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Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (16/05 a 23/05)

Por| 23 de Julho de 2018 às 11h21

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koydesign/DepositPhotos
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O aparelho que você utiliza agora para ler este texto é bem mais do que apenas suas partes componentes. Há nele uma confluência de descobertas tecnológicas, de patentes milionárias defendidas com unhas e dentes, de capacidade humana condensada; há um produto que também é fruto dos movimentos conjuntos de inúmeras indústrias, com impacto direto ou indireto. Em suma, há muito mais sob o capô de um celular, de um notebook ou de um aplicativo do que o seu uso faz crer – ou do que consta em suas campanhas publicitárias dispendiosas.

E acompanhar esse DNA tecnológico em constante mutação nem sempre é fácil. Foi pensando nisso que o Canaltech preparou este novo Boletim Corporativo semanal. Espécie de mistura entre editorial do “sobe e desce” econômico e coleção dos fatos de maior impacto, a ideia é dar uma força a quem se interessa por olhar para o que há abaixo da superfície de um novo e lustroso celular, ou para quem realmente puxa os fios que levam a internet até a vizinhança.

E esta primeira edição veio em boa semana. Em alta, há as ações recordistas da Microsoft, fruto da boa administração do CEO Satya Nadella e do fôlego aparentemente infinito do Azure; há também os smartphones tupiniquins, cujo desempenho acima da média até aqui faz crer em um final de ano aquecido. Em baixa, há um nova ação movida contra a Apple por quebra de patente, além da Panasonic pisando em ovos para explicar de onde, afinal, veio o cobalto ilegal incorporado às baterias da Tesla. Sem mais, vamos ao que movimentou o meio corporativo na última semana.

Nos embalos dos smartphones brasileiros

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A Counterpoint apareceu recentemente com números animadores para o mercado de smartphones no Brasil. Segundo a analista, o setor cresceu 2,3% durante o primeiro trimestre de 2018, algo atípico para o período. As maiores expansões, entretanto, ocorreram entre os modelos de entrada e intermediários (até R$ 800), cujas vendas experimentaram aumento de 7% de janeiro a março.

E as principais marcas do setor continuam brigando palmo a palmo pelos pontos percentuais. Com liderança quase isolada, a Samsung aumentou em 1,5% sua participação de mercado, com controle que chega agora a quase 50%. Em segundo lugar aparece a Motorola, cuja aceitação em massa de seus modelos mais básicos elevou a participação de mercado em 3%. Com quedas de 10% e 0,1%, respectivamente, LG e Apple aparecem em terceiro e quarto lugar – ambas acompanhando a aproximação da parceria entre Positivo e Huawei, que deve agitar o setor no segundo semestre de 2018.

Quatro vivas à portabilidade de dados

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Mesmo com avanços surgindo em cada esquina, o setor tecnológico ainda mantém seu calcanhar de Aquiles em questões como autonomia de baterias e portabilidade de dados. Mas este último ponto ganhou a defesa de uma coligação de peso. Google, Microsoft, Facebook e Twitter anunciaram uma ação conjunta para a criação de ferramentas capazes de prover o intercâmbio de APIs proprietárias entre qualquer uma das quatro.

Os 100 milhões de smartphones da Huawei

Com o ritmo de crescimento recente, a Huawei passa a bafejar no cangote da poderosa Apple. A companhia chinesa comemorou a venda de 100 milhões de smartphones, todos despachados apenas durante o primeiro semestre de 2018. Os plano: fechar o ano com 200 milhões de unidades vendidas. Atualmente na segunda posição entre os maiores fabricantes do globo (logo atrás da Samsung), a Apple vendeu 215,8 milhões de iPhones em 2017.

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Apple de volta aos tribunais

Nova semana, novo processo movido contra a Apple. Desta vez a litigante é a Cingapura Asahi Chemical & Solder Industries, que acusa a Maçã de utilizar uma liga de solda patenteada na fabricação de vários iPhones. Segundo a Asahi, sua patente foi usurpada nos modelos iPhone 7, iPhone 7 Plus, iPhone 8, iPhone 8 Plus e iPhone X. A companhia pede indenização, danos triplos e pagamentos de honorários advocatícios, embora nenhum valor pretendido tenha sido mencionado.

O cobalto de Cuba rodando com a Tesla

Sim, algumas baterias enviadas à Tesla contêm cobalto extraído em Cuba – algo ilegal em face das sanções econômicas impostas ao país caribenho pelos EUA. O reconhecimento veio da própria fabricante das unidades, a Panasonic, que diz ter obtido o material da canadense Sherritt Internacional, com quem suspendeu relações. Já a Sherritt garante que o cobalto veio de Alberta, no Canadá. Seja como for, há cobalto incorporado nos Model S e Model X; isso a contragosto de vários ativistas contra a extração do elemento, sobretudo na África.

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Time-Warner e AT&T não intimidam a América Móvil

A América Móvil não parece ter ficado intimidada pela aquisição da Time-Warner pela AT&T. Embora a transação de US$ 85 bilhões finalizada no mês passado represente a junção de duas companhias de grande expressão no mercado de mídia e telefonia, o que a maior companhia de telecomunicações da América Latina vê é um cenário positivo, com maior produção de conteúdos.

“Eu não acredito que [essa aquisição] vá afetar o mercado na América Latina”, disse o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, em entrevista à agência de notícias Reuters. “Apenas haverá maior produção de conteúdo, ao qual mais pessoas terão acesso”. A recém-formada WarnerMedia possui marcas como HBO, New Line Cinema e Time Inc. A Móvil também segue rebatendo suas perdas recentes de 94% (oriundas de flutuações cambiais) com uma expansão de 1,1 milhão de assinantes em seus planos pós-pagos.

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Comcast deixa a Fox para a Disney

A Comcast desistiu oficialmente da queda de braço financeira disputada com a Disney pela 21st Century Fox. Dessa forma, a gigante das telecomunicações retira a oferta de US$ 65 bilhões que havia feito, abrindo espaço para a Disney adquirir a Fox por US$ 71,3 bilhões. A competição das duas agora deve passar às decisões relacionadas à Sky, com ambas controlando fatias generosas do conglomerado de mídia europeu – a Comcast por aquisição direta (US$ 34 bilhões) e a Disney por assumir 39% que pertencem à Fox.

Uber cria posto de “Diretora de Privacidade”

O CEO Dara Khosrowshahi parece determinado em apagar as derrapadas no passado da Uber. A postura foi formalizada na última semana por meio da contratação de dois executivos com incumbências voltadas exclusivamente à privacidade de dados dos usuários. O posto de “Diretora de Privacidade” ficou para Ruby Zefo, que atuou anteriormente como líder da equipe de Privacidade Global e Segurança da Intel. Já Simon Hania será o novo “Oficial de Proteção de Dados” – cargo relacionado às exigências da nova regulamentação em vigor na União Europeia.

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Microsoft vai da nuvem às nuvens

Após contabilizar um trimestre forte, impulsionado em grande parte por serviços em nuvem, a Microsoft viu suas ações subirem cerca de 5% durante a última sexta-feira (20), negociadas pelo valor histórico de US$ 108,20. Como resultado, a empresa chegou a um valor de mercado recorde de US$ 832 bilhões.

Especialistas atribuem o fôlego continuado da companhia à gestão do CEO Satya Nadella, cuja reinvenção do setor de software levou os serviços associados ao Microsoft Azure a um crescimento de 89% desde 2014. Bem, isso e o Surface, que agora é literalmente um negócio milionário - avaliado em US$ 1,1 bilhão segundo último relatório financeiro.

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Carmem Lúcia tira o Internet para Todos da pausa forçada

A ministra do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia cassou na semana passada a liminar que suspendia o acordo entre a Telebras e a estadunidense Viasat. Dessa forma, voltam a funcionar as conexões de banda larga baseadas no Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), espécie de pedra angular do programa Internet para Todos – cujo propósito é levar conexões rápidas a preços baixos até comunidades rurais isoladas.

O serviço havia sido suspendido após processo movido pela provedora Via Direta, que apontava irregularidades no processo de licitação. De acordo com o presidente da Telebras, Jarbas Valente, a meta é conectar sete mil escolas indicadas pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) até o final de 2018.