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Sony cancela estreia de “A Entrevista” após ameaças de grupo hacker

Por| 17 de Dezembro de 2014 às 14h50

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Após semanas sendo alvo de um ataque virtual, a Sony Pictures resolveu ceder às exigências do grupo hacker “Guardiões da Paz”, que afirma a autoria das invasões ao sistema do estúdio. A decisão veio após as ameaças que se limitavam apenas ao ambiente virtual se tornarem uma ameaça terrorista real.

O grupo hacker afirmou nesta terça-feira (16) que poderia fazer retaliações em locais onde o filme “A Entrevista” fosse exibido, causando inclusive, receio entre as redes de cinema. “Recomendamos que vocês se mantenham distantes desses lugares nesse período”, escreveram os hackers. “(Se sua casa for próxima, é melhor você sair)”. O grupo ainda lembrou os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, gerando ainda mais desconforto em torno do tema.

Após a ameaça de ataque aos cinemas que exibam o filme, a Sony Pictures decidiu cancelar a estreia de “A Entrevista”, que iria acontecer em Nova York. O filme é uma comédia do estúdio que aborda o assassinato do presidente norte-coreano Kim Jong-Un e é protagonizado por James Franco e Seth Rogen. Segundo as informações até o momento, os ataques hackers que têm a Sony como alvo seriam motivados pelo filme.

Fontes do Wall Street Journal ainda afirmaram que a rede de cinemas Carmike, a quarta maior dos Estados Unidos e operadora de 278 cinemas em 41 Estados, já informou a Sony na terça-feira que não vai exibir o filme. Executivos da Sony, em contrapartida, informaram aos donos de cinemas que não pretendem cancelar a distribuição do filme, mas afirmaram que não há objeções a cinemas que decidam cancelar as exibições da película.

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A rede Landmark, que realizaria a sessão de estreia de “A Entrevista”, declarou por meio de um porta-voz que a exibição do filme que aconteceria em uma sala no Lower East Side, em Nova York, na quinta-feira (18), seria cancelada. O porta-voz, no entanto, não esclareceu os motivos do cancelamento.

Normalmente as negociações entre os estúdios e os exibidores acontecem com meses de antecedência, mas neste caso os cinemas estão receosos e pressionam para que a Sony cancele completamente a distribuição do filme. Segundo eles, mesmo que não haja um ataque terrorista nas salas onde o filme for exibido, apenas a ameaça vai afastar os clientes. O que poderia atingir não apenas a bilheteria de “A Entrevista”, mas prejudicar o desempenho de cinemas durante o período de férias.

Enquanto cinemas e Sony não encerram a discussão em torno da exibição do filme, autoridades americanas investigam as ameaças. Um representante do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, em conjunto com outras agências de segurança do país, afirmou que as investigações até o momento não indicam nenhuma ameaça concreta. “Neste momento, não há inteligência de credibilidade que indique uma trama ativa contra cinéfilos dentro dos EUA”, disse o representante.

Já os departamentos de polícia de Los Angeles e Nova York estão considerando com seriedade as ameaças de ataque aos cinemas.

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O governo da Coreia do Norte afirmou não ter relação com os ataques virtuais, mas classificou o filme como um “disfarçado patrocínio do terrorismo, assim como um ato de guerra”, em carta endereçada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.