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A TV, os millennials e comportamento da geração Z

Por| 31 de Julho de 2017 às 13h16

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A TV, os millennials e comportamento da geração Z
A TV, os millennials e comportamento da geração Z

Por Edmardo Galli*

É muito provável que o modelo atual de TV aberta não resista nas próximas décadas, e o mesmo pode ser dito em relação às opções atuais de TV por assinatura. Por ora, os serviços de streaming de vídeo parecem ser uma tendência irreversível, como apontado em um estudo da consultoria Magid, que revela que quase um quarto dos norte-americanos consome vídeos dessa maneira diariamente. Mesmo assim, o hábito de assistir televisão ainda irá perdurar no futuro próximo, e as marcas devem entender corretamente esse movimento para estabelecer estratégias de comunicação adequadas às múltiplas plataformas.

Um recente levantamento revelou que, nos EUA, os chamados millennials ou Geração Y – jovens nascidos entre 1980 e meados da década seguinte – estariam gastando mais tempo com mídias sociais e vídeos online, sem diminuir, necessariamente, o tempo que passam em outras plataformas de conteúdo, consideradas mais tradicionais. Já os jovens com idades entre 13 a 17 anos, ou seja, os adolescentes da Geração Z, também não estão assistindo um volume menor de TV, mas estão trocando um tipo de conteúdo online por outro.

O estudo, publicado em março, e realizado pela produtora de conteúdo Fullscreen e pela consultoria Leflein Associates, revelou que 55% dos adolescentes e metade dos millennials afirmam gastar mais tempo assistindo programas e filmes de streaming digital na TV. A porcentagem dos que informaram preferir ver vídeos curtos na internet foi semelhante em ambos os grupos, na casa dos 45% a 55%. O levantamento ouviu 1.173 internautas norte-americanos.

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Isso não quer dizer que o modelo tradicional de TV esteja em vias de terminar. Pelo menos não em um futuro próximo. Senão, vejamos: a pesquisa mostra que no grupo mais jovem, que estaria teoricamente mais propenso a deixar o passado tecnológico para trás, 40% dos entrevistados afirmam que estavam assistindo a mesma quantidade de TV que no ano passado, enquanto 35% dizem ter reduzido esse tempo. Apenas um em cada quatro adolescentes admite ter reduzido muito o ‘consumo’ da TV aberta. Já entre os millennials, a maioria relata estar vendo mais TV. Isso me parece um bom sinal. A questão que coloco é se as marcas estão sabendo dialogar adequadamente com essa audiência em cada uma dessas plataformas.

O estudo traz ainda um dado adicional que chamou minha atenção, ainda mais porque não tinha visto qualquer referência dessa natureza antes: entre os adolescentes ouvidos, 22% informaram gastar menos tempo com conteúdo online escrito, como blogs, em comparação com o ano anterior. O que isso quer dizer? Que talvez estejamos assistindo o limiar da era de ouro do vídeo – e de uma internet em que os “textões” em plataformas de mídias sociais percam totalmente o sentido.

Ambas as análises deixam claro que as novas plataformas de mídia não desbancaram os meios tradicionais de as marcas interagirem com a sua audiência, mas vêm transformando essa relação e isso deve se acelerar. Ser capaz de perceber tal movimento, avaliar seu nos negócios e na relação com o consumidor são fatores-chave que vão permitir separar as empresas vencedoras daquelas que serão engolidas pela transformação digital.

*Edmardo Galli é CEO LATAM da IgnitionOne.