de ganhar acesso aos dados sensíveis dos seus usuários. Em reportagem recente, o Wall Street Journal levantou que diversos bancos e companhias financeiras continuam a ser buscados pelos gestores da companhia, os quais fazem questão de manter aquecida uma pretensão que data pelo menos de 2016: transformar o Messenger em uma espécie de “hub digital” onipresente para os 2,2 bilhões de usuários mensais ativos da rede social.

De acordo com o WSJ, abordagens recentes da rede social incluem companhias como American Express, Bank of America e Wells Fargo. A oferta é até razoável: as companhias ganhariam ajuda para a criação de robôs atuantes em uma plataforma integrada através do aplicativo de mensagens, agilizando as fases de triagem e garantindo alguns atendimentos que não demandassem a atenção de um funcionário. Seja como for, o setor anda se esquivando das investidas de Mark Zuckerberg – notadamente pelo histórico recente da companhia.